Casos de Família - 2

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 Saio do banho pela segunda vez no dia e me deparo com Bob sentado ao lado da porta do banheiro. - O que você está fazendo ai? - Pergunto cerrando os olhos.

- Estava te esperando - responde olhando as horas no relógio de pulso. - Vamos dar uma volta?

- Claro. Só espera eu colocar uma roupa - digo andando para o quarto.

- Não demora - resmunga recostando a cabeça na parede.

Entro no quarto e fecho a porta atrás de mim. - O que está acontecendo aqui?

- Suas primas irão dormir aqui com você Cafira, a não ser que você tenha um quarto sobrando - diz minha tia colocando três colchões no chão.

- Já sei de onde puxei a grosseria - reviro os olhos e pego um shorts jeans rasgado e uma blusa azul com um tigre. Saio do quarto visivelmente estressada.

- Não ia trocar de roupa? - Pergunta Bob ao me ver ainda enrolada na toalha.

- Ia, mas está acontecendo uma "ocupação" no meu quarto.

Ele ri enquanto volto para o banheiro. Saio minutos depois. - Podemos ir? - Pergunta impaciente.

- Podemos - estendo a mão para ajuda-lo a levantar.

Corro para o pátio e pego Kiara, ela fica toda animada ao ver a coleira em minhas mãos. Saímos de casa e andamos sem rumo pela areia da praia.- Você não gosta muito da Fernanda né? - Pergunta de repente.

- Conseguiu descobrir isso sozinho ou precisou de ajuda - rebato chutando a areia para o alto.

- Se você não gosta dela, imagina eu, que sou obrigado a aquenta-la todos os dias - resmunga alongando os braços.

- Verdade - digo apontando o dedo para ele, - nem tinha me dado conta de que foi seu pai que casou com a mãe dela - faço uma careta ao lembrar das duas ruivas.

- Eu tentei me dar bem com ela, mas... - diz arqueando as sobrancelhas.

- Pois é - concordo. - E agora ela terá que dormir no meu quarto.

- Boa sorte. - Andamos até uma barraca de sorvete e tomamos uma casquinha de chocolate, Bob acaba deixando cair a sua no chão e Kiara não perde tempo e devora o sorvete. Depois vamos até a pracinha e ficamos andando nos balanços e colocando o papo em dia. - Vamos voltar? - Ele pergunta quando começa a escurecer.

- Precisamos? - Pergunto olhando para os lados. - Poderíamos ficar aqui, seria tão legal morar ao ar livre.

Ele ri e me puxa do balanço. - Vamos logo prima, terá que aturar a ruiva por bem ou por mal.

- Droga - faço cara de choro.

                                                                          [..]

Quando chegamos em casa uma enorme mesa de jantar está preparada no pátio dos fundos.

- Cafira, onde se meteu? - Pergunta meu avô levando diversos copos para a mesa.

- Fui dar uma voltinha com o Bob e Kiki - digo tirando a coleira da cadela ofegante ao meu lado.

- Certo, mas agora ajude a colocar a mesa - diz ele continuando a andar.

Entro em casa e me deparo com todos sentados na sala, apenas esperando a comida ser servida. Começo a me perguntar se sempre vivi em um hotel, se for esse o caso nunca recebi nenhum salário. - Eles vem pra nossa casa e ainda temos que virar empregados? - Pergunto quando entro na cozinha e encontro tia Lia colocando o arroz em uma vasilha de vidro.

Filha do Mar [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora