Anahí
Entrei no escritório e quando a porta se fechou senti um arrepio na espinha. O que esse homem queria comigo?
- Sente-se, por favor. - ele deu a volta na mesa e apontou a cadeira de frente pra ele. Sem escolhas, obedeci. - Eu não sei bem por onde começar, estava observando você e meu filho e pude constar que ele realmente gosta de você. Não sei porque, dado que meu filho nunca foi de se apegar a uma garota só.
Encarei ele e achei melhor ficar quieta e não lhe responder nada.
- Eu lembro muito bem do jeito que você o defendeu aquele dia, agora te pergunto, você quer ter um bom relacionamento comigo? Porque enquanto meu filho estiver morando aqui com a gente, você vai me ver bastante e se esse namoro continuar vamos nos encontrar com frequência.
- Não depende de mim ter um bom relacionamento com o senhor. - respondi, sem saber de onde tinha tirado coragem de falar aquilo pra ele.
- Ah não? - ele sorriu, surpreso com minhas palavras.
- Não, depende do senhor. Como pai do Alfonso eu o respeito, mesmo não concordando com a forma como trata seu filho às vezes. Alfonso não tem culpa de não querer ser arquiteto como o senhor ou o primo. Eu sei que ele finge que não liga, que ta acostumado com essa rixa entre vocês, mas no fundo eu sei que ele se importa, que ele gostaria que fosse diferente, que o senhor o apoiasse mais.
- Apoiá-lo? - ele me olhou incrédulo. - Você viu aquele gesso na perna dele? Aquilo não teria acontecido se Alfonso me escutasse, se ele parasse com essa mania de querer participar daquele exibicionismo chamado Moto Cross. Enquanto ele estava em coma, eu quem tive que consolar minha esposa. Alfonso pode ter 23 anos, mas é um garoto, não sabe o que quer da vida. Eu na idade dele também não tinha me resolvido totalmente. Se você quer ter um bom relacionamento comigo, me ajude.
- E como eu vou ajudar o senhor? - fiz de tudo pra não cruzar os braços e olhá-lo de cara feia.
- Me ajude a persuadir o Alfonso a abandonar o Moto Cross, ele quase morreu na última competição e eu sei que a primeira coisa que ele vai fazer quando tirar aquele gesso e subir naquela moto.
- Achei que seu maior problema com ele fosse a profissão, não foi o senhor quem deu a moto pra ele?
- Foi, mas porque ele tinha passado no vestibular, eu não imaginava que ele ia fazer Engenharia Mecânica, ele nunca me falou nada a respeito, ele me enganou, me fez acreditar que queria Arquitetura também. Eu estava contando com ele Anahí para um dia tocar os negócios e ele me abandonou.
- Desculpe, mas eu acho que foi o senhor quem achou que o Poncho seria Arquiteto, o senhor se enganou sozinho, pois, basta uma única olhada pra ele, pra ver que a paixão dele não são as construções.
- Tudo bem, eu prometo pra você que eu vou tentar aceitar o falto de que meu filho não quer seguir meus passos, isso dói num ego de um pai, mas eu vou tentar entender... Se você me ajudar a convencê-lo a abandonar o Moto Cross! Eu sei que se você me ajudar, a gente pode conseguir isso.
- Desculpa, mas não posso fazer isso, você ta pedindo ajuda pra pessoa errada. Não vou obrigar o Poncho a escolher entre duas coisas que ele ama.
- Mas se você ameaçar terminar com ele, pode dar certo, ele parece se importar com você!
- Isso sim eu nunca vou fazer! - perdi a paciência e me levantei. - Eu nunca faria o Alfonso escolher entre o Moto Cross e sua profissão ou entre mim e eles, o senhor está completamente enganado se acha que eu vou te ajudar. - respirei fundo e tentei esfriar os ânimos, afinal de contas estava na frente do pai do meu namorado. - Se o senhor tem tanta certeza de que o Alfonso está indo pro lado errado, tente convencer ele sozinho, não peça minha ajuda pra isso, porque eu não vou ajudar.
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No te Quiero ✔
FanficApesar da aparência Anahí estava longe de ser um anjo. Determinada e bem teimosa, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato dela não ter dado a mínima pra mim. Isso é um insulto, uma afronta, afinal ninguém resiste a Alfonso Herrera, eu fa...