Sou desperta de meus sonhos com beijos quentes pelo rosto. Sorrio sem abrir os olhos. - Te amo, eu já te falei isso? - Pergunta Maik docemente.
- Só umas milhares de vezes - respondo levando a mão até seus cabelos e entrelaçando meus dedos nos fios escuros.
A porta do quarto se abre vagarosamente e uma criaturinha de quatro anos, carregando um urso azul na mão, passa por ela. Quando Carol vê que já estamos acordados corre até a cama e sobe apressada. - Hoje é o dia de ver a vovó e o vovô. - Começa a pular animada. Sua gargalhada doce e hipnotizante invade o quarto quando Maik a derruba, a atacando com cosquinhas na barriga.
Levanto sorrindo devido a cena, paro ao lado da cama e fico admirando-os enquanto acaricio minha barriga, Gabriel nascera daqui a três meses.
Saímos em direção ao carro e antes que entremos pergunto cerrando os olhos. - Passaram protetor?
- Sim senhor - dizem ao mesmo tempo batendo continência.
- Será? - Me abaixo para olhar nos olhos de Carol. Ela morde os lábios e olha para Maik que está com o olhar fixo no horizonte. - Estou esperando.
- Foi culpa do papai - ela diz apontando para ele.
- Minha nada - Maik se defende segurando o riso. - Carol que escondeu o protetor.
- Mentira papai - ela corre atrás dele e os dois riem ao caírem na grama.
- Não temos o dia todo - aponto para nossa casa. Eles se entreolham. Carol pula nos costas de Maik e eles voltam para passar protetor. Rio sozinha entrando no carro.
[...]
- Prontinho mamãe - Carol diz sentando em sua cadeirinha. - Agora passamos de verdade.
- Acho bom - olho para trás agarrando seu pé. Ela ri quando faço cosquinhas.
- Podemos? - Pergunta Maik ligando o carro.
- Sim - Carol grita animada.
[...]
Descemos assim que chegamos ao deque abandonado. Carol corre na frente e grita para que nos aprecemos. Pulamos juntos na água e entrego o anel a Maik. - Desejamos ter caudas - falamos juntos. Bolhas nos cercam e logo mergulhamos.
- Corrida até o palácio - Maik dispara na frente.
- Não vale pai - protesta Carol. - Não consigo nadar rápido.
- Mas eu consigo - digo segurando em sua mão e disparando atrás de Maik.
- Vocês roubaram - protesta ele passando pela porta da sala do trono tempos depois de chegarmos. - Não valeu.
- Valeu - Carol mostra a língua. - Vovô - ela se atira nos braços de meu pai.
Todos nos cumprimentamos e almoçamos juntos. Meus pais tiveram mais filhos, duas sereias e um tritão. Nenhum nasceu com pernas, pelo visto era só a primeira filha, por isso temo que Gabriel nasça sem cauda, mas tenho fé que ele também poderá se transformar em tritão.
Visitamos o fundo do mar uma vez por mês. Gostaria de vir mais vezes, porém o trabalho não permite. Meu avô abriu uma escola de surf e eu e Maik damos aula lá enquanto ele fabrica pranchas para vender.
Depois que voltei de minha aventura, participei, um ano depois, das nacionais de surf, e consegui vencer, já que estava mais conectada com o mar do que nunca. A fama da vitória trouxe muitas oportunidades e aproveitei cada uma delas. Com 21 anos dei a luz a Carol e decidi parar de surfar profissionalmente e ficar dando aulas, mas muitas vezes sou chamada para palestras e aulas em outros países.
Bia e Carlos foram fazer faculdade em São Paulo e só nos vemos nas férias, já que a carreira deles está decolando.
Quando penso em tudo que passei, vejo que cada coisinha valeu a pena, pois me fez ser quem sou hoje, e me orgulho disso.
Agora vivo minha vida pelos meus filhos, procuro passar a eles tudo o que a vida me passou, pois sei que a família é a base de tudo.
E essa foi a história meu povo. Espero que tenham gostado e agradeço do fundo do coração a todos que acompanharam a aventura de Cafira White.
O que acharam do final, pf me contem.
Bilhões de beijos
NatáliaB.
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Filha do Mar [Em Revisão]
FantasyCafira vivia a vida comum de uma típica adolescente de 16 anos, mas tudo vira de cabeça para baixo no seu décimo sétimo aniversário. Uma voz do além, uma profecia e uma cauda? Muitas coisas precisam ser explicadas a ela. Será que Cafira obterá as re...