Capítulo 24: Avanços

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Presente:

Respirei fundo e bati à porta:

- Mia? - o meu irmão olhou-me confuso. - o que é que estás aqui a fazer a estas horas da manhã? Algum desenvolvimento em relação à Rose? - ele perguntou, esperançoso.

Neguei com a cabeça e respirei fundo, outra vez, para tentar afastar as lágrimas:

- A Joanna está? - perguntei receosa.

- Sim, ela está no quarto da Grace. Mas porque é que tu...- não o deixei terminar e entrei em casa, seguindo até ao quarto da Grace.

Abri a porta e vi a minha melhor amiga a arrumar uns brinquedos espalhados pelo quarto, mas parou assim que me viu e reparou no meu estado, vindo abraçar-me rapidamente. Não aguentei e desabei no ombro dela. Chorei pela Rose, por não ter o Tom ao meu lado e principalmente, por estar tão confusa em relação ao James.

- Mia, o que é que aconteceu?

- Ele... Eu... Estou tão confusa Jo! Já nem sei o que sinto...- disse enquanto soluçava.

- Shh, está tudo bem. Eu estou aqui. Mas, já não sabes o que sentes em relação ao quê?

- Ao T-Tom. Eu achava que estava apaixonada mas acho que o que eu sinto por ele é só um amor de melhores amigos. Pelo menos a comparar com o que eu sinto,... Pelo James...- ela sorriu e levantou-me a cabeça.

- Mia, eu sempre soube que tu e o James tinham uma coisa especial, nada comparada com o que tu e o Tom têm. Tu sabes que eu nunca acreditei realmente na tua relação com o Tom, mas apoiei-te na mesma, porque é isso que as melhores amigas fazem. - abracei-a ainda mais e ficámos assim durante alguns minutos, até que eu me levantei e me despedi deles, voltando para a casa do James.

James P.O.V.:

- O que é que eu fui fazer?! Porque é que eu não me controlei?! - dei outro murro na parede e sentei-me na cama, com a cabeça entre as pernas. Não sei por quanto tempo fiquei assim, só sei que só levantei a cabeça quando senti duas mão pequenas e frias contra a minha cara, levantando o meu queixo.

- Mia! Tu voltaste! Desculpa eu não devia ter feito aquilo, mas eu não me consegui controlar e... - ela pôs o dedo indicador por cima dos meus lábios, um sinal claro que de era a hora de me calar. Ela fechou os olhos, respirou fundo e voltou a abri-los.

- Eu também tenho sentimentos por ti, James...- um sorriso enorme apareceu no meu resto. - mas a minha prioridade neste momento é a Rose e eu quero concentrar-me totalmente nela. Talvez quando a encontrar-mos possamos tentar algo mas para já eu quero concentrar-me no presente e não no futuro.

Eu concordei com a cabeça e sorri ainda mais. Ela sorriu também e puxei-a para um abraço.

- Tens razão Mia. Eu estou tão feliz! - ela riu. - Bem, eu tive uma ideia, para tentar encontrar-mos o raptor. - ela olhou para mim, fazendo sinal para que eu continuasse. - Podíamos fazer um lista de suspeitos... - ela sorriu e levantou-se rapidamente, voltando com um caderno e uma caneta. Olhei para ela confuso e ela simplesmente sentou-se ao meu lado na cama.

- Eu já tinha começado a fazer uma...- ela abriu o caderno numa folha toda rabiscada. - mas agora podemos fazê-la juntos.

Eu assenti e ela começou a escrever umas coisas na folha. Uns minutos depois já estávamos os dois a ver a lista e a riscar suspeitos. Olhei para a Mia e esta estava demasiado pensativa.

- Mia, em que é que estás a pensar?

- Há uma pessoa que não está nesta lista, mas que pode ser um suspeito... - desta vez fui eu quem olhou para ela, fazendo sinal para que continuasse. - O Mason.

Levantei-me da cama e levei as mãos à cabeça.

- Pensa bem James! O Mason vive aqui ao lado, logo tem uma visão direta da rotina da Rose e ele pode ter feito isto para me afetar por eu não lhe dar bola!

- Mia, há uma coisa que eu não te contei. Ontem, quando fomos ao quarto da Rose, eu recebi uma mensagem a dizer para me afastar de ti... Se não era a Rose quem sofria...- ela levantou-se também e pôs-se à minha frente.

