Regionais - parte 3

2.1K 213 30
                                    

Sinto cócegas na orelha e passo imediatamente a mão por ela, tentando espantar qualquer bicho que esteja atrapalhando meu sono.

- Acorda logo menina - fala meu avô com a voz rouca.

- Que foi? - Pergunto sem abrir os olhos e limpando a baba que escorre para meu braço.

- São quase 15:00 horas - diz ele balançando meu ombro. - Precisa levantar.

- Tô com sono vô - resmungo virando para o outro lado.

- Ninguém mandou ficar a noite inteira acordada - diz irritado. - Levanta agora e quando anoitecer você volta a dormir, pois amanhã recomeçam as competições.

Faço biquinho e levanto os braços para que ele me levante, o que não acontece, pois ele da as costas e sai para a cozinha. Levanto com dificuldade e me sento no sofá, sinto cada junta do meu corpo gritar de dor, me alongo preguiçosamente.

- Dor nas juntas, loira? - Pergunta Carlos estendendo a mão para que eu o ajude a levantar.

- Pois é - digo enquanto o puxo para cima com grande dificuldade. Ele fica um pouco tonto por se levantar muito rápido, mas assim que se recompõe me ajuda a acordar os outros.

- Nunca mais durmo no chão - diz Bia balançando a cabeça para estalar o pescoço.

- Nunca é uma palavra muito forte - digo seguindo para a cozinha, meus amigos me acompanham.

Sentamos com dificuldade nos bancos altos da bancada e comemos o almoço, que, por causa da hora, já estava morno e como ninguém esta disposto a esquenta-lo comemos assim mesmo. Cada um lavou sua louça e os meninos se prepararam para irem embora. - Tchau minhas lindas - disse Maik depositando um beijo em minha testa e na de Bia.

- Tchau garotas - disse Carlos com um sorriso sonolento.

- Tchau meninos, até amanhã - falo acenando enquanto Bia os acompanha até a porta.

Passamos o dia tentando não dormir, quando chega a noite tomamos um banho e corremos para a cama.

                                                                      [...]

O desertador se acaba de gritar em meu ouvido, abro os olhos e o desligo com dificuldade. - Quarta fase das regionais - grita meu avô abrindo a porta, deixando com que a luz invada meu quarto. Ele vê que já estou acordada e faz um joia com o dedo, em seguida fecha a porta e meu quarto mergulha novamente na escuridão. 

Acesso rapidamente o site da competição, para ver qual será a praia do dia. Fico apavorada ao ver que é a praia Joaquina. Levanto depressa e arrasto Bia comigo. Esta praia fica um pouco longe então temos que correr. Nos aprontamos e pegamos o café da manha para comermos no carro. Meu avô acelera e partimos rumo a praia.

Chegamos lá faltando apenas cinco minutos para o inicio das competições, corro para a mesa para assinar meu nome e pegar minha camiseta roxa, como sempre. Bia me abraça e deseja boa sorte. Me junto as outras competidoras. - É isso mesmo que vocês ouviram, começa agora a quarta fase das regionais de surf de Florianópolis - anuncia o primeiro jurado.

- Exatamente Felipe, e hoje estamos aqui na praia Joaquina - complementa o segundo jurado. - Hoje o mar está bravo e sera um desafio para as concorrentes do dia.

- A competição hoje será dividida em quatro baterias - volta a dizer o jurado Felipe. - E nossas competidoras irão lutar entre si de três em três em cada bateria.

- Exatamente - concorda o segundo jurado. - Vamos começar.

A contagem regressiva é anunciada e a buzina ecoa pela praia, vejo Andressa correr para a água e cruzo os dedos para que ela caia, o que, infelizmente, não acontece. Muito pelo contrario, Andressa faz uma ótima pontuação. Quando sua bateria acaba e ela retorna para a areia, me encara dos pés a cabeça, levanta o nariz e sai andando. - Nojenta - reclamo sozinha e sigo para o lado de Morgana e Violeta, que irão competir comigo nessa etapa, pois agora não estão mais fazendo as baterias por ordem alfabética.

Filha do Mar [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora