Algumas semanas fora

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 Acordo com o som de passos se aproximando. Levanto rápido de mais e sinto uma tontura. Desequilibro para trás.

- Você está bem? - Pergunta Maik me segurando pelo braço assim que se aproxima de mim.

- Estou sim - digo levando a mão a cabeça. - Levantei muito rápido.

- Achou que era seu avô?

- Sim - rio sem graça.

- Ele saiu cedo com sua tia - ele responde me direcionando ao sofá. - Pediu para eu ficar aqui com você.

- Sério? - Pergunto surpresa e ele concorda com a cabeça.

- Mudando de saco pra mala - ele diz de repente. - Você deveria conversar com a Bia, ela está desesperada atrás de você. Me ligou umas 20 vezes só agora de manhã.

- Vou falar com ela - digo fechando os olhos. - Mas não agora.

- Vai se trocar - ele diz levantando e me puxando com ele.

- Pra?

- Vou te levar pra almoçar, teu avô pediu, disse que não voltaria a tempo de preparar o almoço.

- Não estou com vontade de sair Maik - digo manhosa. - Vamos pedir alguma coisa.

-Você que manda gatinha - ele pisca e segue para o telefone fixo.

- Chama o Ca e a Bia pra almoçarem com a gente.

- Eu chamo meu irmão - ele diz me olhando. - E você chama a Bia.

- Maik, qual é, por favorzinho - digo fazendo bico.

- Não, ela é sua amiga e vocês precisam se resolver.

- Tá - digo suspirando.

Encontro meu celular depois de alguns minutos procurando desesperada. Procuro a Bia em meus contatos e ligo para ela.

Chamada on:

- Fira - ela grita assim que atende. - Que bom que ligou. Achei que estava com raiva de mim.

- Pois é, você acabou achando certo.

- Ai amiga, me desculpa por favor - ela dizia com voz de choro. - Não queria ter contado. É que...

- Não precisa se explicar - corto antes que ela termine a frase. - Vem almoçar aqui em casa.

-Tá, já chego ai.

Chamada off.

Me arrasto até a cozinha e me encosto no batente da porta.

- O que quer? - Maik pergunta com o telefone na mão.

- Pizza?

- Como sempre - ele ri e liga para a pizzaria.

Esperamos a pizza fazendo guerra de dedões no sofá. Ouvimos alguém bater e corro para a porta com o dinheiro da pizza.

- Oi amiga - Bia sorri timidamente.

- Ah é você - digo sem graça. - Achei que era a pizza.

- Quer que eu vá embora? - Ela pergunta chateada.

- Para Bia, não falei por mal - puxo ela para um abraço. Ela corresponde e começa a chorar.

- Desculpa amiga- ela fala em meio as lágrimas.

- Claro que eu desculpo. Tu não fez nada por mal. Relaxa.

Ela sorri aliviada. O entregador chega logo em seguida e me entrega as pizzas.

- Onde está o Ca? - Pergunto quando fecho a porta com o cotovelo, pois nenhum dos preguiçosos se prestou a me ajudar.

- Já está chegando - diz Maik

- CAFIRAAAAA - grita Carlos atrás da porta.

- Falando na cria - rio e Bia corre para abrir a porta.

- Olá minhas gatinhas - ela fala ao passar pela porta.

- Olá amor - digo mordendo minha fatia de 4 queijos.

Comemos fazendo piada e rindo uns dos outros.

- Não queria tocar nesse assunto Fira - diz Carlos de repente,- mas vou, e a cauda?

- Eu não sei - respondo cabisbaixa. - Não entrei mais no mar depois daquilo.

- Quer entrar agora? - Ele pergunta.

- Eu não só quero, como preciso - respondo olhando para ele. - Mas estou com medo.

- Não poderá viver sem o mar Fira - diz Bia me abraçando. - Você precisa descobrir o que é isso.

- Eu já descobri.

Todos me olham com cara de interrogação. Conto a eles a história relatada por meu avô na noite anterior.

- Uau - diz Bia admirada. - Sou a melhor amiga de uma sereia.

- Não fala besteiras Bia - digo rindo. - Vou resolver isso. Não passa de um mal entendido.

- Acabei de ter uma ideia incrível - diz Maik com os olhos brilhando.

- Conte - fala apoiando o rosto nas mãos e sorrindo para ele.

- Meus pais viajaram a trabalho e só voltarão daqui a três semanas - diz ele.

- E? - Pergunta Carlos. - O que nossos pais tem haver com isso?

- Podemos pegar o barco e ficar essas três semanas em alto mar - ele conta com naturalidade. - O que acham?

- Acho uma excelente ideia - digo pulando do sofá. - Mas será que nossos pais vão deixar?

- Meus pais deixam - diz Bia dando de ombros. - Eles sabem que agora vai cada um pra um lado por causa da faculdade e que por isso temos que aproveitar ao máximo o tempo juntos.

- Meus pais são de boa quanto a isso - diz Maik. - Até por que já sou de maior.

- É - diz Carlos. - E Maik ficará responsável por nós.

- Incrível - digo saltitando pela sala. - Vou amar passam esse tempo só com vocês.

Combinamos de nós encontrarmos ao fim da tarde no deque abandonado para zarparmos. Falo com meu avô e ele acha uma ótima ideia, pois eu preciso refrescar a cabeça. Corro para o quarto e preparo uma grande mochila com tudo que irei precisar, em uma hora estou pronta. Fico a tarde toda lendo e escutando música. Quando chega a hora combinada meu avô me leva até o deque.

- Tchau vô - digo fechando a porta.

- Tchau peixinho - ela diz sorrindo. - Juízo ein.

- Sempre tenho.

Encontro meus amigos sentados no chão. Assim que me aproximo eles levantam rapidamente.

- Vamos ao mercado minha gente - diz Maik colocando minha mochila no carro.

- Mercado? - Pergunto confusa enquanto ele me empurra para dentro do carro e fecha a porta.

- Sim loira - diz Carlos sentando no banco do carona. - Como espera passar três semanas em alto mar sem qualquer suprimento.

Faço uma careta. Em poucos minutos estamos no mercado. Compramos tudo que precisaremos. Tudo mesmo. É tanta coisa que eu e Bia vamos esmagadas no carro. Chegamos ao deque e colocamos todas as compras no barco. Em alguns minutos partimos para o alto mar.  




Uhul, postei.

A primeira menina que comentar aqui será uma personagem do meu livro :3

Espero que gostem, embora o capítulo tenha ficado sem gracinha, mas o próximo estará toooop

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Beijos Nildos

NatáliaB.

Filha do Mar [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora