23- Uma sala vazia, e lembranças que se perdem

29 5 14
                                    

                                                                         [...] Você está sozinho, nos dois mundos. “
                                                                          Bragon_ Zatch bell

Nada. Branco, em todas as direções, infinitamente. Aquela sala estava vazia, completamente vazia. Paul não conseguia entender o porquê daquela sala se encontrar assim, então tudo pareceu fazer sentido quando a chave surgiu próxima à Yuri, que tratou de pega-la. Aquilo entristeceu o deumiano, sabia por quais coisas o amigo já tinha passado e mesmo assim não sentia raiva, ódio, tristeza, nada. Sua alma era tão vazia quanto aquela sala.

_ Vamos continuar! _ Pediu, e seguiu na frente.

Bris não pôde deixar de notar que alguma coisa afetara o deumiano e acelerou os passos para acompanhá-lo.

_ Por que essa sala está vazia? _ Perguntou, esperando ouvir que sua dedução estivesse errada.

_ Nada pode afetar o inabalável Yuri! _ Sorriu com os olhos fechados.

Então era isso, a insensibilidade do seu amigo. Parando para pensar, não era algo surpreendente aquela sala está vazia. Aquela pessoa não tinha empatia por ninguém, pois não compreendia determinados sentimentos, nem mesmo tinha noção de orgulho e honra. 

Viu uma porta escura surgir à frente e ultrapassara o deumiano. Não havia maçaneta na porta, Bris apenas colocou as mãos sobre ela:

_ Talvez você esteja enganado.

_ Por quê?

_ Existe um ponto preto _ encarou a porta escura _ tecnicamente faz parte da sala. E enquanto existir escuridão, haverá algo além.

_ De onde tirou isso?

 _ Não lembro, acho que alguém me disse uma vez. _ Respondeu ainda encarando a porta.

 _ Você acha que a próxima sala é a sua? _ Perguntou, ao perceber que a garota encarava a porta com curiosidade.

_ Essa porta não me é estranha.

_ Bem, não precisamos nos  preocupar, né? Você sempre me pareceu equilibrada emocionalmente. 

Bris sorriu balançando a cabeça negativamente, realmente não percebeu se ele estava sendo irônico ou não.
 Exitou em empurrar a porta, sua mente estava repleta de pensamentos ruins, não conseguia parar de pensar no seus medos, em suas dúvidas.

"Para Bris! " dizia para si "Se você não pensar em nada talvez a sala apareça vazia, como a do Yuri... Como se isso fosse realmente acontecer. Eu não sei o que tem dentro dessa sala, mas eu... Eu sei que não vou conseguir... Eu... "

_ Bris, vamos! _ Paul colocara uma mão sobre a porta, parecia mais ansioso que a garota.

Bris o encarou, mesmo tentando esconder, era visível que estava com medo.

_ O que foi? Não conseguem abrir essa porta? _ Perguntou a mercenária se aproximando.

Em resposta os dois empurraram a porta.
Mais uma sala, que também se encontrava vazia. Desacreditada, Bris correu para o meio da sala, dando um giro ao redor de seu eixo. Não havia nada. 

Uma chave velha e pesada se materializou em sua frente, a garota cuidara de pega-la. Quando sua pele tocou o material frio da chave, o lugar vazio fora tomado pela escuridão. E a feição de alívio de Bris se desfez.

_ Não! 

O ar ao redor da servatriz começou a se agitar, e logo um campo feroz de vento se formou ao seu redor. Aqueles que a acompanhavam foram jogados para longe, ao tentarem se aproximar.

Universo Obscuro - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora