Filha do Mar [Em Revisão]

Pós susto

 Seus braços paralisam, já não está mais lutando contra o afogamento. Meus olhos marejados me impedem de ver seu rosto com clareza. Ele começa a afundar aos poucos. Olho embasbacada para minhas damas e sinto meu rosto esquentar. - Eu não entendo - balbucio o sacudindo pelos ombros. - Maik. Maik - o chamo já soluçando. - O anel o transformou em tritão. Por que diabos ele se afogou? - Os soluços já são incontroláveis.

- Talvez não fosse ele princesa - diz Mari repousando sua mão sobre meu ombro. Sua voz sai carregada.

- Não - balanço a cabeça diversas vezes em negação, me recuso a acreditar em suas palavras.

De repente Maik arregala os olhos e puxa muita água com a boca aberta. Começa a tossir freneticamente.

- Talvez por ele ser somente um humano o processo é mais demorado - explica Say. - Com você não demorou porque é metade sereia, seu pulmão já era feito para a água, ao contrario do dele.

O sufoco em um abraço apertado. - Achei que tinha perdido você - as lágrimas voltam a saltar de meus olhos. Ele ainda respira ofegante.

- Pensou que seria tão fácil assim? - Ele ri e acaricia meus cabelos.

Não penso em mais nada, apenas elimino a curta distancia entre nós selando nossos lábios. Ele é pego de surpresa mas corresponde o beijo.

- Quase me matou de susto - meu desespero se transforma e raiva assim que nos separamos. Bato em seu peito com os punhos cerrados.

- Podemos ir? - Pergunta Mari limpando a garganta.

- Podemos - respondo, sei que fiquei vermelha nesse momento. Maik ainda sorri de minha reação.

Nadamos até o palácio. Demoramos mais do que o normal por que Maik ficava parando a todo momento para admirar o fundo do mar, sem contar que ele nadava um pouco mais lentamente que nós, já que não estava acostumado com sua nova cauda.

Somos anunciados para meu pai por um guarda que mais parecia um enorme armário. Maik se demonstra nervoso assim que passamos pela porta. - Fica calmo - digo sorrindo. - Ele não vai te morder, muito. - Ele me encara arregalando os olhos. - É brincadeira. - Caio na gargalhada.

- Minha filha - diz meu pai com os braços abertos. Agradeço mentalmente por esse reino não ser cheio de formalidades, eu iria vomitar a todo momento. - Que bom que está de volta.

- Obrigada pai - o permito me envolver em seu braços fortes. - Descobri a segunda parte da profecia.

- Sua damas me contaram querida - ele sorri e encara Maik. - E você meu rapaz? Foi o escolhido por Cafira?

- É... Sim? - Maik não esconde seu nervosismo.

- Excelente - meu pai estende a mão para Maik, ele a aperta receoso e eu não consigo segurar um sorriso.

- Pai - o chamo enquanto ele me guia até os tronos. - Preciso da sua ajuda.

- Como posso ajuda-la filha?