Finalmente a quinta-feira chegou! Itan e eu ensaiamos todas as manhãs sem falta! E naquele dia não foi diferente..
Estava chegando na sua casa quando avistei um carro preto em frente a mesma.
Ele tem visita?
Segui em frente mesmo assim. Dei de cara com a porta meio aberta, foi quando o vi descutindo com um homem.-Você não é meu pai! Não me venha com desculpas... -uma pausa, o homem disse algo que não compreendi - VOCÊ É O QUÊ?! - Itan gritou dessa vez para em seguida desabar na cadeira com as mãos na cabeça.
Eu sabia que devia sair dali. Não cabia a mim aquele assunto; mas eu simplesmente não podia deixá-lo daquele jeito, e sem falar que eu não conseguia me mexer, estava atônita demais.
-Saia da minha casa, por favor. Eu não quero ouvir mais nada do que você tem a dizer. -ouvi ele falando e em seguida o homem se dirigiu à porta. Sai de seu campo de visão indo um pouquinho pro lado mas tenho certeza que me viu. "Sinto muito..." foi apenas o que disse antes de sair porta a fora, não sem antes - é claro - parar bem na minha frente.
Que droga!
Senti meu corpo gelar, ele se aproximou e... Sorriu. Espera, ele ta sorrindo? An?
-Olá, sou Pitan Clarck. O... pai do Itan. -disse estendendo a mão para me cumprimentar.
- Oi. -balbuciei, apertando sua mão ainda atônita. -Sou Lunna... A.. eu sou colega dele.
-Eu sei. -disse com um sorriso gentil. -Você estava aqui há muito tempo? -falou parecendo um pouco nervoso.
-Não, eu acabei de chegar.
-Ok. Bom, ele está lá dentro. Você poderia ir ver se ele está bem? Sei que esta ciente que nossa relaçao entre pai e filho não é nem de perto amigável, e que ele pode ser bem ignorante e burro quando quer... -Isso eu sabia bem. -mas você tem feito um ótimo trabalho com ele. - terminou. Não entendi muito bem a que se referia essa última parte.
-Sim. Eu... acho que posso ajudá-lo.
-Obrigado! -disse parecendo realmente agradecido.
-Só não entendi bem... Sei que não é da minha conta, mas parece que o senhor o Ama tanto, então porque o abandonou?
-Temo que isso vá além do que você possa saber. -disse com uma expressão triste mas logo se recompôs -Tenho que ir. Foi um prazer conhecê-la senhorita. Peço-lhe que por favor não desista dele. Meu filho é uma pessoa boa. E ele precisa de você muito mais do que possa imaginar.
E simplesmente foi embora.
Fiquei um tempo remoendo aquelas palavras, ainda parada no mesmo lugar. Sai do transe quando meu celular vibrou, era uma mensagem.
"Cade você?"
_ItanEra do Itan. (Ninguém percebeu! .-.) Resolvi entrar logo antes que ele começasse a me ligar ou decidisse ir me buscar.. Ele era só um pouco avexadinho!!
Apertei a campainha.
-Até que enfim hein? Entra. -falou.
Fiquei um tempo observando suas feições. Ele parecia normal; bem eu diria, nem parecia o cara que a poucos estava discutindo, me perguntava se não tivesse chegado e visto a discussão teria percebido algo? Há quanto ele fingia estar bem? Porque é óbvio que não estava. Ele suspirou.
-Você vai mesmo continuar me olhando com essa cara de paisagem ou vai entrar? -disse mal humorado parecendo entendiado. E lá estava o Itan Clarck ignorante e idiota que conhecia! Mas foi bem ali que eu entendi o porquê dele ser assim. Ele usa o ódio para esconder a dor.
Bufei.
-Sempre tão mal humorado. -disse entrando.
Ele deu um sorrisinho.
-Sempre tão atrasada. -rebateu fechando a porta.
Começamos a ensaiar logo em seguida. Quando achamos que finalmente estava bom, paramos um pouco pra fazer um lanche.
-Você ta bem? -perguntei do nada, o que o fez me olhar espantado.
-Estou. -respondeu depois de um tempo.
Não acreditei. Terminamos o lanche em silêncio.
-Eu.. poderia ir com você visitar sua mãe no hospital? -perguntei hesitante quando estava de saida. Nem sabia ao certo porque queria vê-la, eu apenas queria.
Ele ergueu as sombrancelhas, demonstrando que estava tão surpreso quanto eu com a pergunta. Continuou me fitando e demorou uma eternidade pra me responder.
-Acho melhor não. -disse por fim.
-Por que?
Ele hesitou. Parecia estar procurando as palavras certas para responder.
-Não quero que se aproxime tanto de mim Katielly. Estar em minha casa pra fazer um trabalho é uma coisa e garanto que já é um passo enorme que você deu; mas visitar a minha mãe seria um muito além do que está permitida a dar. Não quero que tenha contato com a minha vida. É complicada demais pra você.
-Eu entendo. -respondi e fui embora ainda tentando digerir suas palavras.
Ele não me queria por perto deixara bem claro. Aquilo era apenas um trabalho. E nossa... afinidade ou amizade ou convivência ou seja lá o que era aquilo que eu achava que tinhamos, limitava-se apenas a uma coisa: erámos colegas de trabalho.
...
"Somos universos totalmente intocáveis."
^^
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O desejo do coração de Deus
RomanceSabe aquele momento da vida em que você não espera mais nada, desiste de tudo e passa apenas a existir? É, minha vida estava assim. Meu nome é Lunna Katiely, tenho 17 anos, pele clara, cabelos ruivos ate a cintura, olhos azuis-prateados.. Estou c...