Capítulo 76

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Anahí

Os dois caíram no chão, os dois ensanguentados. Eu ouvi dois disparos e acho que os dois foram atingidos, porque os dois estão inconscientes, os dois estão sangrando.

- Poncho! - seu nome sai entre soluços.

Meus braços envolvem meus joelhos e meus punhos e tornozelos estão amarrados, então não consigo me levantar e ir até eles.

- Poncho, fala comigo, por favor! - suplico. - SEU IDIOTA, EU TE AMO! ABRE ESSES OLHOS, PORRA! - gritei.

Comecei a ouvir carro de polícia e ambulância, me debati no chão e comecei a gritar desesperada.

- AQUI! SOCOOOORRO! AQUI! AJUDAAAAA!

Continuei gritando mais alto conforme fui ouvindo barulho nas escadas. Três policiais entraram no apartamento, um veio na minha direção e os outros dois se abaixaram na altura de Poncho e Derrick.

- RÁPIDO! - gritei com o policial enquanto ele me soltava.

- Acalme-se senhorita!

Ele soltou minhas mãos e às pressas o ajudei a tirar a corta dos meus tornozelos. Quando me libertei, fui engatinhando até Alfonso.

- Ferimento com arma de fogo, duas vítimas! - o policial disse.

- Poncho! - coloquei a mão em seu peito, a camisa inteira estava suja de sangue, eu não conseguia ver onde era o ferimento. - Por favor, não morre!

Fui puxada e vi os enfermeiros entrarem com duas macas. Tentei me debater, enquanto o policial me segurava.

- Senhorita se acalme, eu preciso saber o que aconteceu.

Não conseguia olhar pra ele, minha vista estava embaçada e concentrada em Poncho.

- Senhorita preciso do seu depoimento. - ele segurou meus braços com firmeza.

- O de camiseta preta me sequestrou e me trouxe pra cá. Me fez ligar pro de camisa azul, ele é meu namorado e veio atrás de mim, eu não queria. Quando ele chegou aqui, os dois brigaram pela posse da arma e ela disparou. Ela disparou e os dois caíram no chão. - falei correndo e chorando.

- Precisa vir à delegacia comigo.

- Não, eu vou ficar com ele!

- Senhorita....

Empurrei o policial e sai correndo quando os paramédicos tiraram Alfonso do apartamento, não sei como minhas pernas conseguiram me fazer descer aqueles degraus, meu corpo todo tremia.

- Deixa eu ir junto, por favor, deixa eu ir junto! - supliquei desesperada quando levaram Poncho pra uma ambulância e Derrick pra outra.

Quando fizeram um aceno de cabeça, corri pra dentro da ambulância e me sentei. Agarrei a mão de Poncho, como se assim eu conseguisse impedir que ele fosse embora.

- Por favor, resista. Não me deixa Poncho. - solucei e beijei sua mão várias vezes. - Me perdoa, resista, eu te amo, por favor, não vai embora.

A ambulância entrou em movimento, quatro mãos enluvadas, cortaram a camisa de Alfonso e a abriram. Meu estômago revirou quando vi sangue jorrando do abdômen. Abaixei a cabeça e agarrei a mão dele.

- Você vai ficar bem, você vai ficar bem. Pelo amor de Deus, Poncho, fica bem. Por favor, por favor, por favor, não morri. - fechei os olhos.

Quando chegamos, eles tiraram Alfonso da ambulância muito rápido. Ouvi falarem em sala de cirurgia. Os enfermeiros correram com ele pra dentro e corri atrás. Alguém de branco me segurou e comecei a gritar.

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