Capitulo 22

54 6 5
                                    

Itan:

Eu estava sonhando de novo.

Casa branca com varanda.

Aquele balanço...

Roupas de soldado.

Escadas.

Campainha.
"Ding-dong. Ding-dong..."

Alguém abrindo a porta.

Ela.

Era ela.

De camiseta branca, o shortinho marrom, o coque no cabelo desalinhado.

Linda.

Ela estava linda.

E seus olhos... Indecifráveis.

E então me beijou.

Aquele beijo.

Puro, meigo, cheio de Amor.

Ela me queria e eu, a Amava mais que tudo.

As risadas.
  Os sussurros.
      "Lunna..."

E eu acordei.

Fiquei sentado na cama, esta é a segunda vez que eu sonho com Lunna, o mesmo sonho, e não faço ideia do porquê.

1 mês depois...

Era sábado. 3 horas da tarde quando eu a vi no mesmo parque em que haviamos combinado de ensaiar uma vez.

Fazia 1 mês que não nos falávamos, mas eu ainda sonhava com ela.

Quase todos os dias.

Ela estava linda.
Com um vestido bege florido, marcando a cintura e uma sandalhinha baixa, o que a deixava bem natural.

Seus cabelos soltos ao vento, brilhavam quando a luz do sol refletia.

E tinha uma garotinha com ela.

Elas estavam sentadas em uma toalha de piquenique, colocada sobre a grama. E realmente havia um piquenique ali.

Eu pensei em dar meia-volta e ir pra casa, mas já tinha combinado com um pessoal para nos encontrarmos ali. Então sentei-me num banco e enquanto esperava, fiquei as observando.

Era uma cena incrivel.

Lunna tinha um pedaço de bolo na mão e tentava fazer a garotinha comer. Mas a garota, por sua vez, se recusava e desviava o rosto. E as duas davam muita risada com isso.

Em alguns momentos até eu sorria.

Irônicamente o pessoal chegou nesse momento e me pegaram rindo sozinho.

- Ei cara, ta ficando maluco agora? - falou Zain tocando meu ombro. Me assustando.

As garotas me abraçaram. E eu cumprimentei os rapazes. Olhei mais uma vez para Lunna, e fomos no cinema.

(...)

Por Lunna:

1 mês havia se passado. E nesse período Itan e eu não nos falamos.

Ele me machucou muito dizendo aquelas palavras, então decidi dar-lhe um tempo.

Eu ainda estava trabalhando no hospital. Só que agora eu estava recebendo por isso.

Eu havia feito um curso básico de fisioterapia na cidade em que eu morava, por isso decidiram me contratar.

Todos os dias eu ia no quarto da Sra.Clarck e lia a bíblia para ela. Minhas manhãs eram sempre maravilhosas.

E nos sábados eu dedicava minhas tardes em passeios com a pequena Lise.

Anelise é uma garotinha que também está enternada no hospital. Ela tem um problema nos ossos e por isso não consegue andar direito.

Os médicos disseram que há uma chance de melhoras, mas é apenas uma. E que ela deveria aproveitar ao máximo enquanto consegue andar porque se a doença atingir seu estado crítico, ela nunca mais poderá andar.

Mas eu sirvo a um Deus que fez coxo andar, cego ver e surdo ouvir. O que seria impossível para Ele?

Exatamente. Nada.

Por isso, todas as tardes antes de sairmos, faziamos uma oração.

Ela ajoelhava-se ao meu lado e pedia a Deus pra que aquele passeio fosse igualmente bom ou ainda melhor que o outro.

Aquilo me maravilhava.

Ela não pedia, em momento algum, que Deus a curasse. Ela só queria que o passeio fosse bom.

A simplicidade do seu pedido era a prova da sua confiança em Deus.

Era como se ela soubesse que Ele estava cuidando de tudo.

E Ele está.

E por isso, eu não desistiria dela.

(...)

Hoje é feriado. (Não sei de que, mais é).

E eu decidi passar o dia todo no hospital.

Tinha terminado minhas obrigações e fui no quarto da Sra.Clarck.

Bati na porta como sempre, por educação, e como sempre não obtive resposta.

Entrei e a vi em seu cantinho, sentada olhando pela janela. Mas havia algo diferente: ela segurava a bíblia em seu colo.
Perguntei-me quem havia lhe entregado a bíblia, já que ela se mexia com dificuldades.

- Olá - eu disse sorrindo. Ela me olhou. - Paz do Senhor!

Ela sorriu.

Puxei uma cadeira e sentei-me ao seu lado como sempre fazia.

Era 1 hora da tarde, o sol estava quente lá fora. Mas ainda havia o friozinho de Tromsø...

Passamos uns minutos assim: só olhando pela janela.

Depois eu peguei o violão e fiz soar uma melodia.

Deus está aqui
Tão certo como o ar que eu respiro
Tão certo como o amanhã que se levanta
Tão certo como eu te falo e podes me ouvir.

Nesse momento eu a vi chorando.

- Deus é maravilhoso. Eu Amo essa canção. - ela disse e eu paralisei a ponto de um ataque no coração.

Nesse momento alguém entrou pela porta segurando um buquê de rosas vermelhas na mão.

- Mãe!  ... Lunna? - espantou-se Itan ao me ver ali. Mas eu estava em choque demais para sequer olhá-lo.

- Itan... - sussurrou sua mãe e o buquê foi ao chão.

"Porque Ele vive, então posso crêr no amanhã..."

^^

O desejo do coração de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora