Filhinho de papai

Bônus Enzo & Angélica ❤

Enzo Sousa
O fato é que não importa quanto tempo demore, mas um dia você encontra uma pessoa especial. Aquela que é diferente de todas, que prende sua atenção, que você quer ficar perto o tempo todo, pois não enjoa, só cultiva o gostinho de 'quero mais'. E a minha vez de se apaixonar chegou, aos vinte e quatro anos. Para alguns pode ser cedo, mas francamente? Já estava na hora de amadurecer. O seu nome é Angélica, para os mais íntimos Angel. As vezes acho que meu coração vai explodir de tanto amor. Tá, eu sei que soou meio viado, mas quando o cupido finalmente acerta a gente, não tem como fugir. Aceita logo que dói menos.

Estou na empresa vendo uma novo projeto, eu sou engenheiro e adoro o que faço. Não vejo a hora de construir uma casa para mim e para a Angel. No nosso namoro os papéis são invertidos, geralmente é a mulher que sonha em casar, mas no nosso caso, esse papel é meu. Meu celular vibra em cima da minha mesa e não me dou o trabalho de olhar, deve ser alguma mensagem da operadora ou alguma notificação sem importância. Só quando ele vibra três vezes seguidas eu resolvo olhar. Deve ser a Angel, ela que tem mania de mandar mensagens cortadas, ela nunca escreve tudo o que tem a dizer em uma mensagem só. Mas se bem que agora ela está dando aula, não deveria estar no celular. Mesmo assim resolvo conferir.

"Tive um problema na escola
Angel."

"Pode me buscar?
Angel."

"Estou sem carro, lembra?
Angel."

Pego o projeto que estava trabalhando e guardo na minha pasta, termino de ver isso em casa. Passo na sala do meu sócio e aviso que estou indo embora mais cedo. Enquanto espero o elevador chegar mando uma mensagem para Angel.

"Estou saindo da empresa agora amor. Me espera
Enzo".

Dirijo até a escola em que Angel trabalha, e ela está no portão me esperando. Logo que paro o carro ela entra.

-Oi bebê - ela diz me dando um selinho.

Eu já insisti um trilhões de vezes para ela não me chamar de bebê, mas não funciona.

-Oi amor, o que houve? - coloco o carro em movimento.
-Problemas com aquela diretora novamente! Não aguento mais... - coloco a mão na sua coxa e fico fazendo carinho.
-Vai trabalhar comigo amor. Você gosta tanto de decorar.
-Mas eu sou formada em pedagógia Enzo, o que eu vou fazer em uma empresa de engenharia cívil e arquitetura?
-Nada te impede de fazer uma outra faculdade. Você gosta mesmo de pedagogia? - pergunto mesmo já sabendo da resposta.
-Foi o que deu para fazer - comenta triste.
-Então agora você escolhe o que quer fazer que eu te ajudo.
-Como assim?
-Escolhe a faculdade que quer fazer e eu pago as mensalidades, o material, o que precisar. O ano começou agora, ainda dá tempo de você entrar no primeiro semestre.
-Imagina Enzo! Deixa quieto, eu já estou formada mesmo.
-Angélica! Para com esse comodismo, você não está satisfeita com a profissão, estou te dando toda assistência para você fazer o que quiser, basta querer.
-E eu quero...
-Quer o quê? - instigo estacionando em frente à uma sorveteria.
-Decorar casas, shoppings, comércios - diz sonhadora.
-Então amanhã mesmo vamos te matricular em uma faculdade de arquitetura - descemos do carro e entramos na sorveteria de mãos dadas.
-Enzo você é impossível! - ela ri.
-Eu só quero de te ver feliz. Se você estiver bem, eu vou estar também.
-Eu te amo - ela sussura no pé do meu ouvido e todos os pelos do meu corpo se arrepiam.
-Eu também. Agora, vamos nos casar?

Já fiz essa pergunta um milhão de vezes mas Angel nunca aceita. Acho que é porque eu ainda não acertei no pedido.

-Você não desiste, né?!
-De você? Nunca.

Nos beijamos apaixonadamente, de um jeito calmo, amoroso, de um jeito que é só nosso.

-Que sabor vai querer hoje? - pergunto a Angel. Ela é apaixonada por sorvetes.
-Sabe que eu gosto de todos... Mas vou querer uma bola de amor em pedaços e uma de floresta negra.
-Ótima escolha! Espera aqui que vou buscar para gente.