- Jake, como é que alguém saberia que tu estavas acordado de madrugada e comigo naquele momento?! Só se alguém nos estivesse a observar, alguém que tem uma vista para o quarto onde nós estávamos, ou seja o quarto da Rose. Hoje o Mason disse-nos que tinha vista para o quarto dela. Isso só pode significar uma coisa Jake!

- Ele é o meu melhor amigo. Ele não faria uma coisa dessas. Ele não pode...- voltei a sentar-me na cama e a Mia sentou-se comigo.

- Lamento muito Jake. - ela abraçou-me de lado.

- Eu vou tirar esta história a limpo! - levantei-me rapidamente e comecei a andar para fora de casa, em direção ao prédio ao lado, ignorando a Mia, que me tentava segurar para que eu não cometesse nenhuma loucura, mas a esta altura a raiva já se tinha apoderado de mim.

Toquei à campainha e esperei que o meu melhor amigo abrisse a porta. Assim que o fez, a primeira coisa que viu foi o meu punho na sua cara.

- James? O que é que pensas que estás a fazer?!

- É verdade? - empurrei-o para trás e com a força ele acabou por cair para trás. - Porque é que fizeste isso?

- Mas do que é que tu estás para aí a falar?! O que é que é verdade?! - ele perguntou, tentando levantar-se, sem êxito.

- É VERDADE QUE RAPTASTE A MINHA FILHA?! - ele parou de se mexer e olhou para mim com os olhos arregalados.

- Jake eu...- interrompi-o.

- ENTÃO É VERDADE! SEU...- comecei a esmurra-lo.

- Não é o que estás a pensar eu juro!

- Aí não?! Pois a mim parece-me que é exatamente aquilo em que eu estou a pensar! Porque é que fizeste isto? Onde é que ela está?! - eu parei com os socos e olhei-o com os olhos marejados e preste a chorar.

- Eu juro que estava só a cumprir ordens! Eu não sei onde é que ela está!

- Ordens? Ordens de quem?!

- Eu não sei! Eu juro que não sei! Alguém me ligou e disse que iria depositar 100 mil dólares na minha conta se eu lhe dissesse o horário e os hábitos da Rose! Eu juro que foi só isso!

- Quem é que te ligou?!

- Eu não sei! Era uma voz robótica! James, tu sabes que eu estou falido! Eu nunca pensei que ia ser algo tão grave como um rapto, mas a situação descontrolou-se e quando eu dei conta já não havia saída!

- Não havia saída? Bastava dizeres a verdade! Tu viste-me a sofrer e deixaste-me assim!

- Desculpa! Eu só... Desculpa! - saí de cima dele e olhei para trás, para a Mia que estava a chorar e abracei-a.

- Vai ficar tudo bem... Estamos mais perto que nunca e nada me vai impedir de encontrar a nossa filha! - ela afastou-se de mim e agachou-se ao pé do Mason, que limpava o sangue que escorria do nariz com a manga da camisola.

- Tu vais ajudar-nos a encontrá-la! Quero que ligues para o raptor e que marques um encontro com ele!

- Eu não posso fazer isso! Ele iria suspeitar de certeza!

- Eu não pedi a tua opinião! Agora liga-lhe e marca o encontro! - o Mason assustou-se com o tom de voz e tirou o telemóvel do bolso rapidamente, discando umas quantas coisas e depois entregando o telemóvel à Mia, provavelmente para ela ver que ele não estava a mentir. Quando ela confirmou com a cabeça, ele recolheu o telemóvel e início a chamada.

- Estou? - alguém disse alguma coisa do outro lado. - Hum, eu sei, eu só queria que soubesse que eu sou novo nestas coisas por isso em vez de receber o dinheiro na conta, como era suposto, eu quero recebê-lo pessoalmente! - mais uma vez alguém disse algo do outro lado.- A sério?! Quer dizer, ainda bem que aceitou. Então onde é que nos encontramos? - vozes. - Sim, sim está ótimo! Obrigado. - ele desligou o telemóvel e virou-se para a Mia. - Ele aceitou. Diz que se quer encontrar comigo em frente ao armazém de espuma de barbiar.

- Muito bem, eu vou avisar a polícia. - Afirmei. Está na hora de avançar.

O ladrão de floresOnde histórias criam vida. Descubra agora