Floresta da Infinita Escuridão, Terra
Elena seguiu Melanie de volta a clareira onde Jonathan e Anúbis esperam por elas. O pai de Leonard estava muito ansioso para saber o que tinha ocorrido; precisava saber se eles tinham encontrado uma forma de trazer o filho de volta. Anúbis, porém, apenas observava o céu azul repleto de nuvens de infinitos formatos.
– Como foi? – Jonathan perguntou assim que elas estavam próximas o bastante para ouvir.
– Deu certo. – Melanie disse.
– Mais ou menos. – Elena respondeu ao mesmo tempo; elas trocaram olhares. – Bem, foi tudo bem para ela, pois conseguiu o sangue de dragão. Já eu não consegui a Sr̥ṣṭi, mas o Livro dos Mundos está traduzido. Poderemos estudá-lo para conseguir o que queremos. Apesar de que Melanie me fez um convite: ela quer me levar ao Paraíso.
– E isso é possível? – Jonathan informou.
– Sim, apesar de que poderei levar apenas mais uma pessoa comigo. – Melanie informou. – Mais do que isso chamaria muita atenção, e eu preciso evitar justamente isso.
– Quando eu estiver com ele, Jonathan, nós vamos fazer o possível para voltar. De alguma forma, nós vamos voltar. – Elena soava determinada.
– Eu vou preparar o feitiço. – Melanie informou.
Ela se afastou do grupo, enquanto Jonathan e Elena estudavam o livro que tinha sido acabado de ser traduzido pelo Dragão, Abakur. Havia todo um capítulo sobre o Paraíso; pelo o que dizia, o Paraíso evoluía como a Terra, funcionando como um espelho; quando, por exemplo, um prédio novo é construído, ele surge magicamente de um dia para o outro, ao acontecer, os anjos informavam as almas, para que não se assustem. Consequentemente, as almas novas que vão entrando no Paraíso são mandadas para esses prédios vazios.
Contudo, em nenhum lugar sobre o Paraíso ela encontrou algo que falava sobre como sair dele, muito menos como ressuscitar uma pessoa.
Continuaram lendo, mas nada de útil encontraram, apesar de haver milhares de informações sobre todos os lugares, como Godheim e o Duat, por exemplo. Em um momento do livro, havia uma explicação sobre o Reino dos Vivos, que era governado pelo Criador e o Reino dos Mortos, que era governado pela Morte. Durante muitos e muitos milênios assim o foi, até que Ele desafiou a Morte para um duelo, e venceu, tornando-se assim Senhor de vivos e de mortos. Um duelo que levou três dias.
Depois de um dia cansativo e decepcionante, Melanie, no meio da tarde, voltou para junto do grupo, dizendo que tudo estava preparando. Era a hora das duas partirem para o Paraíso.
Melanie havia desenhado um círculo em uma das paredes externas de uma casa da vila abandona com diversos símbolos. Por alguma razão, Elena reconheceu a maioria deles, pois eram palavras mágicas; e como ela detinha o conhecimento de toda Magia devido ao acordo com a Voz, reconheceu-as como sendo a Arte. Contudo, os outros símbolos, não faziam o menor sentido.
– Aprendi essa combinação anos atrás. – Melanie explicou ao ver a dúvida em Elena. – É uma combinação entre a Arte e a Alquimia, que não é uma Magia, mas sim uma ciência.
– Interessante. – Ele disse, observando com cautela o que estava escrito; mesmo conhecendo a Magia, havia ainda muitos mistérios nos mundos para ser desvendado. – Mas por que essa combinação?
– Os anjos podem detectar magia, praticamente cheirá-la. Eu usei a Alquimia para esconder esse cheiro; combinado com o sangue de dragão, entraremos sem sermos percebidas. Mas isso não significa que poderemos andar livres por aí. Seremos almas vivas em um mundo de almas mortas. Temos que ficar sempre em movimento.
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Afterlife: Mundos
FantasyLeonard encontra-se pela segunda vez com a Morte e descobre que seus planos vão mais além do que imaginava. A Morte não revela apenas que ele não é seu único escolhido, mas que outros cinco estão espalhados pelo Paraíso apenas esperando que o herói...