Encontro

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Nado em direção ao castelo o mais lentamente possivel, sinto vertigem só de pensar que terei que lutar contra alguém que nunca vi, por pura ganancia de sua parte. Me pego pensando se fui concebida apenas para esse fim. Sou obrigada a abandonar meus pensamentos quando vejo movimentação ao meu lado, uma sereia corrompida passa a uma super velocidade por mim, atrás de mim várias nadam ao meu encontro.

Obrigo minha cauda a se movimentar o mais rápido possivel e começo uma corrida para escapar das sereias, graças a meu pai estou com minha espada, já que ele me obrigou a traze-la comigo, infelizmente meu arco foi deixado no palácio. Desvio agilmente de rochas e cardumes, até que ouço uma voz, a voz que faz minha espinha gelar e sinto alfinetadas em meu estômago. Paro de nadar por puro impulso e curiosidade de ver o rosto da tão terrível, fria e sem coração, Malena Blood.

A encaro tentando parecer indiferente. Sua cauda verde balança graciosamente, a mantendo estável. Seus cabelos vermelhos sangue oscilam junto a água enquanto ela me olha sorridente. - Então é essa coisinha assustada a cumpridora da profecia? - Seu tom é debochado e o desprezo visível em seus olhos, mesmo estando escuro, consigo ver sua face claramente. - O peixe comeu sua língua minha querida?

- Não sou sua - rebato, achando seu comentário o mais infantil que já ouvi

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- Não sou sua - rebato, achando seu comentário o mais infantil que já ouvi. - Muito menos querida - rosno com os dentes cerrados, repouso a mão sobre o cabo da espada.

- É claro que não - retruca franzindo a boca. - A cria teria mesmo que puxar a mãe.

- Não ouse se referir a minha mãe - avanço alguns centímetros sentindo a raiva borbulhar, - dessa maneira e nem de qualquer outra, sua boca imunda não merece pronunciar seu nome e nem fazer menções a ela.

- Ui - debocha sorridente. - Temos aqui a defensora dos fracos e oprimidos. Sua mascara cairá junto com a de sua mãe e a verdadeira natureza humana suja será revelada a todos.

- A única mascara que cairá será a sua - cuspo cada palavra, deixando o desprezo sair com elas. - Malena Blood.

Arranco a espada da bainha e fico em posição de ataque, não serei amedrontada por ela. Seu rosto ganha um sorriso indecifrável. Sinto uma pancada na cabeça e meus olhos pesam, vejo ela rir descontroladamente enquanto meus olhos não me obedecem e se fecham, fazendo-me afundar.

É assim? É desse jeito que acabo? Depois de tudo o que passei não posso me permitir ser derrotada. Não posso.


- Vovô - grita uma garotinha ao mar, aparenta ter 6 ou 7 anos. - Vovô eu não vou conseguir.

- Pare de fazer corpo mole Cafira - retruca o velho que conheço tão bem, ele está sentado em uma prancha e com uma das mãos ajuda a menina a subir em outra. - Você é uma White ou não?

- Eu sou - responde a menina fazendo cara de choro.

- Então engole esse choro e pega a próxima onda.

A menina limpa uma lágrima solitária que escorrega por seu rosto, deita de barriga na prancha, que é grande de mais para ela e começa a remar. A vejo ficar em pé e deslizar pela onda com muita graça e delicadeza, antes da onda quebrar ela abre os braços e se joga na água, foi assim que criei meu ritual. Ela sorri inocentemente e pula em comemoração.

- Eu sabia que conseguiria - sinto meus ouvidos ficarem entupidos e luto para ouvir o que eles dizem.

- Sim vovô, você é de ....


Desperto de meu sonho, encaro o teto e sinto o rosto esquentar, aquela época foi maravilhosa, daria tudo para voltar a ser uma criança inocente. Sento no que parece ser uma cama improvisada, olho em volta tentando reconhecer o local, infelizmente não faço ideia de onde estou. O local está totalmente escuro, a não ser por um fio de luz que passa por uma pequena janela. Me aproximo tentando não fazer nenhum barulho, encosto o rosto na pedra, tentando ver o máximo possivel, mesmo assim não sei onde estou.

- Quando vamos mata-la Malena? - Ouço uma voz ríspida do lado de fora.

- Quando chegar a hora - responde impaciente. -Confie em mim, mas que droga. Alguma vez já falhei?

- O rei e a rainha não estão mais presos, estão? - rebate a sereia convencida. - Então acredito que sim, já falhou.

- Eu não estava lá, deixei a responsabilidade com você e suas irmãs - Malena transborda impaciência. - Por tanto, quem falhou não foi eu, e sim você, incompetente. Agora, faça a princesinha parar de bisbilhotar nossa conversa - suas palavras me causam arrepios e me afasto da abertura no mesmo instante em que a sereia bate sua espada na parede para me fazer recuar. - Seus pais não te ensinaram a não ouvir a conversa dos outros? - Seu tom provocativo martela em minha cabeça enquanto ela se afasta com uma longa gargalhada.

- Eu me vingarei por isso e por todo o sofrimento que causou a mim e a minha família, Malena Blood.






Que os jogos comecem, muahahaha

Agora o negócio vai ficar louco tio.

O que acham que acontecera com Malena? Cafira irá dar a ela uma morte horrível?

Beijos

NatáliaB.

Filha do Mar [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora