Partiu aventura

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A porta se abre e vejo uma sereia passar por ela seguida por Mari. Ela tem os cabelos e a cauda brancos como a neve. Sayonaha nada rapidamente em busca de uma cadeira e a coloca próxima a mim. A sereia senta-se nela e me encara com os olhos brancos.

- A herdeira retornou - ela diz.

- Foi você? - Pergunto ao reconhecer a voz. Ela concorda com a cabeça e segura em minhas mãos, no mesmo instante bolhas começam a sair por sua boca.

- O mar tomado foi, por uma força das profundezas

E é o dever da princesa restaurar sua realeza.

Ajuda das fieis damas ela terá,para seu pai resgatar.

O primeiro a tocar, sua mãe libertará

Mas será sozinha que o mal derrotará.

Só assim a paz no mar voltará a reinar - Ela disse enquanto bolhas saltavam por sua boca.

- Ein? - Pergunto quando as três me encaram.

- Essa é a profecia - diz Mari. - E você é a escolhida para cumpri-la.

- Ah sim - digo, ainda em duvida.

- Vamos relembrar - diz Say animada. - O mar foi tomado. Isso já sabemos.

- Eu não sei - digo a encarando.

- Claro - diz ela sorrindo. - Quando uma sereia se rebela contra a coroa os reis tem a obrigação de bani-la e realizar o pior pesadelo de uma sereia.

- Que seria? - Pergunto curiosa.

- Se tornar feia - completa Mari.

- Acontece que varias sereia foram punidas de uma só vez - continua Say. - E elas juraram vingança. Depois que você nasceu sua mãe te entregou ao seu avô, pois ela tinha medo de que as sereis que foram punidas fizessem algum mal a você.

- Só que as sereias raptaram seus pais e os prenderam nos abismos do oceano - diz Mari. - E agora elas já controlam uma grande parte do mar.

- Acho que entendi - digo, e Sayonaha continua.

- É o dever da princesa restaurar sua realeza. Isso já é obvio. Você deve cumprir a profecia.

- Ajuda da fieis damas ela terá, para seu pai resgatar - diz Mari. - Isso quer dizer que vamos ajudar você.

- O primeiro a tocar, sua mãe libertará - diz Say pensativa.

- O que significa essa parte? - Pergunto confusa.

- Não sei - diz ela.

- Também não entendi - diz Mari. - Mas com o decorrer da profecia entenderemos.

- E o final é obvio - digo. - Terei que derrotar as sereias corrompidas sozinha.

- É - diz Mari sorrindo. - Mas tu vai conseguir.

- Assim espero - digo retribuindo o sorriso. - Por onde começamos?

- Pelo seu treinamento de sereia - diz Say nadando rapidamente em círculos, sua cauda azul safira brilha com o movimento.

- Treinamento? - Pergunto.

- Depois explicamos - diz Mari olhando para a sereia anciã.

- Precisará disso princesa - diz ela movendo a cauda com dificuldade para se manter estável.

- Pra que isso? - Pergunto quando ela me entrega um anel verde com uma sereia e um tritão enrolados no centro dele.

- Para que da sua duvida escura brilhe a luz da revelação - diz ela se retirando do meu quarto.

- Espera - grito quando ela passa pela porta. - Eu não entendi.

- Tudo a seu tempo majestade - diz ela.

- Venha Cafira - diz Say me puxando animada.

- Onde vamos? - Questiono a seguindo para fora do quarto.

- Vamos começar o treinamento - diz Mari.

Sigo as duas sereias até a sala do trono. Vejo três enormes tronos coloridos e de ofuscante beleza.

- O seu é aquele - diz Say apontando animada para o trono menor adornado de pérolas.

Admiro de longe e logo sou puxada por alguns corredores até chegarmos a um tipo de arena.

- Não temos muito tempo para salvar o mar - diz Mari completamente séria. - Então vamos logo com isso.

- O principal "poder" de uma sereia é conversar com animais marinhos - diz Say animada, como sempre. - Isso você já descobriu. - Concordo com a cabeça.

- Você é uma sereia extremamente poderosa - continua Mari. - Consegue nadar a uma velocidade indescritível, tem o canto mais poderoso e mortal que já existiu, é a sereia mais bela de todas e controla a água.

- Certo - digo, já começando a entender um pouco melhor. - O que estamos esperando? Como atinjo tal velocidade?

- Isso é só com o tempo - diz Say. - Aos poucos aprenderá a nadar hiper rápido.

- E o canto mortal? - Pergunto

- Ele é poderoso em qualquer lua - diz Mari. - Mas o seu se torna mortal na lua cheia. Ninguém resiste.

- Acho que o único que poderão me ensinar é a controlar a água - digo olhando para as mãos.

- Também não podemos - diz Mari. - Pois não sabemos controlar a água, só a família real tem esse poder.

- Então estamos aqui pra nada?

- Mais ou menos isso - diz Say pensativa. - Não, na verdade é totalmente isso. - Ela ri animada.

- Então podemos começar essa missão agora mesmo não é? - Pergunto sentando em um banco próximo. - Já que aprenderei tudo com o tempo.

- Podemos sim - diz Say esbarrando em um suporte de espadas e derrubando todas.

- Certo - digo rindo. - Por onde começamos?

- Ao resgate de seu pai - diz Say erguendo ao alto uma das espadas. - Para as profundezas do oceano.





Mais um capítuloooo, finalmente a aventura vai começar.

Acham que Cafira obterá sucesso? Estou torcendo para que sim.

Beijos Nildos

NatáliaB.

Filha do Mar [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora