Capítulo 09: O Bilhete

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Kintbury, Inglaterra

Terra, Julho de 1986

O rapaz encontrou o policial responsável pela investigação recém-batizada de o caso das loiras de Mr. Kypper observando a casa onde a última vítima, Suzy Perrin, foi vista há vinte e quatro horas com o homem de chapéu coco, provavelmente Kypper.

O recém-chegado tinha vinte anos exatos, de fato, aquele era o dia de seu aniversário. Com exceção de sua mãe e sua namorada, que telefonara desejando-lhe boas novas, ninguém se lembrou, e Desmond não se importava com isso; ele mesmo não sabia as datas das pessoas que conhecia.

Desmond, apesar da pouca idade, já era um dos detetives particulares mais renomados de seu tempo e seu país. Era normal ser chamado pela polícia para ajudar em casos complicados e que ocorriam em vários lugares diferentes do país, onde a independência dos condados poderiam atrapalhar as investigações.

Aproximou-se do policial distraído e, antes que esse o notasse, disse:

– Muito prazer, detetive Cleanwood. – Ele disse, apertando a mão do homem de bigode. – É uma honra conhecê-lo. Estudei muitos dos seus casos durante a faculdade.

– É bom saber que alguns jovens se interessam por casos antigos. – Ele respondeu, com um sorriso simpático que é costumeiro quando se conhece uma pessoa. – Desculpe, mas acho que não sei seu nome.

– Desmond, senhor. Desmond Chepken. É uma honra conhecê-lo. Eu sou seu maior fã. Como o senhor resolveu o caso dos desaparecimentos em Londres nos anos cinquenta foi incrível. Ninguém nunca desconfiaria que uma adolescente de dezessete anos conseguisse matar e dar sumiço em um corpo de mais de cem quilos. Deduzir isso só das pegadas e do padrão do sangue foi realmente demais. – O rapaz realmente conhecia os detalhes daquele investigação, pois os dados que vieram a público foram unificados em um volume por um de seus professores.

– Obrigado. – Cleanwood ficou vermelho.

– Vai ser uma honra trabalhar com o senhor nesse caso. E, pelo que li, todas as vítimas têm iniciais S.P., são mulheres loiras, de olhos azuis. As testemunhas afirmam que elas saíram com um homem de chapéu coco. O senhor se importa se eu der uma olhada por aí?

– De maneira nenhuma. – Ronald afirmou, vendo que o rapaz sabia muito bem cumprir sua profissão. – Eu preciso conversar com algumas testemunhas de qualquer forma.

Desmond andou pelo quintal, observando o espaço com cuidado, procurando qualquer pista que poderia ter passado despercebido pela Scotland Yard, um acontecimento ridiculamente tão comum, que ele podia contar nos dedos quantas vezes que todas as pistas haviam sido encontradas por eles. Notou ao lado da casa, que estava à venda, que a grama estava amassada. Concentrou-se um pouco para ver mais detalhes.

As marcas eram pegadas de dois tamanhos diferentes, sabia disso por que a grama estava envergada de suas maneiras diferentes. Seguiu-as, imaginando a luta. Percebeu que, em algum momento, ela desvencilhara do homem de chapéu coco, e que logo em seguida ela foi derrubada sobre uma pedra. Desmond abaixou e observou cautelosamente a pedra. Notou que ali havia uma mínima gota de sangue. Sem dúvida era da vítima, mas os protocolos policiais pediam que fizesse os testes de DNA.

– Oficial. – Chamou um dos policiais fardados que estavam no perímetro. – Será que poderia arrumar um plástico de evidência?

Ele tirou um do bolso, e entregou ao detetive particular. Desmond recolheu a pedra, que coube apertada no plástico e entregou ao mesmo oficial, pedindo que identificasse o sangue que havia nela. Ele continuou seguindo os rastros.

Afterlife: MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora