Filhinho de papai

XXV Capítulo- parte 1

"Ela é fria igual à gelo, mas nas mãos certas ela se derrete".

Ofélia Santos
Loucura é pouco para decrever o momento da minha vida que estou vivendo. Tantas coisas na cabeça, tantos problemas, preciso me acertar. Hoje, literalmente, é um dia super corrido. Preciso acertar os últimos detalhes para a festa de aniversário do Benjamin que será amanhã, preciso ir na faculdade saber como ficará meu ano, pois perdi mais de um mês de aulas, e ainda preciso ir na reunião do colégio do Claiton e do Naldo.

-Você vai sair hoje? - Noah pergunta enquanto terminamos de nos arrumar no nosso quarto.
-Vou, você vai passar o dia na Lusitano?
-Sim, há um desvio ainda maior na conta da Lusitano, e contratei uma empresa para investigar isso para mim.
-Então nos vemos no fim do dia, tchau - dou um selinho rápido nele e desço.

É, estamos um pouco afastados um do outro. Nossa relação não anda em uma das melhores fases, e eu mesma, não estou sabendo lidar com isso. Deixo o Benjamin na creche, e vou para a minha faculdade. Converso com a diretora para saber se eu perderia o ano, ou se podia tentar acompanhar a turma. Como eu estava com atestado médico, consegui uma imensa lista de lições de casa para recuperar a nota perdida. Mas todo sacrifício é válido, afinal, é o meu último ano. Depois passo no buffet que escolhi para a festa do Ben, para conferir se tudo está ok. Confesso que me empolguei bastante com esse aniversários, e estou investindo horrorres nele, mas meu filho merece uma comemoração decente. Meus outros filhos já estão morrendo de ciumes, prevejo que esse ano ainda vou ter que organizar outras três festanças. Depois passo no shopping para comprar a roupa que o Ben vai usar no dia, me permito a gastar um pouquinho mais, e depois de pegar ele na creche, volto para casa.

-Mamãe cadê papai? - Ben pergunta correndo pela sala.
-Seu pai está trabalhando. Para de correr. Vamos tomar banho - tento pegá-lo mas ele saí correndo.
-Num quero. Quero papai!
-Ben-ja-min - falo pausadamente.
-Ah nem mamãe!

Corro atrás dele que foge ainda mais de mim, e fico que nem uma boba tentando pegá-lo. Acabo rindo da situação, enquanto o danano brinca com a minha cara.

-Ah como eu amo vocês - escuto a voz rouca do Noah.

Olho para a porta, e o encontro encostado no batente da porta. Vestindo um terno feito sob medida, que deixa seu corpo ainda mais irresistível. Ele sorri apaixonado ao nos observar, e eu não resisto em sorrir ainda mais.

-Papai! - Benjamin sai correndo e gruda na sua perna.
-Oi filhão, estava com saudades de você também - Noah pega ele no colo.
-Que ciúmes que sinto de vocês! - finjo estar emburada, mas na verdade, admiro demais essa relação que eles construíram.
-Ah amor, não fica com ciumes do meu grudinho, eu amo você também - Noah me beija.
-Estava tentando dar banho nesse mocinho, mas ele resolveu brincar comigo hoje - Ben ri e esconde o rosto no pescoço do Noah.
-Pode deixar que agora eu cuido dele, me dê um beijo - beijo sua boca e ele sobe.

Penso em sentar e relaxar um pouco, estou com minhas pernas doendo, mas ai me lembro que esqueci da reunião no colégio do meninos. Confiro o horário, e se eu correr consigo pegar pelo menos um pedaço da reunião. Grito avisando ao Noah que iria sair, e saio de casa literalmente correndo.

Consigo pegar a reunião quase inteira, e fico por dentro da situação dos meus dois 'mocinhos mais velhos'. Fico imensamente feliz ao saber que tanto o Claiton, quanto o Naldo, estão indo excepcionalmente bem. Me orgulho ainda mais em relação ao Claiton, ele me jurou que largaria as drogas, e cumpriu com a promessa. Saio da sala de reuniões, e encontro os meninos me esperando no pátio.

-Vamos mocinhos? - eles sorriem ao me ver.
-Você veio Lia - Claiton sorri ainda mais.
-Eu disse que viria. Vocês são meus filhos, lembram?
-Sim mãe, lembramos - Naldo me abraça.

