O peixe

1.4K 136 20
                                    

 Acordo com uma movimentação ao meu lado. Abro os olhos sonolentos e vejo um cardume de peixes amarelos. - Acho que está na hora de acordar gente. - Todos despertam e logo estamos prontos para seguir viajem.

Nadamos por alguns metros e meus olhos são invadidos pela imensidão do labirinto. Suas paredes de rocha de cor avermelhada se estende por milhares de quilômetros, tornando-se impossível avistar o final dele.

- Por que minha mãe não nada para cima e sai do labirinto? - Pergunto franzindo a testa.

- Está vendo aqueles peixes? - Pergunta Mari apontando para um borrão escuro se movimentando a uma longa distancia.

- Sim.

- São peixes elétricos - diz ela.

- Mas não qualquer tipo - completa Sayonaha. - Malena tem o poder de corromper qualquer criatura marinha, por isso corrompeu alguns peixes elétricos e eles ficaram mais poderosos.

- Tá - reflito. - Ainda não entendi o que eles tem haver com minha pergunta.

- Se o que estiver preso no labirinto nadar para cima - Maik começa a explicar cerrando os olhos, - os peixes jogam sua eletricidade e a criatura morre. É isso?

- Exatamente - diz Mari balançando a cabeça. - Sua pergunta foi respondida Fira?

Balanço a cabeça em concordância.

- Muito bem - diz Say retirando um mapa de dentro da bolsa. - O desenhista real fez esse mapa a algum tempo.

- Então será fácil encontrar a rainha - diz Maik levantando os ombros.

- Nem tanto assim - replica Mari. - O labirinto é cheio de armadilhas, e não sabemos o local em que a rainha está. Teremos que procurar, o mapa só vai nos ajudar a entrar e sair.

- Só há uma entrada - diz Say apontando a abertura no mapa.

- Vamos nos dividir? - Pergunto tentando esconder o nervosismo.

- A melhor coisa a fazer é ficar juntos - diz Maik em resposta. - Não sabemos o que vamos encontrar lá dentro.

- Alguém já tentou salvar a rainha? - Pergunto engolindo em seco.

- Muitos - responde Say aflita. - Não tivemos mais noticias deles.

Seguimos em direção a entrada enquanto as paredes avermelhadas crescem a nossa frente. Exitamos por alguns segundos e aproveito para conferir minhas armas. - Quem vai na frente? - Pergunto já com medo da resposta.

- Eu vou - diz Sayonaha respirando fundo e pegando o mapa.

Ela nada para dentro do labirinto e é seguida por mim, Mari e Maik. Uma corrente fria nos atinge em cheio e um clima pesado paira sobre nós. Seguimos por diversos corredores frios até que um pequeno peixe me chama a atenção, nado até ele.

- Eu não faria isso princesa - diz Mari me impedindo de tocar no pequeno peixinhos laranja que tremia feito vara verde.

- É só um peixe, não me fará nada. - Retruco ao tocar sua barbatana com a ponta dos dedos. O peixe abre a boca e dela sai um tipo de seringa, a qual ele injete em minha mão. - AI - grito ao sentir uma ardência forte. - Peixinho mau - digo jogando-o longe com um tapa.

- Eu avisei - se gaba Mari convencidamente.

Me preparo para seguir caminho mas minha cabeça começa a girar. - Você está bem? - Pergunta Maik impedindo que eu caia.

- Melhor impossível - digo com a voz torpe. Começo a nadar em círculos enquanto rio descontrolada.

- Será veneno? - Ele pergunta para minhas damas, sua voz chega abafada em meus ouvidos.

- Talvez ele tenha... - Não escuto mais nada, e na verdade nem gostaria, estou me sentindo livre e leve.

Nado em volta deles e os vejo fazerem gestos, me chamando, mas eu não sinto vontade de ficar com eles. Disparo entre o labirinto, curvando para lados aleatórios, canto e danço enquanto me perco no interior do labirinto mortal. Minha visão começa a ficar embaçada e já não escuto nada, sinto dificuldade para respirar, mas continuo alegre nadando por todos os lados. A escuridão vem ao meu encontro e me envolve em seu abraço, sinto a cabeça doer quando encontra o chão, depois disso não sei o que acontece.

Abro os olhos com dificuldade, sinto a cabeça girar, até parece que meu cérebro entrou para um grupo de sapateado. Estou em um lugar escuro mas aconchegante. Ao longe vejo cabelos loiros se movimentarem com a água. Me aproximo devagar. - Rainha? - Pergunto, minha voz sai mais baixa do que eu queria. - Mãe?!

- Cafira - ela vira rapidamente e me encara. - Que bom que acordou filha. - Isso está fácil de mais.




Desculpem pela demora seus peixes, mas o capítulo está ai...

Beijos

NatáliaB.

Filha do Mar [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora