Capítulo 17: fotografias

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Não consegui dormir muito bem, estava sempre a acordar e parecia que cada barulho lá fora era um sinal para que me levantasse. E assim o fiz. Levantei-me com cuidado e olhei para as horas: 6:37.

Saí do quarto, sempre em silêncio para não acordar o James, e como não sabia para onde ir, dirigi-me à cozinha e bebi um copo de água. Enquanto bebia olhei em frente para o enorme corredor desta casa e um quarto chamou-ma a atenção: o quarto da Rose. Foi a única divisão em que ainda não entrei desde que aqui estou. A curiosidade tomou conta de mim e eu andei calmamente até à porta do quarto. Por um segundo hesitei em entrar mas era o quarto da minha filha, e eu merecia vê-la, mesmo que fosse apenas por fotografias ou recordações.

Abria a porta com cuidado e deparei-me com um quarto pequeno mas confortável, com uma cama encostada à parede e todo iluminado por umas luzes de Natal, que estavam presas à parede, a iluminar umas fotografias:

Abria a porta com cuidado e deparei-me com um quarto pequeno mas confortável, com uma cama encostada à parede e todo iluminado por umas luzes de Natal, que estavam presas à parede, a iluminar umas fotografias:

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Estava todo desarrumado (típico da Rose), mas não liguei muito e dirigi-me à parede com fotografias. Tinha algumas dela com o Kay (tão queridas!), outras com o Dylan (que por mim podiam ser dispensadas), havia umas com as amigas e colegas de escola (que eu não consegui decorar o nome) e ainda com a Gracie.

Mas aquela que me chamou mais a atenção foi uma da Rosie quando tinha 8 anos, eu e o James, todos juntos e abraçados. Naquele dia tínhamos ido comer gelado e por isso a Rose estava cheia de gelado na boca, tal como o James que não estava melhor, e eu não me parava de rir com a situação:

Flashback on:

- Rose queres um gelado de quê? - perguntei à minha filha.

- Huum,...- ela pareceu pensar mas eu já sabia o que é que vinha dali.- pode ser...

- CHOCOLATE! - gritámos eu, a Rose e o James ao mesmo tempo.

Assim que entreguei os gelados para a minha família virei-me para pagar. Quando terminei, agradeci e virei-me novamente para trás e qual não foi o meu espanto quando vi que os dois se encontravam numa luta de gelados, mas pararam assim que me viram.

- O que é se passou? - fingi que estava zangada.

- Foi ele/ela que começou! - acusaram-se, logo eu seguida apontando o dedo indicador um para o outro e rindo, ambos com a boca toda cheia de gelado de chocolate.

- Oh não te chateies amor! - o meu marido veio abraçar-me e eu continuei a fingir que estava zangada. - Vá eu dou-te um beijinho!

- Hurgh não que nojo! Estás cheio de chocolate na boca toda! - eu disse mas já era tarde de mais: ambos se aproximaram de mim e começaram a beijar-me as bochechas e consequentemente a suja-las todas. Depois de muita sujeira, eles olharam para mim satisfeitos e sorriram. Era impossível não sorrir também!

- Hey Mia, que tal tirar-mos uma fotografia? - o Jake inquiriu.

- Neste estado? - eu perguntei incrédula.

- Sim! Vais ver que daqui a uns anos vamos olhar para esta fotografia e sorrir ao nos lembrarmos deste dia! Pode ser? - ele fez beicinho. Credo, ás vezes ele parece mais criança que a Rose!

- Está bem! - cedi. Tirei a câmara da mala e tirei uma fotografia de nós os três.

Flashback off

Aqueles sim eram bons tempos! Tempos em que éramos uma família unida que ficava a fazer guerras de gelado no meio da rua sem nos importar-mos em tirar uma fotografia naquele estado só para que anos mais tarde ríssemos das figuras que fazíamos... Deixei uma lágrima cair ao relembrar que essa família já não existia. Senti dois braços fortes agarrarem-me por trás e transmitirem-me segurança. Voltei-me para o dono desses braços e este demonstrava umas olheiras de quem também não estava a conseguir dormir.

- Mia...- ele começou.

- James...- eu completei-o e ele riu.

- Tu não devias estar aqui.- ele continuou a falar, enquanto me olhava com um olhar um pouco preocupado.

- Mas estou. Precisava de ver alguma coisa que me lembrasse dela...- quando ia contar-lhe que me estava a lembrar de quando ainda éramos casados o meu telemóvel tocou. Porque é que ele me estava a ligar a estas horas?

O ladrão de floresOnde histórias criam vida. Descubra agora