Regionais - parte 2

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Acordo assustada e totalmente molhada pelo suor, tive o mesmo pesadelo que da outra vez. Procuro no escuro o celular para olhar as horas, 5:26, nem vale a pena voltar a dormir. Levanto e vou para o banheiro, tomo um banho para me livrar do suor, quando volto para o quarto Bia já está de pé.

- É hoje - fala se espreguiçando.

- É sim - digo enquanto visto meu biquíni.

- Vou ter que competir com a Andressa de novo - fala meio cabisbaixa.

- Fica tranquila, você vai se sair bem.

- Assim espero - fala levantando as sobrancelhas.

- Positividade menina - retruco. Ela anda para o banheiro e volta depois de alguns minutos. Descemos as escadas e tomamos café da manhã sozinhas, pois minha tia ainda está dormindo e meu avô já está acordado faz tempo, por isso já deve ter tomado café.

- Saindo em cinco minutos, donzelas dorminhocas - diz meu avô passando pela cozinha.

- Já estamos indo - falo largando os pratos na pia.

Passamos na garagem e pegamos nossas pranchas. Nos dirigimos ao carro e esperamos meu avô. Partimos para a praia Forte, que sediara a terceira etapa das regionais. Chegamos com vinte minutos de antecedência e corremos para assinar nossos nomes e pegarmos as camisas. O que Bia falou hoje ao acordar realmente procede, ela terá que competir com Andressa novamente. - Bom dia caros espectadores, estamos prontos para começar a competição - fala o jurado. - Hoje teremos 12 baterias novamente e cada uma com 30 minutos de duração. Como já foi informado, a competição sera de duas em duas. Então a primeira dupla pode se preparar.

Encaro Bia e ela me abraça fortemente. - Você vai ganhar dela, relaxa - falo em seu ouvido.

- Detona Bia - fala Carlos, que acaba de chegar. Ela nos olha positivamente e avança para o local da partida. A buzina é acionada por algum dos jurados e Bia dispara para o mar. Hoje o mar esta traiçoeiro, nem entrei na água, mas já sinto uma energia poderosa emanando das águas, está feroz e violento, como se sentisse vontade de matar.


Bia narrando:

Nado em direção a linha de formação quando vejo uma enorme onda surgir na minha frente, não tenho tempo de fazer nada, sou engolida pela onda. Quando consigo voltar para a superfície uma onda se quebra bem em cima de mim, a força da onda leva minha prancha e sou levada junto. Nado para cima, estou decidida a não voltar para baixo, agarro a prancha o mais rápido que posso e subo nela. Me preparo para remar em direção a linha de formação quando avisto outra enorme onda, dessa vez não, penso comigo mesma. Mergulho com a prancha e passo por baixo da onda, quando subo remo com todas as forças e em fim chego perto de Andressa, que ri maleficamente. Ignoro sua falta de profissionalismo e espero uma onda. Surge um enorme monstro no horizonte, remo na mesma direção e fico em pé, ganho boa velocidade e consigo surfar na crista, o pessoal da paia vibra. Consigo surfar mais cinco boas ondas, infelizmente Andressa está com uma vantagem muito grande sobre mim. Ouvimos a buzina e voltamos para a praia.

- Você está bem? - Pergunta Cafira correndo em minha direção, Carlos e Maik logo atrás.

- Estou sim, foi só um caldo - falo brincando com a areia com os pés.

- Um caldão você quis dizer, né? - Pergunta Carlos preocupado. Rimos e Cafira diz que é a próxima, desejamos boa sorte a ela e nos afastamos.


Cafira narrando:

Paro ao lado de minha adversário, Débora Fonseca, acredito já ter trombado com ela na escola. Corro para o mar assim que ouço a buzina. Sei lidar com o mar violento, então sem dificuldades chego a linha de formação, olho para traz a procura de Débora e a vejo sendo engolida pelas ondas assim como Bia. Uma onda surge em meu campo de visão, remo para pega-la, a onda é grande e um tubo se forma, entro no tubo e saio sem nenhum problema. Direciono a prancha para cima e dou um salto sobre a onda, que está prestes a se quebrar.

Filha do Mar [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora