O ladrão de flores

Capítulo 5: Uma casa temporária

Chegamos a casa do James, ou melhor ao apartamento. Como o Jake não ganha tanto dinheiro como o Tom, que é médico como eu, não tinha dinheiro para comprar uma casa, então teve de alugar um apartamento. Quando nos divorciámos eu fiquei com a nossa casa e ele é que teve de se mudar. É também por isso que a Rose passa a semana em minha casa e só ao fim-de-semana é que ela vê o pai. Nunca gostei muito deste horário pois a Rose ficava muito pouco tempo com o pai, mas foi assim que o tribunal decidiu e não há nada que eu possa fazer...

A única vez que estive no apartamento do Jake foi no aniversário dos 10 anos da Rose, calhou num sábado e por isso eu tive que vir aqui para dar os parabéns à minha filha.

Confesso que tinha saudades deste apartamento, é um T5 inserido num edifício todo branco. Tem uma grande varanda gradeada com rosas à volta das grades.

Essas rosas fazem-me lembrar as rosas que o Jake me deu no dia a seguir a nos vermos pela primeira vez.

Entrámos e ele direcionou-me para um quarto no fim de um corredor repleto de fotografia de quando nós ainda éramos casados, com a Rose ainda em bebé e algumas já em criança.

Entrei no quarto com ele à minha frente e olhei à minha volta. Tinha uma cama branca à minha frente e de um lado um armário em madeira e do outro uma mesinha de cabeceira e uma janela, que levava a querer que quando era de manhã a luz entrava por ali e iluminava a cama. O James pousou às minhas coisas na cama e disse:

- Este vai ser o teu quarto! Eu vou estar mesmo no do lado e em frente ao meu é o da Rose. O quarto dela tem uma casa de banho mas acho melhor usares a do corredor que é antes da cozinha.

- Muito obrigada Jake, nem sei como te agradecer!

- Não precisas de agradecer - ele aproximou-se e pegou-me nas mãos - e não te preocupes, a polícia vai encontrar a nossa menina...

Senti as lágrimas começarem a formar-se nos meus olhos e encostei a cabeça no ombro do James e este puxou-me mais para perto de si e começou a fazer-me festinhas nas costas, numa tentativa de me tentar acalmar.

Eu estava exausta e depois daquele dia eu só queria dormir, por isso assim que fechei os olhos, adormeci e a última coisa de que me lembro é de ser carregada até à cama, sentir um edredão quentinho tapar-me até aos ombros e por fim, sentir um beijo na minha testa acompanhado por um: boa noite...