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Uma vez fora do restaurante começaram as despedidas, as trocas de números de telemóvel, as conversas sobre assuntos nenhuns e uma grande algazarra. Afinal, ninguém se queria despedir. Sentia-me tão bem, feliz, por ter reencontrado a família que jamais pensei rever. Carmen tinha-se dirigido ao carro e voltou com um saco todo colorido, repleto de brilhantes e com um grande laço encarnado no topo. Fiquei indiferente e continuei a conversar com Philipa que rapidamente se calou bem como os restantes. Todos os olhares se direccionaram para mim e para Carmen, que me estendeu o presente.

"Espero que gostes." 

Senti alguma pressão pois estavam todos de olhos esbugalhadas, provavelmente com esperança que eu fosse adorar a prenda. Abri cuidadosamente, desfazendo o laço e arrancando os agrafos sem danificar o saco. Abri e retirei um álbum preto que me parecia completamente normal. Virei a capa e constatei uma página em branco com as palavras "Para Sophia" em manuscrito. Fui folheando. Montes de fotografias, grandes, pequenas, a preto e branco e a cores, todas com datas precisas e desenhos ou rabiscos. Autocolantes de cães e gatos e um marcador muito original.

"Foram vocês que fizeram tudo isto?"

"Sim. Eu é que pintei tudo e escrevi algumas datas. Fui eu que escolhi os autocolantes e colei-os." apressou-se a dizer a Suzy

"Eu escolhi as melhores fotos que tirei com a minha máquina. Adoro tirar fotos. Principalmente ás paisagens. Tenho um blog onde as ponho, já te tinha contado?" neguei

"Eu nem sei o que vos diga. Simplesmente, que estou-vos muito agradecida por tudo mesmo. Foi a melhor prenda que alguma vez me puderam dar. Muito obrigada." sorri

"Assim nunca te poderás esquecer de nós." sorrio-me Jason

"De qualquer forma, nunca me iria esquecer de uma família tão brilhantemente maravilhosa como vocês." sorri

Todos pareceram ficar emotivos com essas palavras e aproximaram-se todos de mim. Suzy gritou "abraço de família" e todos me abraçaram. Melhor, me estrangularam. Ri-me. 

"Mas não é tudo." falou John

Ergui um sobrolho. Houve uma troca de olhares entre ele e Carmen e depois ela apontou para o saco. Voltei a abri-lo e retirei um envelope em branco que estava fechado. Olhei para todos que me sorriam.

"O que é isto?"

"ABRE!" disseram em coro

Levantei as mãos como que a render-me e cortei a abertura que havia em cima. Arregalei os olhos. Não. Isto não podia estar a acontecer-me.

"Eu não posso aceitar." proferi

"Claro que podes. Estamos a oferecer-to." 

"Mas isto é muito dinheiro! Quanto é que está aqui?"

"Dois mil euros. Nós só queremos ajudar-te."

"Mas isto pode fazer-vos falta. Faria a qualquer um. Eu não posso aceitar." estendi o envelope

Carmen ficou indiferente e não agarrou nele. Ficou simplesmente a olhara para mim de braços cruzados. Eu não podia aceitar aquilo. Estaria em meios que a aproveita-me deles e há demasiada gente a ajudar-me neste momento.

"Eu não quero que me ajudem. Querem todos ajudar-me mas fazem sentir-me inútil neste mundo." explodi

"Não queríamos que sentisses isso. Estamos bem financeiramente e temos poupado algum para te ajudar. É o mínimo que pudemos fazer." falou Jason

"Desculpa mas vais aceitar isso. Se não eu não me chamo Philipa." apontou

"Ok, Ok! Não precisam de me alvejar." brinquei

"Estamos preocupados contigo. Estou tão feliz por ver a minha neta passados tantos anos que até pensei que quando morresse não teria a oportunidade de te rever." sorri-lhe 

"Obrigada por tudo. Eu nem sei como vos agradecer. Mas por favor, não me façam mais coisas destas. Sinto-me uma aproveitadora."

"Então deixa-nos aproveitar de ti, agora que aqui estás." 

Sorri. Abracei um a um e uma pequena lágrima de emoção escapou-me. Estou tão grata por este dia que quero repeti-lo exactamente da mesma forma. Mas como se diz, os momentos mais importantes só acontecem uma vez. Despedi-me deles uma última vez e fui acenando até já não conseguir ver o Renaut Kadjar  deles.

Peguei no meu carro e conduzi de volta a casa com mais vinte minutos de estrada. Pus uma estação de rádio qualquer que passava uma música relativamente antiga dos Backstreet Boys. Obviamente que aumentei o volume e acabei por parecer uma louca a cantar alto, com os vidros para baixo e um volume terrivelmente alto. Cheguei a casa uns quarenta minutos mais tarde devido ao transito intenso que houvera. Abri a porta de casa e atirei a mala para o sofá. Chamei pelo Harry mas não obtive logo resposta de forma que berrei mais alto ainda. 

"Importaste de ter um pouco de calma?" pediu

"Não sou muito paciente sabes?" ri-me

Fui ter com ele á varanda da sala e abracei-o com alguma força. Este retribuiu o abraço e agarrou-me na cara com uma mão pois a outra estava ocupada com um copo de limonada.

"Como é que correu?"

"São a melhor família que alguma vez poderia pedir." sorri

"Isso é ótimo. Fico feliz por ti Soph." beijou-me a testa

"Obrigada." tirei-lhe a língua de fora

"O que vem a ser isso dona Sophia? Estou a ver que não lhe deram educação." brincou

Estava prestes a fugir para a sala quando ele foi mais rápido e me agarrou como um saco de batatas e me fez cruzar as pernas á volta dele. Beijei-o intensamente logo depois de sentir a sua língua em contacto com a minha. Vários beijos foram depositados no meu pescoço exposto  e a alça do vestido foi caindo aos poucos.

"Quero relembrar-te que estamos na varanda Harry." saltei do colo dele ajeitando o vestido

"Ha.. Pois." sorrio envergonhado

Subi as escadas e entrei no quarto para mudar de roupa. Arrumei os saltos e o vestido no roupeiro e vesti uns calções e uma camisola de alças em conjunto com umas chinelas de dedo. Retirei a maquilhagem e saí do quarto. Estava prestes a descer para ter com o Harry quando um ruído me fez despertar a atenção. Escutei melhor e ouvi como garras a arranhar a porta. O barulho ia aumentando e apercebi-me que vinha do escritório do Harry. Fui-me aproximando e o som diminuindo. Parei e não se fez ouvir mais nada. Escutei detrás da porta e abri-a aos poucos.

"O que é que estás a faz-"

"Shiu." 

Entrei no escritório e olhei a toda a volta. Não percebi logo que havia alguma coisa a mexer atrás dos pesados cortinados de pele. Harry estava atrás de mim e olhava com atenção. Os cortinados não paravam de mexer. Já sem paciência, tirei-os bruscamente para o lado. Nem queria acreditar no que via.


Ficamos por aqui porque eu sou muito maldosa. O que será que estava por detrás do cortinado? Alguma sugestão? Juro que não é nada do que vocês possivelmente pensavam. Vão achar piada mas não vou dizer o que é. Espero que estejam a gostar. Comentem e votem. Devem ter-se apercebido que fiz alguma alterações nas midías dos capítulos. Apaguei grande parte das imagens e gifs e só deixei os vídeos e algumas de que gostasse mais. Estou a avançar com fanfic e a dar o meu melhor. Espero que valorizem o meu trabalho. 

-Carol

P.S nem sei a quem dedicar. Mas bora _0Hazza0_


Far Way ;; h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora