31- O reino de uma cidade só

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Em uma pequena taverna no meio da cidade, um homem discutia com o atendente, sujeito magricela de índole duvidosa. Era um “Moanj”, assim eram chamados aqueles que recebiam as missões e as repassavam para os mercenários ou o Administrador de Má. Moanj, segundo as lendas do país do Fogo, era um ser que anunciava maus presságios. Em algumas histórias ele era apresentado como um servo do deus do deus impuro de Yngromus, encarregado de avisar as pessoas a hora que o deus da morte iria buscá-los, e era exatamente aquilo que as pessoas conhecidas como Moanjs faziam, de certa forma.

_ Eu já mandei vários “convites” para o Morte, como não houve resposta? Preciso dele hoje, o pagamento será bom. Tente comunicá-lo!

_ Não posso fazer nada, Morte não tem aparecido nos últimos dias, ele não dá sinal de vida. _ O homem sorriu no final, pelo trocadilho, mas viu que o cliente não achou tanta graça. Sabia pelas vestes, que tentava esconder sua identidade, roupas de qualidade, que aquele cliente era alguém importante. Sorriu ao pensar que pelo apelo daquele homem em conseguir o melhor mercenário, algo aconteceria entre os que estavam no topo. Queria ver isso acontecer.

_ Eu posso chamar outro, tão bom quanto o Morte.

_ Em quantos dias ele estará aqui?

_ Está com sorte, meu bom homem _ dissera e apontou para uma das mesas na taverna, onde alguém trajado com um grande sobretudo cinza, cujo rosto estava ocultado por um capuz jazia sentado. _ Ele já está aqui.

O mercenário levantou, pegou a grande bolsa preta ao seu lado, colocando-a nas costas. Sem pressa, colocara as mãos dentro dos bolsos da calça branca e só então caminhou até o mensageiro e o homem. 
 

☆☆☆☆☆

A viagem era longa e cansativa, não havia trens para Destriensy e era muito perigoso usar outro meio para viajar que não fosse à pé, pois seria mais fácil guardas da cidade os barrarem, caso estes já soubessem do mandato do rei.

A servatriz não deixou o cansaço e a impiedade do deserto ocultarem a beleza daquela região. Tinha ouvido falar do deserto, dos raios que caiam a todo momento, fazendo o céu brilhar entre azul roxo e muitas outras cores. Mas vê aquele fenômeno ali, com seus próprios olhos, a área dourada como ouro, era incrível. E por alguns momentos parou, absorvendo aquelas imagens. Quando Tayder via, sorria com certo orgulho do deserto. 

Arrumaram um acampamento simples no meio do deserto. Não precisavam de fogueira, os raios que cortavam o céu do deserto iluminariam a escuridão da noite, quando esta chegasse.

_ Parando todo dia pra descansar, sendo que estamos caminhando, não chegaremos nunca. Temos que avisar o nosso pai, rápido. Se não quiser me acompanhar, eu irei sozinha.

_ Anjer, acredito que não vai ser fácil derrotarmos o Mestre, ele deve ter aliados, ou algo do tipo. _ Comentou Tayder, o garoto parecia inquieto, era mais visível a cada vez que se aproximavam mais da cidade. _ Se não agirmos com calma, o problema não será resolvido, então, fica quieta aí.

_ Tudo bem, eu chamei reforços! _ Dissera o mais novo com animação. _ Ele estará aqui amanhã. 

_ Como, levamos três dias pra chegar onde estamos? _ Questionou Bris.

_ Meu amigo é rápido, e ele não vai vir andando, como nós. 

_ Se estivessemos correndo, já estaríamos na cidade. _ Anjer não fizera questão de esconder que o comentário era direcionado a Bris. Ela estava atrapalhando.

_ Só que desta vez não poderemos cair em uma cama pra descansar assim que chegamos. _ Retrucou, aborrecido pelo que a irmã dissera. Sua irmã não trataria mal uma amiga, não na sua frente.

Universo Obscuro - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora