A meia noite

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À meia noite

Liza

Pela manhã, Amanda agia muito entusiasmada, provavelmente com a expectativa de que eu, mostraria algo de NY à ela. Me apressei em lhe explicar que eu mesma ainda não conhecia quase nada, mas já tinha um roteiro em mente, ela não pareceu desanimar. Eu só imaginava onde encontraríamos um lugar místico.

- Não se preocupe Liza, eu trouxe o guia do Sex and the City. Quero ir naquele lugar que elas tomam café da manhã em vários episódios que a gente sempre teve vontade.

Fiquei alguns segundos em silêncio, e sorri para ela, em dúvida se deveria dizer que não lembrava.

- Claro Amanda, vamos sim!

- Ai me desculpe Liza, não quero deixar você desconfortável, é que não consigo agir com você sem ser íntima. Nunca ficamos tanto tempo sem nos falar. Senti a sua falta.

Ela disse a última frase olhando para os pés e eu fiquei péssima. Lá no fundo eu sei que também sentia, só não lembrava disso.

- Logo, logo, estarei de volta Amanda, tenho certeza disso. - Falei em resposta. Ela sorriu parecendo melhor.

- Que tal se depois do café, formos ao museu de cera e ao Empire State? – perguntei.

- Ótima ideia!

Arrependi-me da minha sugestão assim que entramos no Madame Toussauds. O lugar possuía mais de duzentas representações que trariam memórias interessantes à Amanda que acabariam por trazer momentos desconfortáveis para nós.

- Liza, olha! Julia Roberts! Acho que vimos Uma Linda Mulher umas trezentas vezes na nossa adolescência.

Suspirei de alívio, por acaso havia assistido ao filme outro dia. Mas ainda assim ela ficou muito sem graça, vi sua expressão murchar pela minha falta de reação, já que eu não lembrava de nossa adolescência. Eu devia ser a companhia mais chata do mundo.

Tinha me tornado aquela pessoa que você encontra na rua e fica feliz, até se dar conta que ela não sabe quem você é e no final acabam falando do clima.

Conseguimos nos divertir um pouco mais mantendo o assunto no presente, enquanto estávamos no Empire State.

Lanchamos no Mc Donalds da Times Square e Amanda quis ir andando até o Central Park.

- Amanda – chamei timidamente – lembra do que você estava falando ontem? Quando me viu com o vestido?

- Claro, Liza. Foi no dia que me contou sobre Nathaniel.

Nathaniel, ouvi-la dizendo o nome despertou algo em mim. Minha cabeça latejou, parecia querer se rachar ao meio e trazer à tona lembranças de nós dois. Meu problema definitivamente não era físico, estava realmente além disso.

- Nathaniel, Nathaniel, Nathaniel - repeti várias vezes, com a esperança que algo acontecesse. Não reparei que estava parada no meio da rua, com os olhos fechados.

- Você está bem, Liza? – Amanda perguntou parecendo preocupada, mas logo desviou o olhar para algo que chamou sua atenção atrás de mim, pude ver o brilho em seus olhos.

Os meus reluziram de volta ao ver do que se tratava. 

E um pressentimento ruim me tomou como uma avalanche.

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=O =O =O O que será que elas viram????

Boa noite amores! E até amanhã!

O Templo - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora