Capítulo 27: Godheim

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Península Árida, Godheim

No princípio de tudo, quando os homens não andavam sobre a Terra, ou em qualquer um dos mundos, o Criador planeja novos seres, aqueles que fariam parte de sua obra prima. Contudo, ele precisou desenhar e redesenhar os animais. Cada vez que Ele achava que um era criado, Ele o colocava em Godheim para que testasse as melhores maneira de alimentá-lo ou estudar seu comportamento.

Todas essas criaturas passaram a habitar o local, competindo com os répteis que já habitavam em Godheim ao mesmo tempo em que os dinossauros viviam na Terra. Durante muitos, muitos anos foi assim; e durante esse tempo, esses animais cresceram e multiplicaram-se. Quando finalmente todos os animais que fariam parte da obra prima estavam prontos, Ele começou a projetar os humanos.

Os Ents já habitavam Godheim por milhares de anos; eles procriaram e se multiplicaram como o Criador havia proposto para eles. Uma sociedade se formou; eles passaram a cuidar das florestas, tornando-se seus guardiões quando o tempo propício para protegê-las chegou. Durante muitos anos, os Ents foram às únicas criaturas racionais que habitaram Godheim.

Enquanto isso, no Paraíso, Lúcifer descobrira os planos do Criador para os homens; Ele os faria melhores, e mais bonitos e superiores aos anjos. Estoura, então, a Rebelião de Prata; Lúcifer e suas Legiões traem o Criador e os outros anjos. Eles são expulsos do Paraíso; alguns deles tornam-se Ceifadores, aqueles que recolhem as almas dos homens e as guiam para o Julgamento. Até então, as fadas ajudavam a Morte a levar as vidas de todos os mundos, e com a chegada deles, que são mais fortes, elas perdem sua função e também são mandadas para Godheim. Uma vez lá, elas vivem em paz com os Ents e os animais.

E por quase doze mil anos, assim o foi. Cada ser cresceu e multiplicou; cada sociedade se desenvolvendo independentemente. As fadas encontraram um novo propósito na vida: cuidavam dos animais e tornariam seus guardiões quando o tempo de defendê-los chegasse. No entanto, um dia, sem qualquer aviso, os deuses, os elfos, os anões e os homens, e outros seres horríveis chegaram.

Odin era o líder deles. Eles vinham da Terra, fugidos de uma caçada e da aniquilação. Junto com eles vieram seus nove reinos: Midgard, Asgard, Vanaheim, Svartalfheim, Alfheim, Jotunheim, Niflheim, Muspelheim, e aquele que pertencia aos mortos, Helheim. A chegada deles causou um impacto grande a Godheim, já um continente inteiro sugira com ele; oceanos desnivelaram-se, as terras aumentaram, montanhas que antes não existiram, nasceram do chão como árvores, foi nesta época que o grande Rio Vaddon, o Rio Toruk e a Montanha Solitária surgiram. O mundo estava dividido em três.

Mas ainda, a pior mudança que aconteceu, foi em um nível que vai além do físico. Até então, Godheim pertencia ao Reino dos Vivos, mas quando Helheim, que pertencia ao Reino dos Mortos, formou-se, o mundo tornou-se um paradoxo pertencente a ambos os Reinos. Para que o mundo não entrasse em colapso e se autodestruísse, dois seres sem forma nasceram. Ninguém sabe seus nomes verdadeiros, ou se têm nomes, mas durante os milênios eles foram conhecidos apenas por "feiticeiros". O Feiticeiro da Vida e o Feiticeiro da Morte, dois seres opostos e complementares para manter o equilíbrio do mundo e impedi-lo de autodestruir-se.

Todas essas mudanças causaram a destruição de dezenas de milhares de florestas e a morte de milhões animais; felizmente, nenhuma espécie foi levada a completa extinção. Ents e fadas garantiram que isso não acontecesse. Entretanto, eles não se voltaram contra os recém-chegados que, para eles, eram refugiados de uma guerra de outro mundo. Até que os seres menores: anões, elfos e humanos começaram a invadir o território dos habitantes originais de Godheim; eles passaram a derrubar árvores e matar animais, o que foi uma verdadeira declaração de guerra. Iniciou-se a Guerra dos Cinco Séculos.

Quando finalmente as raças decidiram assinar um tratado de paz, um sistema de reinado foi forjado entre as raças. As fadas e Ents, que viviam em anarquismo, escolheram dois "reis" para representá-los; Einar, o rei dos homens, Nakidurin, o rei dos anões, Aitha, a rainha dos elfos.

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