Universo Obscuro - Livro 2

5- Inconveniência

Ficou sem reação e quase tombou depois de sentir que uma pedra havia sido tirada dos seus ombros ao ouvir que estava "livre". Mas não demorou muito pra perceber que nem tudo seria maravilhoso, tinha que aceitar que nada nunca mais seria como antes.

O rei Blaste veio pessoalmente explicar a Brisa como funcionaria essa 'liberdade'. Um LAP, que manteria a identidade em segredo, iria observá-la enquanto ela seguia sua vida normalmente, e assim reunir provas que poderiam tanto condenar ou inocentar.

Para não haver alvoroço na cidade, seria anunciada sua inocência, e assim foi feito. O rei também fez questão de deixar claro que em hipótese alguma ela deveria usar seus poderes, ninguém poderia descobrir que ela era a servatriz. Concordou passivamente com tudo, pois o que o rei falava soava como ameaças, e de fato eram.

O rei se retirou depois que tudo foi explicado. Dragon e Mirla, que estavam na sala também, acompanharam Brisa pelos corredores largos da torre, ainda era cedo, então não teve de encarar nenhum LDT, e antes que pudesse comemorar por isso avistou uma menininha vindo na direção dos deles.

_ Beca? _ O príncipe andou mais rápido para ir até ela.

_ Dragon, é tão bom vê-lo aqui! _ Ela se aproximou agarrando uma de suas mãos, o puxou para ele se curvar um pouco, quando conseguiu alcançar seu ouvido, continuou. _ É ela?

Ele apenas concordou com a cabeça. Enquanto via Mirla puxar Brisa, para que elas continuassem a andar.

_ Nem acredito que irei conhecê-la. _ Os olhos totalmente azuis da garotinha brilhavam com empolgação, olhando Bris ir embora.

☆☆☆

A Dama de ferro acompanhou Bris até o quarto em que ficaria na Torre. Caminhou até um cajado que estava sobre a cama e o pegou, o mostrando para Brisa.

_ Quem te deu isso?

_ Não é da sua conta. _ Pegou o cajado de volta.

Mirla não iria soltar, se o cajado não tivesse a "rejeitado", pois ele havia ficado quente e teve de ceder. Decidiu não perguntar mais nada sobre aquilo, naquele momento sabia que ela não responderia.

_ Você sabe lutar?

_ Sei.

_ Temos que conversar, sobre o fato de você ser uma servatriz.

Mirla seria agora responsável em manter esse segredo seguro, até terem certeza que esse fato poderia vir a público, então tinha que garantir que Brisa entendesse porque isso era necessário.

_ Eu entendo que não pode ser revelado que eu sou a servatriz, mas acho isso exagero...

_ Você acha que é por causa das bobagens que fez que não vai ser anunciado que você é a servatriz? Se fosse só isso, já teriam anunciado há muito tempo.

_ Então, por quê?

_ A servatriz do vento não vem sendo muito bem vista.

_ Porque ela ainda não apareceu? Não tenho culpa disso. _ Disse se sentando na cama. Viu Mirla se encostar na parede, e ficou um pouco assustada ao ver que ela parecia aflita.

Mirla balançou a cabeça, e antes que pudesse continuar a porta foi aberta por sua irmã.

_ Mirla, vem cá um instante. _ Ela a puxou para fora do quarto e a levou para um canto longe da porta do quarto de Brisa e do quarto ao lado. _O que está pensando? _ Perguntou sussurrando.

_ Ela vai descobrir uma hora, e prefiro que eu esteja lá.

_ É, mas não precisa ser agora. Deixa a garota em paz, Mirla, não acha que já a fez sofrer muito?