Capítulo 03

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Alfonso

Fechei a porta do banheiro e enquanto Anahí sentava, abri o armário pra pegar o kit de primeiros socorros.

- Por que você me trouxe aqui em cima?

Suspirei. Que garota mais desconfiada.

- Porque o kit fica guardado aqui. - me virei e sentei no chão aos pés dela.

Que ironia! Eu, Alfonso Herrera sentado aos pés de uma garota quando deveria ser o contrário.

- Me dê suas mãos. - puxei uma delas. - Hum, você tem mãos macias. - sorri.

Anahí puxou a mão de volta e revirou os olhos.

- Engraçadinho! Será que você têm que fazer piada ou insinuações de tudo?

- Nossa foi só um elogio sincero. - me defendi erguendo as mãos. - Ninguém pode fazer um elogio à você sem correr o risco de levar um soco?

- Pode, mas esqueceu que você deu em cima de mim no segundo em que me viu?

- Acredite se arrependimento matasse, eu não estaria mais nesse mundo. - devolvi.

Se ela queria me esculachar eu ia esculacha-la de volta. Mesmo com mentiras.

- Agora me dá logo essa mão feia e cumprida pra eu fazer o curativo. - puxei sua mão de volta.

Anahí riu balançando a cabeça.

- Você não existe! - suspirou.

- Acredite! Eu existo. - sorri.

Se fosse com outra garota eu diria. "Existo para satisfazê-la!", mas como não queria ganhar outro revirar de olhos ou um tapa, achei melhor deixar quieto.

- Ai! - Anahí puxou sua mão pra longe, mas segurei. - Odeio fazer isso!

- Eu sei que arde, mas precisa limpar e tirar os cacos.

Anahí respirou fundo e ficou quieta. Limpei sua mão esquerda e o silêncio naquele banheiro começou a me incomodar. Precisava fazer alguma coisa.

- Ai Alfonso devagar. - reclamou quando puxei um caco de vidro com a pinça, e outra vez tentou puxar sua mão pra longe.

- Você precisa de uma distração pra deixar eu fazer meu serviço. - a encarei. - Vamos brincar de "O Jogo das 20 Perguntas".

- O que?!

- Qual sua cor preferida? - comecei.

Anahí torceu os lábios pensando.

- Hum... Pode ser mais de uma?

- Não! - sorri.

- Ta... Rosa!

- Praia ou montanha? - puxei mais um caco enquanto ela pensava e dessa vez ela não reclamou.

- Ahn, montanha. Mas também curto praia.

- Só uma resposta Anahí, não vale apelar. - avisei trocando de mão.

- Então fico com montanha. - assentiu me olhando.

- Doce ou salgado?!

- Doce! - respondeu na lata e não reclamou quando passei o algodão com álcool.

- Quente ou frio?

- Frio! - sorriu empolgada, deu pra ver nos seus olhos que ela amava o frio. Assim como eu.

- Gostei. - sorri. - Apartamento ou casa?

- Apartamento.

- Por quê?! - questionei curioso.

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