Capítulo 08

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Anahí

Alfonso me conduziu até a garagem do prédio. Desacelerei meu passo quando vi ele se dirigindo até sua Ducati. Cruzei os braços e fiquei encarando enquanto ele pegava os dois capacetes.

- O que foi? - ele me olhou.

- Achei que iriamos no seu carro.

- Meu carro? - ele estreitou as sobrancelhas. - Ah não, o carro que eu fui na festa ontem é da minha mãe, o que você acha que meu pai veio fazer aqui logo cedo? - sorriu.

- Ah ta, então a gente vai nela? - apontei a moto.

- É claro, deixa eu apresentar pra você o amor da minha vida. - apontou a moto. - Ducati Superleggera laranja, mil cilindradas, modelo esportivo 2014 com 205 cavalos de potência. Utilizando materiais como titânio, fibra de carbono e magnésio, ela pesa apenas 155 quilos. A melhor em peso-potência já fabricada.

Eu não estava entendendo metade do que ele estava falando, mas a forma como ele falava de sua moto, cheio de orgulho era o que estava me fazendo adorar escutá-lo.

- O amor da sua vida é uma moto? - sorri.

- Claro, sabe quantas belezinhas dessas existem no mundo? - acariciou o tanque. - Apenas 500. Tem ideia do quanto foi difícil conseguir um modelo desses pra mim? Tem noção de quantos colecionadores iam querer uma dessas?

- Você venderia?

- De forma alguma! Foi meu presente de Natal na época em que meu pai estava me agradando pra me fazer mudar de curso. Por sorte a moto ta no meu nome e ele não pode vende-la. - sorriu. - E ai, vamos?

- Claro! Depois dessa apresentação vou me sentir honrada em andar na sua moto.

Alfonso piscou pra mim e logo se escondeu com o capacete. Coloquei o que ele me estendeu e subi. Um tanto sem jeito e com vergonha de "agarrá-lo" segurei com firmeza no banco.

Alfonso virou o rosto na minha direção, com a viseira escura eu não conseguia ver seus olhos.

- Anjo, se vai andar na minha Ducati, tem que ser do jeito certo. - sua voz saiu abafada.

Virando pra frente ele puxou meus punhos até que eu estivesse com os braços entrelaçados em volta dele.

- Assim que se faz! - soltou minhas mãos e ligou a moto.

Alfonso acelerou e fui obrigada a segurá-lo com mais força. Subimos a rampa da garagem e saímos a toda. Ele acelerava a moto instigando-a a correr ainda mais, acima da velocidade permitida. Em vários momentos, quando Alfonso passou por corredores entre os carros, eu fechava os olhos com medo que batêssemos em alguém. Comparado a passar voando em cima de rampas e decolar metros acima do chão sem nenhuma proteção, andar no trânsito da cidade não era nada pra ele.

Chegamos à uma praça e fiquei mais tranquila quando Alfonso estacionou a Ducati. Percebi a olhada de alguns rapazes e moças que estavam ali. Os rapazes admiravam a máquina que ele dirigia, as moças com certeza admiravam o preço da máquina somada a beleza do cara que a dirigia.

Tirei o capacete e ajeitei meus cabelos que com certeza tinham se armado com o vento. Antes que eu tivesse tempo de me olhar no espelho retrovisor, Alfonso me puxou pela mão.

- Vem anjo.

Percebi o olhar de inveja que elas dirigiram a mim, mas não me importei. Elas que se danassem e engolissem o fato de que aquele cara bonito, dirigindo uma máquina exclusiva estava comigo.

- Vamos sentar aqui! - Alfonso me puxou.

Sentamos na grama e encaramos o lago à nossa frente. Ao longe algumas pessoas andavam de pedalinho.

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