Capítulo 1: rapto

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Sirenes. Luzes azuis e vermelhas circulam à minha volta. Rose, a minha única filha acabou de ser raptada mesmo à minha frente e nem eu nem o meu marido, Tom, padrasto da Rose, pudemos fazer nada...

Os momentos repassam na minha cabeça como num filme, já passaram 3 horas e as buscas continuam mas eu sei que elas não vão dar em nada... Eu apenas preciso de ter esperança... Eu preciso de acreditar que ela está bem e que vai voltar para casa comigo...

- MIA!!!! - ouço alguém chamar-me e reconheço a voz imediatamente.

James, o meu ex-marido, aquele com quem eu já não falo à 6 anos, (desde que nos divorciámos quando a minha filha tinha apenas 10 anos), pai da Rose, e meu primeiro grande amor... Estava tão ocupada a pensar na minha filha que nem me lembrei que ele estava na mesma situação que eu.

- Jake!!! - eu vou a correr em direção a ele. Ele ao me ver abre os braços instantaneamente e aperta-me num abraço que eu nunca mais pensei voltar a sentir. A forma como de repente as ideias se amontoam na minha cabeça até me faz arrepios...

- Mia Smith? - alguém me chama. Olho de relance sem me afastar muito do James e encaro o agente que está diante de mim com um bloco de notas. - eu sei que a altura não é oportuna mas eu precisava que me contasse exatamente tudo o que aconteceu à 4 horas quando a sua filha desapareceu - ele pergunta-me. Eu nunca esquecerei aquele momento quando olhei para o lado e ela já não estava lá...

Flashback on:

- Mas mãe eu TENHO que ir àquela festa na sexta-feira! Toda a gente vai lá estar, incluindo o Dylan, e tu sabes que eu gosto dele desde o 7° ano!! - a minha  filha de 16 anos encara-me com os seus olhos verdes a brilhar, enquanto me implora para ir a uma festa de uns colegas dela cujo os pais eu nem conheço.

- Não Rose! Já te disse que nunca te vou deixar ir a uma festa dessas sem eu conhecer os pais da anfitriã, e claro que nem penses que te deixo ir para uma casa no meio do nada e a 20 Km de qualquer habitação ás 23h entendido minha menina! - digo, já ficando cansada daquela conversa.

Eu, o meu marido Tom e a minha filha Rose estamos num parque de diversões a passear. Parámos por um segundo em frente a uma roulote de comida e ela aproveita logo para me falar da tal festa, onde o tal Dylan se vai declarar a ela.

- Mas mãe... - ela é interrompida por Tom.

- Não ouviste a tua mãe?? Acabou aqui a conversa, a menina não vai à festa e acabou!

- Hur! Odeio-vos e odeio não poder ir à melhor festa do ano! - ela grita, e apesar de eu saber que aquela reação é momentânea e que ela não sente mesmo aquilo em relação a nós, o meu coração aperta-se. Olho para Tom que tem uma expressão sorridente no rosto por ter conseguido o que queria - proibi-la de ir à tal festa - pelo canto do olho vejo Rose a bater com os pés no chão enquanto caminha para um dos bancos.

- Não precisavas de ter sido tão rud... - sou interrompida pelo grito assustado de uma rapariga, mas não era uma rapariga qualquer, era a minha Rosie que estava a ser transportada num dos ombros de um homem alto, com cabelo preto e moreno.

  - ROSIE!!!! - eu grito a plenos pulmões enquanto corro em direção ao misterioso homem que corre com um grande avanço - ALGUÉM ME AJUDE!!!!!!!

É tarde de mais. Não acredito. O homem atirou a Rose para o porta bagagens de um carro cinzento escuro e ele próprio entrou para o lugar do condutor, arrancando a toda a velocidade e deixando-me em choque no local onde antes estava o carro. Não. Rose. O que é que eu fiz.

- Mia tem calma, a polícia já vem a caminho - Tom abraça-me e limpa-me as lágrimas que escorrem pelo meu rosto.

Não...

Flashback of

As lágrimas ainda escorrem pelo meu rosto. A minha única filha. A minha Rosie. Só de pensar que a última coisa que ela me disse foi que me odiava.

Não... Isto não pode estar a acontecer... Não comigo...

- Mia - o James chama-me.

O ladrão de floresOnde histórias criam vida. Descubra agora