XXII Capítulo - Parte 2

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"É preciso amar...
As pessoas como se não houvesse amanhã".

Noah Sousa
Lá estava a mulher da minha vida. Deitada em uma cama, com os olhos abertos à procura de alguém. Seus hematomas, agora levemente roxeados, estavam espalhados pelo corpo inteiro, e isso me causa um desespero sem igual. Quem quer que seja que tenha feito essa maldade, com toda a certeza do mundo, vai pagar por isso.

-Noah...! - ela sussurra baixinho quando me vê.
-Oh meu amor!

Caminho em passos largos até a beirada de sua cama e beijo seus cabelos.

-Eu senti tanto medo de te perder! - digo fazendo carinho nela - eu precisei dessa tragédia para saber o quanto eu gosto de você Lia. Me perdoa por tudo, do fundo do meu coração.
-Calma Noah - ela dá um sorrisinho - já está perdoado.
-Oh! Como você é perfeita querida - sussurro todo apaixonado.
-O que fizeram com o Noah que eu conheço? Esse daqui tá muito educado e carinhoso - pergunta divertida.
-Engraçadinha! - rio e faço carinho em sua bochecha - aquele Noah não existe mais. Agora eu sou um novo homem - digo totalmente sério.
-Eu sei sobre a morte do seu pai, e eu sinto muito, muito mesmo. Ele também era como um pai para mim.
-Lia, o que mais me doeu na morte do meu pai, foi saber que ele foi embora levando uma péssima imagem de mim. Eu nunca fui motivo para orgulho, e também não é para menos, eu aprontava todas - seguro as lágrimas que insistem em cair.
-Querido - ela diz segurando minha mão - o importante é que você resolveu mudar. Antes tarde do que nunca - ela abre um espaço na cama e levanta a coberta que a cobria - deita aqui comigo.
-Eita, cadê a Lia que eu conheço? - retruco a pergunta que ela me fez agora de pouco.
-Vai, deita logo antes que eu desista.
-É dessa Lia que estou falando! - rimos.

Deito-me ao seu lado, mesmo sabendo que não deveria. Passo um dos meus braços pela sua cintura e fico fazendo carinho em suas costas. Nossos rostos estavam tão próximos, que a vontade de beijá-la foi inevitável. Encosto meus lábios nos seus, e ao contrário do que pensei, ela puxa minha cabeça de encontro com a sua e intensifica o beijo. Nossas línguas dançam, uma na boca do outro, nossas respiração falhas, e nossos corações à mil. Talvez seja cedo para dizer, mas eu amo essa mulher.
Quando nos afastamos do beijo, Lia exibe um sorriso lindo para mim.

-Eu aceito esse novo Noah.
-Mas eu nem pedi nada - digo rindo.
-Mas eu sei que você me quer - ela ri também.
-Acertou!
-Noah, e os meus filhos? Soube que era você que estava cuidando deles.
-É, sou eu mesmo. Eu me mudei para sua casa, e assumi o papel de Pai de Família - digo todo orgulhoso.
-Meu Deus! Eu não consigo acreditar nisso - ela sorri toda surpresa.
-Então pode acreditar. E saiba que eu estou me saindo muito bem, e eles me amam.
-Olha Noah - ela fica séria derrepente - eu estou confiando em você, estou lhe dando uma segunda chance, pois sinto do fundo do meu coração que você realmente mudou. Mas saiba que, o que mais me preocupa são as crianças. Se você me decpecionar, tudo bem, eu supero. Mas se decepcionar os meus filhos, ai teremos problemas.
-Lia, agora então, eu lhe digo, do fundo do meu coração, que nesses últimos quinze dias, eu me tornei um novo homem. Me tornei um pai. Eu te juro, que eu nunca vou decepcionar nenhum de vocês cinco, e vou cuidar e amar todos vocês até o resto de nossas vidas - digo sério.
-Então meus filhos ganharam um pai? - ela pergunta com lágrima nos olhos.
-Sim. E você ganhou um marido.

Beijo seus lábios com vontade, mas ao mesmo tempo com cuidado para não machucar ainda mais ela. Quando nos afastamos olho em seus olhos, que estavam alegres, e me pergunto se eu realmente mereço tudo isso. Lia deita eu meu peito, e eu começo à fazer um carinho gostoso em seu cabelo.

-Agora me conte como foram esses quinze dias sem mim.

Inicio uma longa narração de tudo que aprontamos sozinhos naquela casa, e também conto sobre o meu sofrimento e o sofrimento da minha família ao perder meu pai. Quando são por volta das doze horas, o almoço de Lia chega. Saio da sua cama, ao receber um olhar nada receptivo da enfermeira.

Filhinho de papaiOnde histórias criam vida. Descubra agora