ALMIGHTY

Capítulo 42

Me perdoem pelo atraso, explico melhor nas notas finais.

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Harry's POV

-Eu vou pegar minhas chaves e ai eu vou. – ele começou a subir as escadas, entrei fechando a porta atrás de mim e o segui. Comecei a sentir uma tontura enquanto subíamos as escadas, era puro nervosismo, preciso me acalmar. Entrei no quarto depois do Zayn. Malia estava sentada na cama falando ao celular usando um roupão, a outra mão estava dentro de um pote de pipoca. A tv estava em pausa, os dois provavelmente estavam assistindo um filme. 

Zayn pigarreou alto a fazendo olhar para nós. Assim que me viu, se engasgou com a pipoca e começou a tossir. Zayn foi até a escrivaninha do lado dela, pegar suas chaves e carteira, rindo, depois se abaixou para pegar a blusa que estava no chão. Era obvio que eles tinham transado hoje, uma raiva subiu por meu peito, mas a controlei, afinal a culpa era minha de ter terminado com ela e deixado o caminho livre para ele.

-Não, eu tô bem. Só me engasguei. Te ligo depois, Alê. – ela disse para a pessoa na linha e desligou o telefone me encarando.

-Eu vou deixar vocês conversarem. Mas, se ele fizer merda, sabe onde me encontrar. – ele piscou para ela, que sorriu, sem graça, em resposta. – Isso foi um aviso para você, babaca. – disse baixo para mim antes de esbarrar seu ombro no meu e sair do quarto. A olhei novamente e ela encarava o desenho do lençol da cama. O silêncio era constrangedor e doloroso.

Malia's POV

Harry continuava em pé perto da porta em silêncio. Meu coração parecia tentar sair pela boca com a forma que batia. Ele ainda não disse nada e não sei se quero ouvir o que tem a dizer.

-Você vai falar alguma coisa ou veio até aqui ficar me olhando?

-Sinto muito. Não sei por onde começar. – ele se apoiou na parede e respirou fundo – Eu estou nervoso.

-Que tal começar com o motivo de ter vindo aqui. Qual o tema dessa conversa?

-Acredito em você. – ele disse rápido e em um folego só. - Sinto muito por ter demorado tanto, mas eu acredito. Sei que nunca teve um plano, sei que era real. Mas eu... – não me movi quando ele hesitou, apenas esperei. – Estava tão apavorado de que só eu estivesse vivendo aqueles momentos, de que fosse o único a sentir. Eu tinha acabado de me apaixonar pela garota mais incrível e impossível que já conheci e tinha tanta coisa acontecendo. Tantas coisas novas, sentimentos, sensações, momentos, fui engolido pelo novo mundo que você me apresentou. Foi tudo tão surreal, todas os dias acordava e implorava a Deus que não tivesse sido apenas um sonho. Não consegui processar direito. Minha vida antes de você não acontecia nada, absolutamente nada. Eu só estudava e ficava em casa. O colégio nunca foi um lugar que eu havia sentido vontade de voltar todos os dias antes de você.

-Sinto muito ter lhe jogado nesse mundo com todas essas novidades dessa forma, não achei que fosse ser tão complicado de lidar. – não consigo explicar a mim mesma como me sinto nesse momento. É bom saber que ele acredita em mim, mas ainda assim, não me sinto feliz... Nem aliviada.

-É só isso que vai dizer?

-O que você quer que eu diga?

-Não sei. Qualquer coisa.

-O que você pensou? Que viria até aqui e diria que acredita em mim e pronto, tudo fica bem? – pela sua expressão acho que era exatamente isso que pensava. –Que pena, mas não é assim tão simples. – me levantei da cama e me aproximei dele. – Você não pode aparecer aqui depois de todos esses meses e dizer "Ei Malia, olha só, eu acredito em você, então vamos esquecer o que aconteceu e voltar, certo?". Eu confiava em você, sempre estive lá por você, fiz tudo que podia para te mostrar que era real, que eu estava lá com você, vivendo e sentindo tudo aquilo. – As lágrimas já desciam por meu rosto. Me odeio por isso, mas minhas forças estão concentradas em outro lugar. – Eu disse que te amava, corri atrás de você. Você me deixou lá no meio da rua gritando o seu nome e foi embora. Eu fui até sua casa, lhe contei tudo, implorei para que acreditasse em mim e você nem me escutou. Nem tentou acreditar em mim, pois já estava convencido que eu te trairia antes mesmo que começássemos a namorar, não é? Você nunca se entregou de verdade, sempre esteve com um pé atrás, pronto para correr. Harry, você sempre esteve pronto para me deixar! – ele começou a chorar, mas escutou cada palavra minha com a cabeça erguida, me olhando nos olhos. – O problema, Harry, é que eu confiava em você, mas você nunca confiou em mim. E no nosso primeiro teste, você me deixou. Me largou e me disse coisas horríveis. Coisas que eu já ouvi de muita gente, mas nunca achei que fosse ouvir de você. Eu sei que sou uma merda de pessoa com a maioria das pessoas, mas nunca fui uma merda de pessoa para você. Que droga, Harry, tem ideia do quanto me magoou? Do quanto doeu quando me deixou? – virei de costas para ele e para suas lágrimas. Tentei secar as minhas, mas elas escorriam como uma avalanche. – Agora quem não confia mais aqui, sou eu. – o ouvi prender a respiração e me sentei na beirada da cama, abaixando a cabeça.