"Quando quis chamar teu nome
E foi eco que recebi
Quando finalmente percebi
Que tinha ser eu por mim apenas
E mais ninguém
Não mais me importou
Onde me sentei
Que céu olhei
Que palavras dedilhado
no céu da boca
Pois independentemente
Do caminho traçado
Do chão calcorrear
Dos Passos bons ou mausque dei
Meu coração sentiu que tinha chegado
E ai eu parei
Parei de te procurar
E milagres dos milagres
Me achei."
Milton Ribeiro
Levantei cedo, quer dizer mal dormi, fiquei a noite inteira grudada no papel que tinha o número do advogado, até já sabia de cor , o número dele Levantei tomei banho, vesti a primeira roupa que achei, segui a pé para o endereço no papel, era um prédio elegante, no centro da cidade, entrei na recepção fui ao andar indicado no cartão, era tudo muito lindo, de muito bom gosto, falei com secretaria, mas ela me disse que ele ainda não havia chegado,decidi aguaradar, fiquei esperando na sala de espera, ele não demorou muito, quando abriu o elevador e me viu, levantou a sobrancelha, e sorriu.
-Bom dia! Dona Maria Luiza, sorriu pra mim, de uma forma acolhedora.
- Bom dia!
- Vamos entre, eu sabia que a senhora viria,sentou na cadeira dele pediu pra que me sentasse, numa cadeira a sua frente.
- Olhe quero saber essa história ai direito, fui falando logo, pois já estava me angustiado essa coisa que parecia novela mexicana.
-Minha filha, se acalme, vamos lá do começo, trabalho para seu tio Antonio ja ha alguns anos e você é a única herdeira dele, que tem uma propriedade, com vinhedos, além de bens, móveis e imóveis, tenho certeza que você vai gostar da propriedade. Falou e se encostou na cadeira pra se acomodar melhor.
- Você já foi lá ? Perguntei feito criança sem acreditar.
-Fui sim catalogar tudo, e antes de seu tio morrer ele me chamou a Toscana, nos tornamos amigos, tenho uma coisa pra você, ele pegou na gaveta uma foto me entregou.
Era uma foto da epoca de Natal, havia um homem, muito bonito, uma mulher e um bebê no colo, sentados em.um sofá, uma arvore de natal ao lado,numa casa toda enfeitada, segurei a foto com força, não sei de alguma forma, aquela foto mexeu comigo, Minha garganta tapou.
- Você sabe quem são essas pessoas nessa foto Maria Luiza?
- Não sei! Falei ja soluçando.
- É você bebezinha, seu tio e sua mãe, em uma festa de Natal, além dessa tem outras fotos de sua mãe de seu tio, além de seus avós em fim fotos de familia que estavam com Antônio , Quando sua mãe e seu tio vieram ao Brasil a passeio sua mãe se apaixonou por seu pai, então ela decidiu fugir, ficar aqui no Brasil, algum tempo depois ela ficou grávida seu tio não gostava, mas vinha sempre qie podia ver vocês na verdade ele era apaixonado por você, depois do acidente, de seus pais ele ficou muito doente, deram você como morta mas depois de algums anos descobriram, que você estava viva em outro estado, tentou te procuarar mas só ficou sabendo do seu paradeiro pouco tempo antes de morrer.
Eu estava ali, parada, estática, sem saber como um estranho poderia saber bem mais da minha vida do que eu, E o pior eu não sabia se queria ouvir o que ele tinha pra me dizer ou não. Fiquei calada apenas ouvindo.
Ele abriu a gaveta outra vez, me entregou algumas fotos, minhas de minha mãe, de meu tio.
- E ele não tinha filhos? Nenhum outro parente?
