Capítulo 18

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Anahí

Me afastei de Derrick, forcei um sorriso e abaixei a cabeça.

- Vamos tentar?

- Derrick... - suspirei.

- Por favor, Any, se der errado a gente termina de novo, mas vamos dar uma segunda chance pra gente. Se você não ta interessada em ninguém, você só pode estar sofrendo assim por mim.

Mordi a língua pra não dizer pra ele que estava enganado.

- Eu juro pra você que eu to mudado, me deixar te mostrar que se ficar comigo, você não vai se arrepender.

- Tudo bem, mas vamos com calma entendeu? E se algo der errado...

- Eu deixo você em paz e nunca mais toco no assunto. - ele completou.

- Ok! - assenti sem nada a perder. - Se você não me levar a mal, eu gostaria de ficar sozinha agora.

- Tudo bem, você já me deu o que eu queria. - Derrick se aproximou e me beijou.

Me afastei depressa não deixando que o beijo fosse prolongado demais.

- Me acompanha até lá embaixo?

Assenti, achando que ia ser rude demais deixa-lo descer sozinho. Quando atravessamos o portão, parei no segundo degrau. Derrick desceu todos e acabamos ficando da mesma altura.

- Vou pensar em algo para fazermos no fim de semana ta?

Dei de ombros, não estava realmente empolgada em sair com ele.

- Até logo gatinha! - ele se aproximou e me beijou.

Sua língua invadiu minha boca e empurrei seus ombros, como se fosse um reflexo. Seus braços se fecharam em torno da minha cintura, me trazendo pra perto. O empurrei e encerrei o beijo com um sorriso forçado.

- Até logo!

Derrick assentiu com um sorriso nos lábios e deu as costas. Quando entrou no carro, eu dei as costas e subi. Quando abri a porta suspirei, pensando o que iria fazer com todas aquelas flores.

Sem ânimo pra lidar com elas me enfiei no meu quarto. Peguei o livro A Escolha que eu meio que tinha abandonado e vi que faltavam 70 páginas pra acabar, talvez com sorte eu finalizaria ele hoje.

Lembrei de quando estava lendo e Alfonso apareceu, fechando os olhos consegui sentir como se ele estivesse me beijando, igual aquele dia, seu corpo pressionando o meu de encontro ao colchão.

A imagem dele mais cedo, prensando aquela garota contra a porta do meu bloco, voltou com tudo. Me sentei na cama, sentindo meus olhos arderem com as lágrimas que começaram a surgir. Encarei a gaveta onde eu tinha guardado de novo, meu porta-joias de lata com os anéis de chaveiro. Anéis dos quais eu não consegui me livrar, porque me lembravam ele. Era uma coisa idiota de se pensar, mas parecia que uma parte dele tinha permanecido comigo, graças àqueles anéis.

Abracei o livro desejando que meu romance com Alfonso fosse tão bonito e verdadeiro como o de Travis e Gaby. Na história ela também tinha ficado na dúvida, mas por fim escolheu Travis. Eu também teria escolhido Alfonso, se ele tivesse me provado que valia a pena.



Alfonso

Bati a porta do meu apartamento, respirando fundo.

- E ai como foi? - meu primo se endireitou no sofá, me encarava com um sorriso.

- Se o meu capacete não tivesse custado tão caro, eu arrebentava ele na sua cabeça! - esbravejei.

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