Marrocos, Terra
Nathanael pousou no terreno arenoso em algum lugar no meio do nada no Marrocos. Sabia que ali havia radicais do Islã que costumam matar servos do Senhor que não negarem ao Criador. Ouviu meia dúzia de tiros serem disparados, provavelmente para o alto, em comemoração a um cristão que negou seu Senhor. O anjo esperava que pelo menos um em meio aos prisioneiros fosse fiel.
Encontrou o grupo de terroristas. Estava invisível a eles, que viam diretamente através dele. Havia um único homem ajoelhado; um dos árabes segurava-o pelo cabelo e mantinha um facão em seu pescoço. Um dos outros terroristas que estava com uma AK-47, gritou para todos ouvirem em árabe:
– Você nega a existência daquele chamado Jeová?
– Nunca! – O prisioneiro respondeu, corajoso, na mesma língua.
– Ter certeza? – Um filete de sangue escorreu de sob o facão em seu pescoço.
– Eu nunca negarei o Rei dos Reis!
Aquele que tinha o facão puxou-o para cortar a cabeça do prisioneiro, mas nada aconteceu. Nem mesmo o arranhão que sangrara agora pouco estava ali. Sem entender, o árabe tentou cortá-lo de novo e de novo, mas o prisioneiro permanecia imaculado.
Nathanael revelou-se aos homens, ambas as asas abertas, para intimidar e mostrar ao homem que era um anjo. Durante o pânico, alguns dos terroristas dispararam suas metralhadoras, mas ao invés de acertarem-no, estavam matando seus próprios companheiros, que caiam feito moscas. Era proibido aos anjos do céu que diretamente matassem os humanos, então a única coisa que Nathanael fez foi botá-los para dormir, incluindo aqueles que traíram ao Senhor. Apenas o anjo e o prisioneiro estavam despertos.
– Não temas, humano. – Usou a antiga aproximação que os anjos usavam quando tinham que falar com os homens. – Venho em nome do Senhor, que precisa de sua ajuda. Qual teu nome?
– Kevin. Por favor, senhor anjo, ajude minha família! Eles estão presos ali. – Ele apontou para um acampamento de tendas camufladas que estava um pouco afastado do lugar onde estavam.
Nathanael confirmou uma vez com a cabeça, abriu as asas, pegou Kevin no colo e voaram em direção ao acampamento. Ouviram gritos vindos de dentro da tenda, que o homem reconheceu sendo sua esposa. Deixou Kevin no chão e continuou voando. Com um simples movimento de mão, fez a tenda voar longe, revelando dois árabes tentando estuprar a mulher; um deles segurava-a e o outro estava com a mão no cinto. Assim que viram Nathanael, eles gritaram em terror, largaram a mulher no chão e correram por suas vidas.
Chorando de alívio, o casal abraçou-se. De trás de um baú, um pequeno menino surgiu e correu para os pais. Nathanael pousou diante deles e explicou o que precisava de Kevin, que aceitou ajudá-lo de bom grado, mas também pediu o favor de acompanhá-los até a cidade mais próxima. O anjo concordou; tirou uma pedra amarela e fosca do bolso e, assim como os outros, puxou o fio da fidelidade do coração de Kevin. Ao invés de acompanhá-los, Nathanael teletransportou-os até a cidade mais próxima, onde eles estavam originalmente hospedados antes de serem raptados pelos extremistas. Naquela mesma semana, os dois pegaram um avião de volta ao país de origem deles; seus dias de missionários em países islâmicos estavam terminados.
Para perder ainda menos tempo, ele se teletransportou para o ponto de encontro com Phillip e Sabrina, que era em uma pequena cabana escondida no norte da Suécia. Assim que tocou a neve do chão, ele percebeu que estava sozinho. Andou até a casa de madeira e teto de folhas secas; entrou, acendeu a lareira através de magia e esperou o retorno de seus companheiros.
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Egito, Duat
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Afterlife: Mundos
FantasyLeonard encontra-se pela segunda vez com a Morte e descobre que seus planos vão mais além do que imaginava. A Morte não revela apenas que ele não é seu único escolhido, mas que outros cinco estão espalhados pelo Paraíso apenas esperando que o herói...