Universo Obscuro - Livro 2

33- Queda

O garoto não pensou duas vezes, antes de usar seu luminos, pulando contra a janela para ir ao socorro da irmã mais velha. Conseguira pegá-la em queda, e usou a lâmina em forma de raio para fixar na parede da torre e impedir que continuassem a cair. Desceu pela torre segurando a irmã, até chegarem em terra firme. A garota ainda estava consciente e agradeceu o irmão, ela parecia abalada, também não acreditava que o rei realmente a deixou cair.

Segundos depois viram seu pai chegar onde estavam, atrás da torre.

_ Você podia ter matado ela! _ O repreendeu, cerrando os punhos.

_ Quando você me desafiou, _ fez questão de dar ênfase no você _ disse que aceitaria qualquer consequência, vai voltar atrás? 

_ Não, eu vou até o fim!

_ Que assim seja. Como deve saber, Tayder, o “capitão” dos piratas de terra _ o rei parecia ter um certo desgosto ao mencionar tal pessoa. _ é a pessoa mais rápida do mundo, o famoso titã do raio. Eu, o rei de Destriensy, sou o segundo mais rápido. Até há algum tempo, Eliseo de Mercúrio era o terceiro, mas é provável que agora seja você.

_ Onde quer chegar com isso?

_ Ver se você entende a sua situação. Mesmo, provavelmente, sendo o terceiro na lista, você ainda está muito distante de mim. Nenhum de vocês tem poder suficiente para me vencer.

_ Você está falando demais! 

Disparou na direção do rei, que não se moveu. Impediu com um braço todos os socos do filho. Em um movimento rápido, Tayder fez a lâmina presa ao seu braço deslizar sobre o mesmo até pegá-la pela ponta, e tentou rasgar com a lâmina o braço do rei, que desta vez teve que dar passos para trás, para não ser acertado.

Raios azuis podiam ser vistos ao redor do corpo do gêmeo mais velho, estes se expandiram para frente como uma explosão de energia, para a infelicidade do garoto o rei escapara da explosão. Tayder não parecia deprimido por, supostamente, não ser páreo para seu oponente, pois para o garoto que se achava um gênio, aquela luta só estava começando. 

☆☆☆☆☆☆

Bris não iria cometer o mesmo erro de antes, não deixaria Pérola para trás, a arma que um dia fora um cajado mas atualmente estava na forma de uma espada. Andou por algumas salas no corredor onde chegou ao seguir Yuri. Achou sua espada e também um demônio deumiano, Rugo, que estava preso. Não podia deixá-lo ali. Quando libertou Rugo este disparou para fora da sala e sumiu.

Guardou a arma e seguiu seu caminho, precisava encontrar Yuri e falar sobre o perigo que corria. Depois de alguns minutos encontrou a saída daquele lugar. Viu ao longe a cidade, a torre  de Destriensy e Yuri seguindo para lá. Antes que pudesse seguir adiante um chamado a fez olhar para trás:

_ Por que está seguindo ele? _  O demônio carmesim tinha uma sombra sobre o rosto.

_ Quil?

_ Não, Deus, sua imbecil. _ O demônio tinha uma expressão de tédio. 

_ Feio e arrogante, como sempre. 

_ Você também. Mas não tenho nada contra você, poderíamos até sermos amigos... Só que eu não quero ser amigo de um morto.

_ O quê?

 _ Ser amigo do Yuri é o mesmo que pedir para morrer. Se quer um conselho, não vá atrás dele.

_ Obrigada, mas não vou escutar o seu conselho.

Deixou o deumiano para trás e correu para acompanhar Yuri. Foram quase dois quilômetros de onde estava até a torre. Mesmo sabendo que o rapaz sabia de sua presença, se manteve distante, se perguntava o que Yuri iria fazer lá. Uma vez ou outra ele remexia o nariz, como se farejasse o cheiro de alguém.