36- O efeito do soro, uma luta justa e o mago antigo

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Bris e os piratas continuavam indo para o oeste, evitando as cidades, as pessoas. Aqueles dois pareciam muito bons nisso. Apoly estava se preparando para deixar de iluminar o Segundo mundo, quando os piratas começaram a falar sobre descansarem, mas Bris não se sentia cansada, estava muito longe disso. Sentia seu corpo queimar, o coração bater sem pudor e a respiração acelerar:

_ Hey, você está bem? _ Eliseo havia notado a garota ofegante, encostada em uma árvore, e se aproximou. O rapaz não tivera uma resposta, enquanto via a garota parecer cada vez pior. _ M?!

O garoto ruivo percebeu que estava sendo chamado e correu até Eliseo e a garota.

_ Era disso que o garoto tava falando?

M respondeu dando de ombros.

Estranharam ao perceberem o vento se agitar e marcas de cortes aparecerem na árvore que a garota se apoiava. O ruivo se afastou devagar, enquanto olhava o amigo, como se pedisse para fazer o mesmo, pois sentia que algo ruim poderia acontecer se ficasse ao lado dela.

Bris entendeu o que M sentia, ao abrir os olhos e ver ele se afastar, era isso que deveria fazer. Sentia um poder imenso correr em seu corpo, um poder que não sabia controlar. Correu para longe dos dois, não podia ficar perto de ninguém. Parou, levando as mãos até a cabeça, enquanto rajadas de vento eram criadas ao seu redor e lançadas aos arredores, despedaçando tudo que encontravam pelo caminho.

Os outros dois não esperaram ser atingidos, se abrigaram atrás de algumas árvores, agachando-se, para escaparem da fúria dos ventos. Aquela altura não podiam acreditar que aquela garota era uma servatriz, mesmo estando mais que evidente.

Quando as rajadas pararam, viram alguém surgir no céu e pousar de forma dramática frente a garota.

_ Outro LAP? _ Se perguntou, olhando para M, que ameaçou levantar, mas foi impedido. _ Vamos ver.

Bris ainda mantinha as mãos na cabeça, apertando os olhos, com o rosto virado para o chão, tentando controlar a respiração:

_ Se afaste. _ Pediu, imaginando ser um dos piratas que estava ali. Levantou o rosto rapidamente ao ouvir uma voz irreconhecível, quando este começou a falar.

_ Cairo ordenou que eu a levasse para o mosteiro, a força, se preciso for, porém, não farei isso...

Deixara estampado em seu rosto a surpresa que era ouvir ele dizer que não seguiria uma ordem.

_ Se conseguir me ferir. _ Continuou. _ E também, deixarei seus amigos vivos.

_ Eles não são meus amigos, e não quero lutar com você.

_ Não perguntei se queria. _ Sacou os dois sabres.

_ Por que está fazendo isso? Está irritado por Paul? Não tive culpa e eu que deveria estar irritada.

_ Não acho que eu esteja irritado. Faço isso porque seu kari não está pela metade, na verdade, está mais intenso do que deveria ser normalmente. Quero ver do que é capaz com isso. Você não pode me derrotar, então serei justo, você só precisa me ferir, não deve ser um problema uma vez que você já machucou tantas pessoas. _ Dissera como se estivesse falando algo sem importância, não entendia está tocando em uma ferida que se recusava a cicatrizar na alma daquela menina.

Viu a garota o encarar com os olhos brilhantes graças as lágrimas acumuladas que ela se recusava a deixar cair. No fundo queria compreender aquilo, mas sentimentos eram complicados e esta era uma das únicas áreas que era um leigo. Enquanto isso, Bris se perguntava se este estava tentando magoa-la, ao ser tão insensível em relação ao desastre causado por ela, ao lembrá-la de todas as vidas que se perderam por ela ser a servatriz do vento.

Universo Obscuro - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora