Capítulo 18: Grávida?

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16 anos atrás:
(ano de 2000, em que a Rose nasceu)

- Grávida?? - a minha melhor amiga pergunta-me, enquanto me olha incrédula. - Mas... como é que isso aconteceu.

- Joanna acho que sabes muito bem como é que aconteceu! - eu respondi séria. - a pergunta é: como é que eu vou contar à minha família? Como é que eles vão reagir? Como... Como é que o James vai reagir? E se ele me deixar?

- Calma Mia! Primeiro: a primeira pessoa que precisa de saber é o James, depois mediante da sua reação tomas as outras decisões que serão necessárias para responder a todas as perguntas que tenhas. Segundo: Achas mesmo que o Jake te vai deixar? Ele ama-te mais do que tu alguma vez vais suspeitar. - suspirei aliviada ao ouvir aquelas palavras. Realmente a minha melhor amiga sabe sempre o que dizer.

- Bem,... então o que é que eu faço?

- Hoje não ias jantar como o James? - assenti. - então aproveita para lhe contar!

- Tens razão, vou fazer isso...

- Eu tenho sempre razão! - ela sorriu convencida e ambas começámos a rir.

**********

E aqui estou eu, a passear de mãos dadas com o meu namorado depois de um jantar onde estive a juntar coragem para lhe contar e a rezar para que ele não me abandone.

- Jake... Eu- eu...- comecei.

- Está tudo bem Mia? Pareces preocupada...

- Eu tenho de te contar um coisa e é muito importante.

- Amor sabes que podes contar comigo para o que precisares...- ele sorriu (aquele sorriso que eu adoro) e eu decidi que não podia andar mais com coisas: tinha de lhe contar logo.

- Jake eu estou grávida.- ao princípio ele parecia surpreso, apertou mais a minha mão como se se estivesse a certificar de que era realidade e depois sorriu ainda mais e abraçou-me:

- Estás a falar a sério Mia? Eu vou ser pai? - ele perguntou e pude perceber uma lágrima de felicidade escorrer-lhe pelo rosto.

- Claro que estou a falar a sério! Então isso quer dizer que não me vais abandonar?

- Abandonar? Eu nunca mais te vou largar! Tu até vais ficar cansada de me ter sempre ao pé de ti... Eu vou ser pai! - ele sorriu pela milésima vez nessa noite.

- Tu vais ser pai amor! - eu sorri e ele beijou-me. Nesse momento começou a chover e nós corremos para debaixo de um toldo que logo reconheci como a florista da minha tia.

O James sorriu e eu ao início não percebi o porquê, só quando ele tirou uma das rosas que estava num dos vasos cá fora e ma entregou é que eu entendi.

- Estás a tornar-te num ladrão de flores. - eu disse na brincadeira.

- Eu por ti faço tudo Mia! Bem, por ti e pelo nosso filho!

- Como é que sabes que não é uma menina? - eu perguntei.

- Não sei, mas se ela for tão linda como tu então espero que seja uma menina. - eu ri-me e ele aproximou-se mais de mim, fazendo-me pôr os meu braços por cima dos seus ombros e ele à volta da minha cintura.

- Eu amo-te Mia! - ele disse um pouco alto demais.

- Não queres dizer mais alto! - eu brinquei.

- Já que insistes. - eu posicionou-se e gritou a plenos pulmões.- EU AMO A MIA SMITH! - eu ri-me um pouco envergonhada mas logo me juntei a ele.

- EU AMO O JAMES MCAVOY!

**********

Combinei com o James que hoje mesmo vamos contar ao meu pai e ao meu irmão. Quando a chuva parou fomos a pé até minha casa e a meio eu tive um ataque de riso.

- O que foi amor? - ele perguntou num misto de preocupado com curioso.

- Tu disseste que se fosse uma menina e fosse tão linda como eu então era bom certo? - ele assentiu. - então... Estás a dizer que achas o que irmão bonito! - eu continuei a rir-me.

- Sim meu amor! Eu acho o seu irmão tão lindo que até acho que o vou pedir em namoro, o que achas fofa? - ele disse a imitar por completo um gay o que me fez rir ainda mais.

A viagem até casa continuou animada mas assim que cheguei à porta de casa perdi quase toda a coragem. Mesmo assim abri a porta de casa e fui direta para a cozinha onde sabia que o meu pai estaria. Assim que entrei, seguida pelo James, reparei que tanto o meu pai como o Salvador estavam na cozinha. O meu irmão sorriu-me de um jeito compreensivo, provavelmente a Joanna já lhe contou.

- Pai, eu e o James precisamos de lhe contar uma coisa...- ele parou o que estava a fazer e olhou para mim preocupado.

- Claro filha, diz. - sentámos-nos todos na mesa de jantar e eu respirei fundo para ganhar coragem. Por debaixo da mesa consegui sentir a mão do Jake na minha perna, a dar-me força. Sorri para este e ele piscou-me o olho.

- Muito bem pai, eu vou ser direta: eu-eu estou grávida...- estava à espera de ouvir um sermão vindo dele, afinal não é todos os dias que um pai recebe a notícia de que a sua filha de 17 anos está grávida não é? Mas em vez disso ele apenas disse:

- Mia, não te vou mentir: é óbvio que por mim tu esperavas mais uns bons 10 anos, mas não te vou obrigar a abortar e muito menos zangar-me contigo ou guardar rancor de um filho. Eu nunca fui de julgar e não é agora que vou começar. Meu anjo, se tu estás feliz, eu estou feliz. - eu sorri ao ouvir o meu pai dizer isto.- e tu rapaz? - apontou para o Jake. - estás pronto para assumir um filho? É que se tu pensas sequer em abandonar a minha filha numa altura destas eu juro que este será o único filho que alguma vez poderás ter ouviste?

- Si-sim senhor! - ele respondeu de imediato, talvez porque estava um pouco intimidado. - Não se preocupe senhor, eu amo a Mia e nunca a abandonaria, muito menos numa altura destas!

- Acho bem rapaz! Mas estás avisado se...- o meu pai continuou mas eu interrompi-o.

- Ok pai acho que ele já percebeu... Nós vamos lá para cima. - disse puxando o James por um braço.

Subimos para o meu quarto e ficámos a combinar a forma como contaríamos aos seus pais quando fomos interrompidos pelo meu irmão:

- Mia, posso falar contigo? - eu olhei para o James como quem diz: conversa de gémeos e ele entendeu:

- Tudo bem, vemos-nos  amanhã na escola. Dorme bem amor. - despedimos-nos com um beijo e ele saiu.

- Mia, eu já sabia de tudo, a Joanna contou-me...

- Eu calculei. Então... Estás muito desiludido?

- Eu? Desiludido? Só espero que seja um rapaz para o poder ensinar a jogar à bola!  - sorrimos ambos, Ah os rapazes podiam ser tão infantis. - Bem mas agora é melhor descansares, que amanhã temos escola. - eu assenti. Quando ele estava quase a sair do quarto chamei-o.

- Salvador! - eu olhou para mim. - dormes comigo hoje? - fiz beicinho.

- Claro Minnie! - ele respondeu e saltou para a minha cama.

- Obrigada mano! Bem ao tempo que já não me chamavas Minnie...

- Pois é, mas não te preocupes que lá por eu não te chamar Minnie não significa que não te chame isso na minha cabeça! - ambos ri-mos e endireitámos-nos na cama.

- Boa noite mano. - eu desejei.

- Boa noite Minnie. - ele desejou e depois ambos caímos num sono profundo, sempre abraçados.

O ladrão de floresOnde histórias criam vida. Descubra agora