Presente
James POV:Alguma coisa não estava bem. Quando o Tom foi lá a casa ele disse que tinha visto nas notícias sobre o acidente, mas por segurança, os polícias pediram para esta história ser um segredo e que não passasse nas notícias.
Desde o início que eu suspeitava do Tom: ele estava no local do acontecimento, desapareceu misteriosamente quando se iniciaram as buscas e agora isto? As minhas suspeitas tornaram-se realidade quando recebi uma mensagem de um nº desconhecido a dizer um local para me encontrar com o raptor, se não a Rose morria. O nº era o mesmo que me tinha mandado a mensagem ontem, quando estava no quarto da minha filha. Decidi não envolver a polícia desta vez: da última vez que o fizemos quase morremos numa explosão por isso prefiro não arriscar mais. Também não avisei a Mia, porque não a queria pôr em risco.
Sai de casa ás 4h da madrugada e dirigi-me ao local pretendido. Tratava-se de um descampado mal iluminado, o local prefeito para um assassino matar a sua vítima. Ainda não estava lá ninguém quando cheguei mas não demorou muito para que um carro parasse em frente a mim.
- Entra. - um homem de cabelo escuro disse, apontando-me uma arma. Fiz o que ele pediu e entrei na carrinha. O passeio de carro foi silencioso mas não era eu que ia quebrar o silêncio e arriscar levar um tiro. Tive o cuidado de observar tudo lá fora, para saber para onde estávamos a ir.
- Chegámos. - o homem informou, enquanto me mandava sair. Desta vez estávamos num armazém que parecia abandonado.
- James McAvoy! - ouvi uma voz dizer, enquanto uma sombra se dirigia a mim.
- Tom Wrigh...- respondi no mesmo tom.
- Não me surpreende que já saibas que sou eu. Sempre soube que eras esperto. - ele disse enquanto se aproximava mais de mim.
- Vai direto ao assunto: onde está a minha filha?
- Vocês ouviram-no! Tragam a miúda! - de repente apareceu uma mulher a segurar no braço da Rose, que estava com um gorro a tapar a cabeça. A mulher, assim que chegou ao pé do Tom, passou a minha filha para os seus braços e tirou-lhe o gorro.
- Rosie! - tentei correr até ela mas o mesmo homem que me trouxe aqui impediu-me.
- Papá! - ela tentou soltar-se mas sem resultado.
- Dá-me a minha filha! Eu faço qualquer coisa! - implorei.
- E que tal... Se eu ficar com vocês os dois? - ele sorriu com a sua ideia e acenou com a cabeça para o homem atrás de mim. Este, assim que percebeu o sinal, colocou um pano na minha boca, e aos pouco tudo apagou.
*****
Acordei com uma grande dor de cabeça e quando olhei em volta vi a minha filha a olhar para mim, e a chorar.
- Rosie! - abracei-a. - Filha, eles fizeram-te mal? Alimentaram-te? Como é que te sentes?
- Papá, eu estou bem. Tive tantas saudades tuas! - ela abraçou-me com mais força. Ficamos assim durante algum tempo e só nos separámos quando ouvimos a porta ser aberta.
- Que momento de família feliz lindo! - o Tom disse, com arrogância na voz.
- Tom liberta a minha filha! Ela não te fez nada!
- Enganas-te! Essa criatura nojenta só dificulta a minha relação com a Mia!
- Qual relação?! Tu andas a trair a minha mãe! - a Rose gritou.
- O quê?! Seu...- levantei-me e atirei-o ao chão. Comecei a esmurra-lo mas entretanto chegou o outro homem e tirou-me de cima dele.
- Não devias ter feito isso! - ele gritou enquanto limpava o sangue que lhe escorria do nariz. - Agora é que já não vão sair mesmo daqui!
- Espera! - gritei, quando ele já estava a sair do pequeno quarto. - Se vamos ficar aqui, posso pelo menos mandar uma mensagem à Mia? A dizer que a amo? - a minha filha olhou para mim com os olhos arregalados.
- Tu amas a mãe?! - não lhe respondi e continuei a olhar para o Tom, à espera da sua resposta.
- Está bem, mas eu tenho de a ver antes de a enviares. - concordei e ele deu-me o meu telemóvel.
Digitei o nº da Mia e comecei a escrever:
Estou a escrever esta mensagem como se fosse uma despedida: Com tudo o que ela merece, como uma dedicatória: A minha vida antes de te conhecer não era nada, eu via-te a passar nos corredores e pensava no quanto eras bonita e em como eu queria dizer tudo o que sentia por ti. Rose. Ela foi a prova de que o nosso amor era real. Está claro que não era assim tão real para que uma coisinha de nada, um mal entendido, nos tenha separado, mas eu sei que no fundo ainda me amas como eu te amo. Bem, não sei muito bem o que dizer mas vamos lá continuar porque eu tenho de te dizer tudo o que penso e sinto. Estamos separamos mas isso não quer dizer que tenhamos de o estar. Numa altura da minha vida, quando já não estávamos juntos, sentia que a minha mente eram apenas recordações nossas de momentos felizes. Casa. Sinto falta de te ter lá. É como se ela estivesse Abandonada. Perto do fim vêm-nos à cabeça todas as frases que nunca dissemos mas que precisamos desesperadamente de dizer. Da última vez que me senti assim foi quando nos separamos e eu achei que nunca mais te veria. Fronteira: nunca cheguei a viajar para lá dela mas se sobreviver a isto espero que o possamos fazer, juntos. Amo-te Muito.
Com amor, Jake
O Tom leu a mensagem e quando achou que não tinha nada de mal, enviou-a. E isso foi a certeza de que a Mia perceberia tudo.
![](https://img.wattpad.com/cover/71292628-288-k702995.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O ladrão de flores
Любовные романыQuando a sua única filha, Rose, é raptada, Mia vê-se obrigada a falar com o seu ex-marido, James, com quem já não falava à 6 anos. Ao vê-lo após tantos anos, Mia começa a relembrar-se dos bons momentos que passaram juntos enquanto eram casados. Será...