13 - Descobertas e um passeio

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— O quê?! — Exclamou Juliana.

— Ju... — Chamei-a, num tom de voz ameno. — Sei que parece loucura, mas eu realmente acredito neles. Nós duas não somos normais, você sabe disso, então... por que não arriscar?

— Susana! — Gritou ela. — Preste atenção no que eles estão dizendo, isso não é possível, essas coisas não existem!

— Ei! — Esbravejou Max com um pedaço de pizza na mão. — Não somos "coisas", beleza?

— Vocês realmente acreditam que são anjos? — Juliana o questionou.

— Não acredito, eu sou. — O rapaz de olhos cinzentos afirmou, encarando-a. — Ou melhor, eu, Luca, Ana e Luma.

— Enquanto eu, Jack e vocês duas... somos nefilins, ou seja, frutos do amor de um humano com um anjo... — Enrique nos explicou. — Embora casais de nefilins possam gerar filhos com um forte gene angelical no sangue.

Encarei Luca nesse momento, ele balançava a cabeça negativamente enquanto observava com desgosto seus amigos falarem. Por que ele não queria que nós soubéssemos que éramos como eles? Ele se sentia superior de alguma forma? Ou Enrique estava mentindo?

Certo, admito que eu não estava completamente convencida sobre aquela história, afinal, passara a minha vida toda achando que esse tipo coisa era apenas invenção, que era apenas algo criado para prender as pessoas a tradições cômicas, mas eu tinha que aceitar que não era uma humana comum, e aquela me pareceu a única explicação plausível. No entanto, estava com medo de ficar naquela casa, principalmente se eles fossem mesmo o que diziam ser. Porém, estranhamente, juntamente a esse medo, eu nutria um outro sentimento quase na mesma proporção... Aceitação. Eu estava finalmente conseguindo me encaixar, ligar-me com outras pessoas.

— Enrique. — Chamei o garoto que, desde que os conhecera, havia sido o que eu me afeiçoara mais rapidamente.

— Sim?

Todos ali me observavam, pareciam ansiosos, na expectativa para saber o que eu estava prestes a dizer.

— Juliana e eu precisamos de...

— Precisamos de uma caixa de chocolate! — Ju me interrompeu.

— Precisamos de um tempo para colocar as coisas no lugar, tentar entender isso, não é fácil... Mas obrigada.

— Su, quero ir embora... por favor. — Juliana tocou meu antebraço.

— Vamos.

— Eu levo vocês. — Luca se ofereceu, prontamente.

— Não precisa. Obrigada. — Fitei-o, desejando que ele entendesse que eu precisava ficar a sós com minha amiga.

Despedi-me de todos, deixando Ana por último, para lhe assegurar que não os deixaria, não depois de tudo o que haviam me contado. A moça de cabelos e olhos negros assentiu, e ainda me presenteou com outro abraço sincero.

— Não quero que se afaste pelo que disseram. — Luca me acompanhava até a saída, Juliana já caminhava à minha frente.

— Luca, está tudo bem, pensarei muito em tudo isso... E conversarei com Juliana. — Afirmei, observando a silhueta dela ao longe, seu caminhar era firme, como se estar ali houvesse sido a pior coisa daquela semana. — É só um palpite, mas... acredito que ela tenha mais coisas a me dizer.

— Certo. — Ele me encarou. — Vai à escola amanhã?

— Sim. — Sorri.

— A gente se vê amanhã, então.

Abra os olhos, Anjo (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora