O mar

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Partimos para a ilha de Santorini e ficamos no hotel Kavalári: um local extremamente incomum e que fica encravado em rochedos oferecendo vistas espetacularmente românticas.<br>

Fizemos um maravilhoso passeio pelas ruínas da cidade da Thíra Antiga e ficamos freguesas das praias de Períssa e Kamári.

Permanecemos cinco dias na ilha, e na última noite, saímos para um romântico jantar no Nikólas. O local era uma tradicional taverna no coração da região de Firá, onde estávamos hospedadas, e evocava um clima bastante misterioso e agradável de Idade Antiga.

- Amanhã voltaremos para Atenas muito cedo?

- Não lindinha. Sairemos à tarde.

- Hum... – pensou – Então podemos cometer algumas extravagâncias... – sorria enquanto deslizava o indicador pelas bordas do copo.

- Que tipo de extravagâncias ainda não cometemos? – sorri maliciosamente – Curtimos todas as praias possíveis e imagináveis, - ri – até de nudismo! – Camz cobriu o rosto com uma das mãos e ficou vermelha.

- Eu prometi a mim mesma que enquanto viver nunca mais piso em uma praia de nudismo novamente. Nunca passei tanta vergonha na vida! – cobriu o rosto de novo.

- Ah, que é isso... Foi uma boa e divertida extravagância! – bebi um gole de suco.

- No seu caso que não tem vergonha, não é Lauren Jauregui? No meu – apontou para si mesma – a coisa é bem diferente! – levou o garfo a boca.

- Ah meu amor, você pode ter tido vergonha mas valeu a ida! – ri - Bem, continuando com as extravagâncias, saracoteamos por um monte de sítios arqueológicos, visitamos mercados locais e a senhora inclusive comprou tudo e mais um pouco... – ri de novo – Saímos à noite, fizemos amor com uma religiosidade incrível... Que mais falta?? Se for provar droga ou mandar ver num ménage eu tô fora! – pensei – Quer dizer, dependendo do terceiro elemento... – olhei para ela esperando reação.

Levei uma cutucada por debaixo da mesa. Camz riu e balançou a cabeça negativamente.

- Ai Lolo, você... – sorriu - Eu digo algo do tipo provar das bebidas típicas. Estamos em um restaurante de legítima culinária grega. Por que não provamos o famoso oúzo?

- O que? O tal licor de anis?? – perguntei surpresa – A tal bebida que os gregos aí tomam e depois ficam tudo dançando e pagando mico? Tô fora! Os bichos bebem e ainda quebram os pratos do restaurante! – dei uma garfada na comida.

Camz riu de novo e disse:

- Amor, eles quebraram os pratos naquele noite em Míkonos não porque beberam demais, mas por conta de um costume. Em qualquer restaurante grego onde há danças típicas quebram-se pratos! Faz parte da cultura deles e nada tem a ver com se beber oúzo em excesso. – bebeu um gole de suco.

- Eu hein, que costume mais infeliz! – franzi a testa – De qualquer modo você sabe que eu sou natureba demais pra ficar enchendo a cara de... como fala mesmo? Oúzo!

- Não é encher a cara boba! – riu – É só provar um gole.<

- Aiii... Tá bom Camz. Mas se você começar a dançar e quebrar os pratos não diga que não avisei!

- Boba! – me deu um tapinha na mão.

Caminhamos de mãos dadas por ruas que ofereciam lindas vistas para o mar. Pequenas luzes cintilavam nos barquinhos que descansavam sobre as águas, e a luz da lua prateava toda a cidade.

- Que coisa linda! Você tinha razão em querer conhecer esse país! – contemplava a paisagem – E viemos numa época ótima! Clima bom e ameno, e esse ventinho faz um verdadeiro carinho na gente.

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