37 - A noite

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Narrado por Luca


Após o banho, Susana e eu nos trocamos demoradamente. Fomos até a cozinha, tomamos sorvete de baunilha com chocolate e conversamos sobre algumas coisas. Era incrível como tudo o que ela dizia parecia ser importante, eu ficava fascinado ouvindo ela falar, parecia uma criança apressada que desejava soltar mil palavras de uma só vez, mas eu não me importava.

Algum tempo depois, subimos a escada que nos levaria ao sótão -meu quarto- e paramos em frente à porta, que estava fechada. Segurei sua mão e acariciei a cicatriz em formato de L. Respirei fundo, contendo a raiva que eu sentia de Devon cada vez que olhava aquela marca. Beijei sua testa. Seus olhos cor de avelã brilhavam como duas estrelas. Não havia cor mais bonita do que a daquelas íris.

Então, abri a porta do quarto e a deixei entrar primeiro. Notei que ela observava alguns dos meus desenhos, que ainda estavam pendurados à parede. Fechei a porta e caminhei até ficar atrás dela, abaixei uma das alças finas de seu vestido florido e beijei sua nuca e ombros, e logo senti sua pele se arrepiar. Em seguida, virei seu corpo, para que me encarasse. Envolvi sua cintura fina com os braços e a puxei para mim, fazendo com que ficássemos totalmente colados. Aproximei meu rosto do seu pescoço e o beijei outra vez. Comecei a levá-la para mais perto da cama e a peguei no colo. Mais que depressa, Susana envolveu minha cintura com as pernas e beijou-me com paixão. Logo apertei suas coxas -sim, sou completamente louco pelas pernas dela- e aprofundei nosso beijo. Levei-a até a cama e deitei-me sobre seu corpo pequeno e frágil... Bem, nem tão frágil assim. Olhei seu rosto, ela sorria. Estava linda, como sempre. Parei de beijá-la apenas para observar cada detalhe dela, cada linha, cada risco dourado de sua íris. Não havia dúvida alguma dentro de mim, era ela que eu queria comigo para a vida toda. Passei o polegar pelo seu lábio inferior. Beijei sua boca com suavidade, depois, levantei-me e tirei minha camisa. Olhei para ela, que encarava meu abdômen, então, logo senti seus dedos finos o percorrerem, subindo até meu peito, arranhando levemente em algumas partes.

— Isso não é ótimo? — Ela perguntou, encarando-me.

— O quê?

— Você é só meu.

Sorri com o comentário. Então, ajudei-a a tirar o vestido, deixando-a apenas com um conjunto de renda. Passei meus dedos pelo fecho de seu sutiã preto, roçando-os de leve em sua pele macia, fazendo-a fechar os olhos. Abaixei-me novamente e beijei sua barriga, seus ombros, seu pescoço... até chegar aos lábios. Então, abri a parte de cima de sua lingerie e continuei a beijá-la. Suas mãos foram parar em minhas costas, arranhando-me levemente, deixando-me extasiado.Quando comecei a descer a parte de baixo de seu conjunto, ela segurou minha mão e balançou a cabeça negativamente. Encarei-a, confuso.

— Você... primeiro.

Observei o sorriso malicioso que se formou em seus lábios, e em seguida notei-a mordiscando-os. Ela queria me deixar louco, só podia. Arqueei as sobrancelhas e saí da cama. Como eu já estava em camisa, abri devagar o botão e o zíper da minha calça jeans, ela me observou a todo momento. Então, parei de abaixar a calça e segurei na aba da minha cueca, puxando-a um pouco, apenas para provocá-la. Sorri para ela, que estava sentada, observando minha mão. Seus olhos transbordavam de desejo, então, terminei de tirar a calça. Fui até a cama novamente e segurei em sua cintura, ela segurou a aba da minha cueca e fez o mesmo que eu havia feito.

— Shhh, calma... -Sussurrei em seu ouvido.

Susana deu uma risada baixa e tirou a peça que lhe faltava. Observei seu corpo, agora totalmente exposto.

— Satisfeito? — Ela me encarou e sorriu.

Aproximei meus lábios de seu ouvido.

— Como é que você consegue ser minha salvação e minha perdição ao mesmo tempo?

Ela passou o polegar pelo contorno da minha boca, descendo até meu queixo, e então, suspirou.

— Aprendi com você.

Agarrei-a nessa hora, colocando-a em meu colo. Novamente, ela cruzou as pernas atrás de mim e apertou-as, puxando-me para ainda mais perto. Ela tombou a cabeça para trás e eu beijei cada parte de seu pescoço pálido. Cada centímetro ali valia a pena ser explorado com minha boca, e foi. Fui para sua clavícula, e depois, para os seios. Ela arranhava minhas costas outra vez, e eu, com uma mão apertava sua coxa e com a outra, entrelaçava meus dedos em seu cabelo. Algum tempo depois, coloquei-a novamente por baixo de mim e me afastei. Beijei todo o seu corpo, dos pés até chegar em seu testa, onde depositei um beijo terno. Ela me puxou para ela e voltamos a nos beijar. Eu queria ser calmo com Susana, afinal, ela havia passado momentos difíceis nas mãos daquele cretino, mas eu não conseguia me controlar e fazer tudo sempre muito delicado. E ela não estava ajudando nenhum pouco. Estava sempre me beijando com paixão, e tão profundamente, não que eu me importasse, estava adorando. Quando penetrei seu corpo naquela noite, foi muito mais do que apenas mais um sexo com a mulher da minha vida, foi nosso reencontro outra vez, ou melhor, o reencontro dos nossos corpos. Foi caloroso e verdadeiro, não foi apenas mais uma noite, foi "a noite". Não sei quanto tempo levei para me apaixonar por Susana, mas ela era alguém que valia a pena, alguém que só de olhar, sabe-se que é diferente. Desde o início, em São Ângelo, eu sabia que ela era um mistério digno de ser desvendado. E eu estava feliz, pois não havia mais nada com que tínhamos de nos preocupar a não ser nós dois, pelo menos não naquela noite, tudo o que tínhamos de fazer era torná-la especial. E assim fizemos, tornamos aquela noite a melhor de nossas vidas.

Abra os olhos, Anjo (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora