Capítulo 16

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Alfonso

Sai do banheiro me sentindo inquieto, como se alguma estivesse borbulhando dentro de mim e prestes a sair pra fora. Uma vontade de sair batendo, xingando e quebrando tudo. Eu estava com raiva, muita raiva, ou melhor eu estava com ódio. De mim por ter falado todas aquelas asneiras pra Anahí e dela por ter me acusado. Que bosta cara!

Eu sabia que a minha fama não era das melhoras e realmente ela me pegou numa situação totalmente acusadora, eu sabia que ela tinha razão em pensar algo errado, mas droga e tudo o que eu fiz pra ela? Todas as coisas que eu contei, eu me abri pra ela, a única pessoa que sabe tanto assim da minha vida é o meu primo. Por que ela não priorizou isso?

- Por que ela é mulher Alfonso. - respondi pra mim mesmo. - E as malditas garotas só acreditam naquilo que vê, não no que você fala pra elas! - bufei.

- Ta maluco cara? Falando sozinho! - um rapaz me olhou.

Olhei de cara feia pra ele, e o cara se retraiu na hora, provavelmente me reconhecendo. De punhos cerrados continuei andando e resolvi ir embora daquela droga de festa. Se eu ficasse ali com o mau humor que eu estava ia acabar explodindo com o primeiro que viesse falar comigo.

Aproveitei que ainda tinham pessoas chegando na festa e entrei em um dos táxis. Eu sabia que tinha uma coisa que ia me acalmar e estava indo atrás dela naquele momento.



Anahí

Cheguei ao alojamento da faculdade, subi e fui direto pro meu quarto. Assim que deitei na cama, comecei a chorar de novo. Abri a gaveta e peguei meu porta joias de lata, quando abri a tampa, vi os anéis de chaveiro e os bilhetes que os tinham acompanhado algumas vezes.

- Mentiroso! - fechei a lata e joguei no chão.

Fechando os olhos eu conseguia me lembrar dos nossos momentos juntos, a tentativa fracassada de Alfonso de me ensinar a dar estrela, nosso primeiro beijo minutos depois. Ele me contando sobre Lucky e seu desafio pra eu fazer uma tatuagem, seu jogo das 20 perguntas, nossas provocações, os amassos.

- Droga! - gritei jogando o travesseiro longe, era coisa demais pra lembrar e quanto mais eu lembrava, mais doía. - Por que você estragou tudo? Eu acreditei que você mudou, era em você que eu estava pensando quando terminei com o Derrick, no fundo fiz isso pra ficar com você. - confessei pra paredes.

Meu coração doía como se uma mão o estivesse apertando a ponto de me sufocar. Eu nunca pensei que sofrer por uma pessoa pudesse doer tanto. Nem quando meus pais morreram eu senti uma coisa assim. O duro é que não tinha chances dessa dor diminuir, não estudando na mesma faculdade que ele, não trombando com Alfonso. Eu ia morrer quando o visse aos beijos com outra, a segunda vez eu sabia que seria pior, porque não haveria a menor chance de ser um mal-entendido.

Pela primeira vez desde que cheguei há um mês eu desejei ir embora.



Derrick

Avistei o grupo onde Angelique e Dulce estavam. Ver Christian e aquele outro baitola se pegando me fez sentir repulsa. Por que eles não respeitavam às pessoas a volta deles? Ninguém era obrigado a presenciar dois machos se pegando, será que eles não percebiam o quanto isso era nojento?

E aquele professorzinho agarrado à Angelique era outro sem não. Ele não via que aquilo era uma festa pros alunos? Que ali não era lugar pra professor? Na certa ele devia se aproveitar que estava comendo uma aluna pra espionar o restante dos estudantes. Eu estava curioso pra saber quanto tempo esse romancezinho ia durar.

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