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Estou tão feliz. Sinto-me menos sozinha, menos perdida nesta selva. O meu pai nunca esteve cá para mim. Sempre colocou o trabalho em primeiro lugar, mas não o julgo. Acima de tudo tenho uma boa educação.

"Não falava com alguém à anos. Obrigada por tudo Harry. Sinto-me menos sozinha. Sinto-me protegida ."

Mando por volta das quatro da tarde de sábado. Lá devem ser umas cinco da manhã. A diferença de horários é uma treta. Passeio pela selva à procura de uma fruta para o meu lanche. Corro como uma flecha para alcançar um pássaro quando caio de cara no chão. Tenho os joelhos todos esfolados e imensas feridas na cara. Sinto uma enorme dor na perna. Agarro no cesto com a fruta e coxeio até casa.

"O que se passa?"

O meu pai vem a correr até mim. Agarra-me e leva-me para a casa de banho onde me trata das feridas.

"Olha que trabalho."

"Só queria apanhar o raio de um pássaro." reclamo

"Foste a correr não foste?"

Afirmo com a cabeça e ele faz uma cara de zangado. Bufo. Não tenho sorte para o raio da vida. Abraço-o com força.

"Gosto imenso de ti."

"Também eu."

Faz-me rodopiar pela sala. Não paro de rir eufórica. O que seria da minha vida sem este homem. Nunca pensei muito nisso, mas como irei viver quando ele partir? Como irei apanhar o jantar? Sobreviveria sozinha? É melhor nem pensar. Depois de um longo jantar à conversa com o meu pai sobre a nova espécie, agora uma foca marinha, dirigi-me até ao telemóvel. Seis mensagens não lidas. Ups. Esqueci-me do Harry. Já passaram mais de quatro horas que lhe mandei a última mensagem. O rapaz deve estar mesmo aflito.

"Obrigada pelo o quê?"

"Princesa? Não me respondes à dez minutos.."

"Estou mesmo a ficar preocupado. O que é que se passa?"

"Soph? Podes avisar-me quando sais ou assim."

"JURO QUE VOU ENTRAR EM PÂNICO SE NÃO RESPONDERES AGORA. VOU APANHAR O PRÓXIMO AVIÃO PARA.. POIS É. NÃO POSSODIZ A-L-G-U-M-A  C-O-I-S-A!"

O pobre Harry desesperou. Será que ele fica agarrado ao telemóvel à espera que eu responda como faço como ele? Não Soph. Não sonhes. Até pode ser possível.

"Obrigada por existires. Obrigada por me fazeres tão feliz."

"Estava a ver que nunca mais respondias!"

"Ias mesmo apanhar um avião?"

"Não. Basta eu chamar o meu piloto privado e estou em menos de uma hora. Não precisava de me deslocar até ao aeroporto."

Que sonho. Quem me dera ter um avião só meu. Era o sonho que qualquer pessoa gostaria de ter. Gostava tanto que ele me viesse visitar. Não sejas tão precipitada Sophia.

"O que é que aconteceu para não responderes?"

"Aventurei-me demais. Fui dar uma volta e fui a correr atrás de um pássaro por divertimento e.."

Ele vai começar a dramatizar se eu lhe contar, mas lá terá de ser.

"E? O que é que te aconteceu?"

"Bem. Digamos que me esfolei toda. Mas estou bem."

Fico uns minutos à espera que ele responda. Começo a preocupar-me.

"Merecias que eu fosse e te batesse."

"Eu bem queria que viesses. Nem que fosse para me bateres."

Engulo em seco. Isto soou um pouco mau ou sou eu que o estou a levar para outro sentido?


~~~

Ups.

Comentem, votem e divulguem a fic por favor. Peço-vos do coração.

Caroline :)

Far Way ;; h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora