Capítulo 95

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Os trabalhos recomeçaram em janeiro a todo vapor. As obras de restauração estavam indo bem e a previsão do encerramento de nossas atividades era para o final do mês de abril. Compramos duas padarias falidas e as reformamos em dois meses. Foram vendidas para os mesmos religiosos que haviam comprado um imóvel conosco à vista em dezembro.

Arthur finalmente voltou a trabalhar em fevereiro e começou a haver constantes desentendimentos entre ele e Julio. Camz e eu sentíamos que aquilo não iria terminar bem, e, por conta disso, aceleramos os planos de montar nosso próprio negócio. Camz pesquisava oportunidades e eu, como sempre, era muito mais uma mulher de cálculos e canteiros de obras.

Vó Dorte voltou para Londres em fevereiro. Disse que mais alguns dias na fazenda fariam com que ela enlouquecesse

Comemoramos nosso aniversário de casamento apenas no final de março, por uma questão de disponibilidade no trabalho, e fomos para Fernando de Noronha. Tiramos quinze dias de férias e durante nossa ausência Carlos e Bárbara vieram do Rio para assumir a liderança

- Camz esse lugar é lindo demais!! – abri as janelas de nosso quarto – Só a visão que tivemos durante a viagem me deixou maluca!

- É verdade! Mas confesso que quando vi o aviãozinho que nos trouxe me lembrei de Sandra e seu teco teco indo para Lukla... – riu.

- Ah, nem se compara! Sabe? – olhei para ela – São cenários diferentes, mas este lugar não deixa a desejar pras ilhas gregas.

- Concordo, mas penso que devemos explorar com mais detalhes para ter uma opinião mais consolidada. – abriu sua mala – Vamos efetivamente chegar – começou a retirar a roupa – e sair por aí. Podemos alugar um bugue, porque vi uma locadora no caminho, e rodar um pouco pela ilha.

Olhei para o relógio.

- São duas e meia. Até que horas será que o comércio fica aberto?

- Não sei. Podemos perguntar na recepção.

- Pra moça que quase caiu pra trás quando manjou que a gente é um casal? – ri – No way, ela ficou com medo de nós. Capaz até de responder fazendo gestos. – ri de novo – Essa é do tipo que pensa que sapatonice pega

- Sapatonice, Lauren? – pôs as mãos nas cadeiras e me olhou indignada – Que termo mais infeliz!

- Gostou não? – fiz beicinho – Pôxa, fui eu que inventei.

- Horrível! Nem parece coisa sua que é tão contra rótulos e termos preconceituosos.

- Brincadeira! Mas acho que com aquela moça não conseguiremos boas informações pra nada.

Circulei pelo quarto e fiquei olhando as paredes em detalhes. Camz me observava intrigada.

- Que foi amor? Por que olha esse quarto como quem avalia uma obra?

- Porque é exatamente o que eu to fazendo. – olhei para ela – Aqui é bonito, mas não tem privacidade acústica. Como é que a gente vai fazer pra...

- Lolo! – riu surpreendida – Mas será possível que você só pensa nisso? – aproximou-se de mim segurando meu rosto e me beijou na boca – Ai, ai meu Deus... – voltou a mexer na mala – não me canso de dizer que você é uma T-A-R-A-D-A! – riu

- Ah, não me culpe por isso! – peguei minha mala – Muito menos agora quando você se torna cada vez mais solta e sem pudores. – comecei a tirar as roupas e colocar sobre a cama – Ainda tem tanta coisa pra gente fazer numa cama... – pensei – não só numa cama, quero dizer. Gosto de explorar possibilidades... Pra ter uma opinião consolidada, você sabe. – brinquei com ela.

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