Capítulo 61

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Anahí

Abri os olhos devagar e foi uma decepção quando não vi Poncho parado de pé na cama. Estava de volta ao alojamento, não porque não podia ir apartamento dele, mas porque não queria pisar lá sem ele.

Afastando o edredom, fui até a cozinha com aquela sensação de vazio comprimindo meu peito.

- Bom dia! - Dulce sorriu ao me ver.

- Oi! - me joguei na cadeira.

- Hei Any não fica assim, daqui a pouco o Poncho vai estar aqui você vai ver. - sorriu.

Forcei um sorriso, querendo acreditar nas palavras dele. Por mim, ele podia entrar por aquela porta, naquele momento.

- Você falou com ele, além de ontem à tarde?

- Não, meus tios vão me informar de tudo e talvez eu vá vê-lo hoje à tarde, se ele não sair antes né? - ele piscou e eu percebi que estava tentando me animar.

- Se você for vê-lo, eu vou junto.

- Não Any! - Ucker negou com a cabeça.

- Por que não?

- Porque o Poncho não quer você lá, não quer que você pise naquele lugar horroroso.

- Já estive em delegacias antes Ucker, se você não me levar por bem, eu vou por mal.

- Poncho vai me matar se você aparecer lá.

- Eu me entendo com o Poncho. - respondi. - Não adianta você tentar me impedir, se até a hora do almoço ele não aparecer por essa porta, eu vou na delegacia atrás dele e não tente me impedir. - me levantei da mesa e me joguei no sofá.

- Any não vai comer nada? - Dulce me encarou com pena e preocupação.

- To sem fome. - respondi, abraçando uma almofada. - Só quero que meu namorado volte. - encarei a porta, meus olhos começando a ficar marejados.

Senti o sofá afundar ao meu lado e então Dulce me abraçou.

- Não é justo ele estar lá. - não aguentei e comecei a chorar.

- Ele vai sair de lá, você vai ver. - ela sussurrou no meu ouvido.

- Any, o Poncho é durão e tem o melhor advogado ao lado dele. Logo, logo ele volta pra você. - Ucker segurou minhas mãos. - Daqui a pouco ele chega com aquele ar de espertinho que irrita a gente, mas adoramos ao mesmo tempo.

- Isso e você não vai querer que ele te veja pálida ou com os olhos inchados né? - Dulce enxugou meu rosto.

O gesto dos dois só me fez chorar mais e ser abraçada por eles.



Alfonso

Entrei na salinha e assim que vi meu advogado, entendi que alguma coisa estava errada.

- Que cara é essa? - estreitei as sobrancelhas.

- Senta Alfonso. - ela apontou a cadeira.

A contra gosto fiz o que ele mandou.

- Fala de uma vez, o que aconteceu? - o olhei de cara feia.

Meu advogado respirou fundo e quando me encarou vi que más notícias estavam a caminho.

- O juiz não aceitou o habeas corpus. Com a denúncia, o exame de sangue, o flagrante e o depoimento daquelas pessoas, o juiz deu-se por provado que você não ingere, mas vende drogas. E com o processo de agressão que você está respondendo, as coisas se complicaram ainda mais.

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