Sinto meus olhos se encherem de água ao ouvir ele me chamar de mãe. Como é gratificante isso, não consigo nem expressar com palavras o que estou sentindo.

-Merecemos uma pizza de jantar mãe? Ou só recebeu reclamações? - Claiton pergunta enquanto caminhamos em direção ao carro.
-Merecem uma pizzada! Só recebi elogios.
-Ai sim! Quero uma de sensação.
-Eu quero uma de quatro queijos.
-Tá bom, vamos comprar todas que vocês quiserem. Agora vamos embora que deixei o Noah e o Benjamin sozinhos em casa, eles devem estar aprontando todas.

(...)

Chegamos em casa, e nem parece que faz menos de três horas que estou na rua. Benjamin e Noah fizeram uma bagunça!

-Misericórdia, que furacão passou por aqui? - recolho a coberta do Ben que achei no chão.
-O Benjamin está um pouco agitado hoje - Noah aparece na sala todo despenteado. Seguro o riso.
-Mamãe, quero chocolate! - Benjamin corre pela sala
-Quando que você não quer chocolate? - Claiton ri.
-Lia, vou sair com o Alemão-  Somálian aparece na sala toda produzida.
-E eu deixei? - Noah faz uma cara, que não consigo não rir.
-Sai do meu pé - Má diz.
-Sai do meu pé chulé - Benjamin grita ainda correndo.

Todos nós rimos.

-Somálian eu te quero em casa meia noite. Nada de dormir na casa dele - digo séria.
-Ok mamãe! - ela distribui beijos, e quando passa pelo Noah, ele abaixa seu vestido.
-Credo, que negócio curto - ele reclama.
-Que pai ciumento que você foi arrumar para nós, hein?! - Somálian diz rindo - eu vou nessa - ela sobe o vestido deixando ainda mais curto apenas para provocar o Noah - beijos de luz.
-Queremos pizza - Naldo pede se jogando no sofá. 
-Eu vou comprar, o que vocês querem bebês? - Noah, como sempre, não perde a oportunidade para brincar.

Fizemos nossos pedidos, e o Noah foi buscar as pizzas. Dei um jeito na casa, mandei o Claiton e o Naldo tomarem banho, pois o Benjamin já estava super bem cuidado pelo Noah. Teminamos nossa noite de sexta-feira com uma pizzada em família, e depois fomos nos deitar. Benjamin após botar muito fogo na casa, capotou em um sono profundo. Deito-me ao lado do Noah, e ele me puxa para o seu peito.

-Como foi o seu dia hoje? - ele pergunta.
-Um pouco corrido, mas pelo que me lembro, consegui fazer tudo que eu precisava. E o seu dia?
-Foi estressante, mas conseguimos barrar o desvio de dinheiro na Lusitano, agora só estamos tentando descobrir quem é o culpado.
-Segunda-feira eu volto à trabalhar, ai você vai me deixar à par de tudo que está acontecendo.
-Sim senhora chefe! - ele brinca e eu sorrio - eu estava pensando - ele passa a mão pela minha barriga - se não poderíamos aproveitar que todo mundo já está dormindo, e ficarmos juntos...
-Resolveu transar comigo senhor Noah? - digo já animadinha demais.
-Transar não, fazer amor. Espera aí, que eu tive uma ideia.

Ele pula da cama, e mesmo com a calça do pijama, consigo notar que seu amiguinho já está bem acordado. Noah volta ao quarto alguns minutos depois, com uma vasilha con chocolate derretido, e uma vasilha com morangos.

-Você tá doido? Eu querendo... você sabe. E você querendo comer? - pergunto incrédula.
-Quero. Quero comer os morango com chocolate, e você - diz com um sorriso sexy.
-O quê?
-Eu-quero-comer-os-morangos-com-chocolate-e-você - diz pausadamente.
-Eu amo morangos... - roubo um da vasilha, mergulho no chocolate derretido e como - que delícia!
-Ah amor, que isso, não precisa elogiar - Noah brinca tirando a camiseta.
-Estou falando do morango - rio - mas pensando bem, você também é uma delícia.
-Você que é - ele deita sobre mim - e ai, vamos brincar?

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