11 - Pronta para o passado

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— Aff... foi mal, não sabia que estava rolando um clima... — Desculpou-se um rapaz alto, cujo cabelo comprido e castanho cobria-lhe um pouco a testa.

— Max. — Luca disse, apenas.

Max vestia uma bermuda cinza larga e uma camisa azul-marinho perfeitamente alinhada. Então, ele me encarou com certa curiosidade.

— Você?

— Eu o quê? — Respondi, asperamente, por ele ter acabado de interromper o que eu estava ansiando desde a manhã daquele dia.

— Max. — Luca o chamou novamente.

— Que é? — Ele continuava a me encarar, mas agora com as sobrancelhas escuras franzidas.

— Susana, fique um pouco aqui, preciso falar com ele.

Não me dei ao trabalho de lhe responder, apenas peguei Scarlett enquanto ele fazia o tal de Max voltar para o portão de entrada -de onde não devia ter sequer saído. Mas eu não era tola, claro, fui até a porta e posicionei-me num pequeno espaço no qual nenhum deles pudesse me ver, então, ouvi toda a conversa.

— Cara, que loucura! — Exclamou Max.

— E eu não sei? Ela é... ela é ela.

Ela é ela?

Ouvia a risada do amigo de Luca.

— Cara, dizem que ruivas são as piores.

Idiota.

— Cale essa boca. Será que não percebeu o que está acontecendo?

— Ela voltou.

Eu voltei de onde?

— Eu não sei o que fazer, ela não se lembra... — Luca se interrompeu, de repente, e apareceu à minha frente.

Eu sorri, sem graça, e obviamente estava corada.

— Eu... — comecei a dizer.

— Você sabe que não é nada legal ouvir coisas que não deve, não é?

— Vocês estavam falando sobre mim.

— Quem disse?

Fiquei boquiaberta, e encarei-o.

— Sério, não seja um babaca.

— Adoro essa garota! — Max entrou novamente na sala -só que, desta vez, com menos brutalidade.

Ele foi até mim e abaixou-se para me olhar mais de perto, nossos rostos ficaram frente a frente, e eu percebi que seus olhos tinham um tom azul tão claro que mais pareceram cinzas. Eram realmente assustadores e davam-lhe um ar de louco.

— Se não quer me contar o que está acontecendo, vou embora. — Avisei a Luca, ainda sustentando o olhar de seu amigo.

— Luca, não seja um babaca com sua namorada.

Luca cobriu os olhos com os dedos indicador e polegar, depois balançou a cabeça negativamente.

— Ela não é minha namorada...

— Ah, mas vocês pareciam estar bem próximos até eu chegar. — Max comentou, sorrindo.

— Exatamente, até você chegar. — Disse eu, enfatizando a palavra "você".

Os dois me encararam surpresos, em seguida, notei um sorriso pequeno no rosto de Luca. Não me importei, pois nunca gostara de ficar com essas tolices, afinal, eu queria mesmo beijá-lo, então, por que não assumir isso?

Abra os olhos, Anjo (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora