15-O sobrenome esquecido e a escolha de um lado

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Aquela talvez tivesse sido, para ela, a melhor decisão que tivera tomado em toda sua vida, e estava disposta em mantê-la, sem saber ela que ainda era apenas uma criança e viver não era tão simples, onde tudo se resolveria com uma decisão, que as coisas mudam, incluindo pessoas. Quer dizer, elas não mudavam, apenas não conseguem esconder suas reais intenções por muito tempo. Mas enquanto via apenas o que estava na sua frente ela poderia continuar acreditando nessa visão infantil.

Inspirava e expirava. Tomava coragem e ensaiava o que iria dizer para que pudesse ser levada a sério. Não considerava Mirla mais uma inimiga ou alguém que queria seu mal. Gelou quando finalmente viu sua Aidm, que estava conversando algo com Jack. Parou de caminhar e tentou se manter tranquila, iria apenas falar com sua Aidm, se sentia uma idiota por estar fazendo tanto caso da situação.

Jack se afastou, era sua chance. Caminhou até Mirla, que se voltou para ela, notando sua presença:

_ Eu preciso... Falar com você! _ Sorriu ao ver que sua voz saiu firme mesmo que um pouco hesitante.

_ Não tenho tempo agora. _ Ela se pôs a caminhar.

_ Espera, é importante!

_ Não me faça perder tempo. _ Parou e cruzou os braços.

Ao ver a expressão impaciente de Mirla, Bris esqueceu o que iria falar assim que abriu a boca. Ela via Mirla ficar mais irritada ainda, tornando-se mais difícil lembrar o que queria falar. Esquecera até mesmo o que estava fazendo ali:

_ E então? _ A garota à sua frente não conseguiria, era visíve.l _ Ensaie mais. É bom conseguir falar pelo menos uma frase da próxima vez. Vem comigo, estão chamando todos até a arena.

Bris sorriu e correu para perto de sua Aidm. Era a primeira vez que caminhava ao seu lado, desde que era criança.

Com um sorriso manhoso uma mulher via as duas se afastar. Estava bem longe delas. Ela se virou para pegar a direção contrária a das duas. Se aproximando de uma curva alguém parecia estar esperando-a. Podia ver sua sombra.

_ Sabia que era você! A deusa ainda não reconhecida por todos os homens, Gane! _ O deumiano de cabelos azuis se revelou, com um sorriso de satisfação no rosto.

_ É bom te ver também, projeto de gente.

_ E por que está tão longe de casa?

_ Estou procurando o Yuri.

_ Sortudo. Mas acho que isso é pedofilia. Que tal eu? Sou de maior.

_ Ah, sim. Então o que o senhor De Maior faz na torre de Blaste? Não deveria estar na grande torre?

_ Fica entre nós... Eu estou em uma missão. Não posso contar mais nada, é segredo.

_ Tá bom. _ Concordou mesmo não acreditando. _ E então, você viu o Yuri?

_ Vi ele ontem. Acho que ele saiu da cidade.

A deumiana estranhou de imediato. Se ele já havia saído deveria ter a encontrado do lugar combinado, ele não sairia antes dela chegar. Pois era sua missão olhar Brisa quando ele tivesse que voltar ao mosteiro.

_ Gane, aconteceu alguma coisa? _ Perguntou ao notar que os pensamentos da mulher estavam longes.

_ Nada. Tchau, tchau, projeto de gente.

_ Isso me magoa _ disse já a vendo partir. _ Se eu o ver digo que você está o procurado.

De uma coisa Gane tinha certeza, Yuri não estava em Blaste. Se perguntava então onde. Começava a ficar preocupada. Tinha que ver se ele estava no mosteiro, antes de qualquer coisa.

Universo Obscuro - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora