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Naquele momento, passou-me de tudo pela cabeça. Cheguei até a pensar que tinha estado a ter alucinações devido à falta que tinha dele e em como queria quer tudo ficasse bem de novo. Queria simplesmente voltar para casa, aconchegar-me no enorme sofá da enorme sala, e ficar a ver programas nem de longe interessantes, recebendo carinho e afeto. Saí da casa de banho para me enfiar no quarto por mais umas horas, abstraindo-me de tudo à minha volta. Tive a inteligência de levar uma cadeira da sala de estar e um pacote de bolachas de chocolate Chips Ahoy, as minhas favoritas. Ocorreu-me em sentar-me de frente para a janela do quarto, com uma manta nas pernas e as cookies, já a meio, observando o que se passava do lado de lá. E o que se passava do lado de lá era nada mais, que nada. Estávamos já a vinte de Dezembro, como de esperar todos anos, a celebração do Natal e o nascimento de Jesus e tudo mais. Tenho a confessar que desde que cá estou só fui uma vez à igreja rezar, por isso ache que deva de lá voltar. A rua estava deserta e sentia-se o frio das ruas a tentar entrar pelas ranhuras e pequenos buracos entre as janelas e a parede. Estava escuro, sem sol e um ambiente triste pairava, bem como as folhas das árvores caídas no chão, os carros com geada, quase congelados, e sem esquecer o montão de neve que cobria toda a cidade. Claro está que não havia o mesmo nível de neve igual em todos os distritos nem regiões em particular de Londres, mas aqui, em Holmes Chapel, o que não faltava era neve e mais neve e ainda mais neve.

Uma ou outra vez, que eu me tenha sequer apercebido lá passava uma pessoa pela rua. A primeira que vi, foi um senhor já dos seus trinta anos, magro e alto. Era de facto magro, mas a camada de roupa que o encobria dava-lhe a sensação de ter mais dez quilos do que tinha. Um gorro, quarenta camisolas e possivelmente outro par de calças por baixo das calças exibidas ao frio, mais dois pares de luvas e, sem exagero, umas quatro meias (peúgas). Era assim que eu me vestia quando saía à rua, e foi precisamente isso que fiz naquele momento. Levantei-me e sem pensar duas vezes vesti-me o mais quente possível.

Abri a porta do quarto e deparei-me com Cameron, enrolado numa manta e com camisolas até ao pescoço, deitado no sofá, a dormir, claro. Ultimamente tem-se ausentado bastante cá de casa, só cá vem mesmo para dormir e eu percebo perfeitamente porquê, uma vez que subiu no cargo e necessita de mais horas, também para receber mais, mas não muito mais. Em bicos de pés, saí sorrateiramente de casa fechando a porta principal com o máximo de cuidado para não o acordar. Penso que ele não se vá importar se lhe levar o carro, uma vez que ainda não arranjei dinheiro suficiente para comprar um nem se quer usado. Pus a chave na ignição e guiei a quarenta à hora, calmamente e sem pressa, pela estrada completamente branca. O carro estava gelado e um arrepio passou-me pelo corpo, da cabeça aos pés, fazendo-me mexer no acento. Coloquei a temperatura no preciso ecrã de base, que indicava menos dez graus. Provavelmente uma das tardes mais frias que alguma vez senti até hoje. Cerca de quinze minutos mais tarde cheguei ao meu destino, saindo a correr do carro para não apanhar frio. Entrei disparada para dentro da clínica e procurei a receção que se se encontrava bem lá ao fundo da entrada. Havia cerca de três pessoas na fila à espera para serem atendidas, e mais umas quarenta na sala de espera principal. Bati o pé impaciente e a lamuriar-me pela demora, até que uma senhora idosa se virou para mim, mandando-me calar e parar quieta. Claro que eu não ia deixar isso passar e pus-me para ali a discutir com ela. Um segurança veio e interferiu, chamando-me à atenção. Já sem paciência, corri pelo enorme corredor e procurei pelas tabuletas afixadas no teto onde estavam os doentes ali internados, porque sem qualquer duvida, ele estaria internado ou coisa parecida. Por fim lá encontrei, no quarto piso, uma enorme fila de portas, todas com números inseridos.

"Olhe desculpe, sabe dizer-me se está aqui hm, o senhor Harry Styles?" ela virou-se para me encarar.

"Minha querida, só é permitida a entrada de familiares. Mr. Styles não quer fãs eufóricas à sua procura, ele agradece a preocupação de qualquer forma."

"Não, não está a perceber, eu sou a namorada." agarrei-lhe o braço.

"Não brinque comigo por favor." -gargalhou-"Agora faça o favor de me largar e de se ir embora." disse secamente.

"Oh é que nem pense, eu não saio daqui enquanto não o vir." cruzei os braços.

"Quer que chame o segurança? Olhe que estão ali dois ao virar da esquina." aproximou-se.

"Nada me vai fazer mudar de ideias miúda." provoquei.

Esta fez sinal aos dois homens musculados que se dirigiam na nossa direção e pediu-lhes que me encaminhassem até ao exterior. Cada um me agarrou por um braço e, com uma certa força, quase me arrastaram pelo chão. Não resisti em debater-me e, agilmente, soltei-me de repente e corri pelo corredor até encontrar uma enorme sala, com janelas duplas e transparentes. E lá estava ele. Os olhos fechados e ligado por inúmeros fios que lhe entravam pelo organismo. Não tardou a que os homens que me encontrassem e me agarrassem como um saco de batatas, exigindo que eu saísse a bem, se não chamavam as forças de segurança maiores. Suspirei e desisti, pois não valia a pena estar a criar conflitos.

"Importam-se de a largar? Mas que modos são estes, senhores cavalheiros?" virei a cara na direção de onde vinha a voz.

"Pedimos desculpa Mrs.Cox, mas esta jovem estava a perturbar o hospital e os seus doentes e pedimos-lhe que se retirasse." -colocou-me no chão-" E ela não o fez." acrescentou o outro.

"Não são modos de tratar uma rapariga. Podem ir, obrigada." rolou os olhos.

Olá olá! Depois de não sei quanto tempo lá ganhei coragem para atualizar, embora não tenha tempo disponibilizei a minha manhã para tal. Não têm noção do quão frio está! Três graus! Invejo-vos tanto, leitoras brasileiras.. ARG! Quanto está aí? Uns quarenta graus não? hahahaha. Espero que tenham gostado e que andem a acompanhar, porque daqui em diante a fanfic vai tornar-se ainda mais interessante!

Um beijo e um queijo,

Caroline.

Far Way ;; h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora