Capítulo 01

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Dois Meses Antes...


Anahí

Desci do táxi arrastando a mala de rodinhas. Ainda não acreditava que Derrick tinha me feito vir até aqui.

O chão e toda a calçada estava coberto de papéis de ingresso, latas de cerveja, panfletos, copos de refrigerantes e restos de comida. Encarei a faixada do ginásio tentando decidir se entrava ou não.

Atravessei a rua e o ronco de uma moto me assustou. Uma Ducati laranja veio pra cima de mim. Dei dois passos pra trás, quase tropeçando na minha mala. O motoqueiro freio bruscamente, a moto derrapou no asfalto e inclinou pra frente levantando o pneu traseiro antes de tocar o chão.

O rapaz desligou a moto e tirou o capacete. Tinha cabelos negros, olhos esverdeados e trazia nos lábios um sorriso de espertinho.

- Nossa encontrei um anjo caído?!

Revirei os olhos, que cantada mais barata.

- A gatinha ta perdida?!

Cruzei os braços e o medi de cima a baixo.

- Não!

- Que bom, se você quiser posso te ajudar com as malas. Garanto que dou um jeitinho pra vocês duas caberem na minha moto, se precisar você pode ir sentada no meu colo. - piscou cheio de malícia.

- Sério, essas suas cantadas baratas alguma vez funcionaram? - usei a ironia pra atacá-lo.

- Depende, normalmente as garotas piram em outra coisa... Se é que me entende? - arqueou as sobrancelhas, seu sorriso de espertinho estava começando a me irritar.

Por todos os gênios da física, isso só podia ser um pesadelo. Não acredito que estava sendo cantada por um idiota que tinha o ego maior que a cidade.

- Você se acha né? - ataquei.

- Desculpa meu anjo, mas eu posso. - deu de ombros irreverente.

- Ah é? Pois quebrou a cara, porque você não faz meu tipo e eu tenho namorado. - dei as costas.

- Mentira! - o rapaz gritou atrás de mim.

Ouvi o ronco da moto e um segundo depois ele parou na minha frente, bloqueando meu caminho.

- Você tá mentindo! Eu sou Alfonso Herrera, faço o tipo de todas! - sorriu, arqueando as sobrancelhas. - E se você tem um namorado, aposto que ele é um mané que não sabe como tratar um anjo como você. Se bem que de anjo você só tem a aparência. - piscou e inclinou o tronco na minha direção. - Qual seu nome?

- Não te interessa! - me inclinei pra frente também.

- "Não te interessa" é um nome bem interessante, mas vamos lá anjo, tenho certeza que seus pais escolheram um nome mais adequado para uma criaturinha tão linda como você.

- Para de me chamar de anjo, droga! - levantei o tom de voz, estava perdendo a paciência.

- Então me diga seu nome anjo e eu paro de te chamar de anjo. - sorriu.

Respirei fundo contando até dez. O que eu estava fazendo discutindo na rua com um idiota que nunca tinha visto na minha frente? Revirando os olhos passei pela moto e subi na calçada.

O tal Alfonso acelerou sua Ducati e parou com ela bem na entrada do ginásio.

- Olha, eu juro que se você não for embora eu vou gritar tanto, mas tanto que a polícia vai baixar aqui.

No te Quiero ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora