CONSTATAÇÕES

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Constatações

Liza

- Liza, acorde.

Senti um toque leve em meus ombros e levantei assustada. Havia dormido tão profundamente, que cheguei a esquecer onde estava.

- Está na hora da sua consulta.

Não Adrian, está na hora de ir para Winterhill.

Lembrei de tudo o que havia dito antes de pegar no sono e me senti envergonhada:

- Desculpe Adrian, jamais quis magoar você. Sei que só está tentando me ajudar.

- Tudo bem Liza. Essa raiva que você anda sentindo, faz parte do que estava lhe dizendo, não é você, porque você não é assim. Agora vamos. Precisamos ir.

Não estava com ânimo para conversar, então deixei que me levasse até o consultório e de lá, eu fugiria.

Ao me sentar na sala de espera, me dei conta do óbvio. Eu precisava avisar aos meus amigos que iria. E se chegasse lá e não os encontrasse? Peguei o celular, procurei o número na lista de contatos e disquei para Ben e Amanda, a ligação caiu direto na secretária eletrônica: "Você ligou para Ben e Amanda, voltamos domingo, saímos para uma viagem surpresa e inesperada".

Desliguei desanimada, teria que adiar meus planos pelo visto.

Enquanto esperava, me permiti divagar sobre o que diria ao Dr Carlson na consulta:

- Olá Liza, como vai?

- Estou ótima!

- Fico satisfeito Liza. Bom, por hoje, irei solicitar apenas que me dê um panorama de como foi sua vida nos últimos 30 dias. Para avaliar a sua evolução.

Fiz uma lista mental do que sabia até então:

- Espiando pela fechadura, é como vejo minha vida. Eu vejo um vulto, ouço um rumor, escuto um suspiro. O que eu sei da minha vida, é que há um homem de olhos verdes de quem eu sinto falta, apesar de desejar o noivo de minha irmã, que é um ser do mal que possui corpos e quer o meu, quer dizer, segundo Toffee, o meu amigo-cão. Também descobri que há algo misterioso sobre a minha mãe, mas eu não saberei tudo agora, porque meu amigo aquele que vira cão, acha que não estou pronta para ler as páginas do diário.

Ah, quase me esqueço, também não posso aceitar presentes, porque o vazio também me quer, algo haver com forças do mal e aquela mulher deslumbrante que tentou me asfixiar na neve, apesar de só ter acontecido na minha cabeça.

Tentei prender o riso, mas não consegui. Os outros pacientes que aguardavam a consulta me olharam suspeitos. Provavelmente deduziram que eu tinha algum problema, uma vez que me encontrava esperando o neurocirurgião. Que por sinal, era o menor de meus problemas.

Cumpri o meu papel na consulta e me senti feliz ao chegar em casa. Havia uma surpresa na sala para mim quando cheguei. Quer dizer, duas surpresas.

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Que surpresa será essa gente? =O

Beijosss e até amanhã!

O Templo - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora